Épafo, na mitologia grega, foi um rei do Egito, filho de Zeus e Io. Ele e sua esposa Mênfis são os pais de Líbia. Pelos cálculos de Jerônimo de Estridão, ele teria nascido por volta de 1512 a.C., durante o reinado de Chenchres (há outras versões no texto de Jerônimo).[1] Um de seus descendentes é Belo, outro rei do Egito.

Sedução de Io editar

Io era uma princesa de Argos. Segundo Pseudo-Apolodoro, ela era filha de Argos [nota 1] e Ismênia, filha de Asopo; mas Pseudo-Apolodoro também apresenta versões alternativas: segundo Castor, o analista ela era filha de Ínaco e segundo Hesíodo e Acusilau ela era filha de Piren,[2] que aparece no texto de Pseudo-Apolodoro como o irmão que Belerofonte matou e levou a seu exílio.[3] No texto Metamorfoses, de Ovídio, Io é filha de Ínaco.[4] Segundo Jerônimo de Estridão, Io era filha de Prometeu, e teria nascido por volta de 1586 a.C., mas poderia também ter vivido na época de Cécrope I, e neste caso ela seria filha de Iaso e sua sedução por Zeus ocorreu em 1530 a.C., ou mesmo 60 a 90 anos depois de Cécrope.[1]

Zeus seduziu Io quando ela era uma sacerdotisa de Hera, e esta a transformou em uma vaca branca,[nota 2] requisitou a vaca para si e colocou Argos Panoptes de guarda.[2]

Pseudo-Apolodoro apresenta várias versões para quem seriam os pais de Argos Panoptes:

Nascimento editar

Zeus encarregou Hermes de roubar a vaca, e, não conseguindo roubar em segredo,[2][nota 3] Hermes matou Argos;[2][7] Hera enviou um inseto para infestar Io,[2][nota 4] que vagou da Grécia até o Egito, onde, à beira do rio Nilo, retornou à forma de mulher,[2][8] dando à luz Épafo.[2][9]

Hera enviou os curetes para sequestrar e matar o bebê, mas, depois que eles haviam levado Épafo, Zeus matou-os.[2] Io foi até a Síria, e descobriu que a esposa do rei de Biblos estava amamentando seu bebê; mãe e filha retornaram ao Egito, onde Io se casou com Telégono, rei do Egito.[2] Io fez uma estátua a Deméter, que os egípcios chamavam de Ísis, e passaram também a chamar Io de Ísis.[2]

Reinado editar

Épafo reinou sobre o Egito,[nota 5] se casou com Mênfis, filha do Nilo,[10] e construiu a cidade de Mênfis [10][1] (em 1489 a.C.).[1] Eles tiveram uma filha, Líbia, que teve, com Posidão, dois filhos, Agenor e Belo.[10]

Notas

  1. No texto de Pseudo-Apolodoro que antecede a história de Io, há dois personagens de nome Argus: Argos, filho de Zeus e Níobe, e Argos Panoptes, bisneto do anterior.
  2. Na versão de Ovídio, foi Júpiter que transformou Io em uma vaca.
  3. Na versão de Ovídio, Júpiter encarregou Mercúrio de matar Argos.
  4. Na versão de Ovídio, Juno enviou uma fúria para perseguir Io.
  5. Segundo Jerônimo de Estridão, Épafo reinou sobre o Baixo Egito; 1488 a.C. corresponderia ao primeiro ano do reinado de Armais, também conhecido como Dánao, que, segundo o texto atribuído a Apolodoro, é bisneto de Épafo.

Referências

  1. a b c d Jerônimo de Estridão, Chronicon [em linha]
  2. a b c d e f g h i j k l m n Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 2.1.3
  3. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 2.3.1
  4. Ovídio, Metamorfoses, Livro I, 567-587 [em linha]
  5. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 2.1.2
  6. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 2.1.1
  7. Ovídio, Metamorfoses, Livro I, 712-723
  8. Ovídio, Metamorfoses, Livro I, 724-737
  9. Ovídio, Metamorfoses, Livro I, 747-754
  10. a b c Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 2.1.4
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Árvore genealógica baseada em Pseudo-Apolodoro:

Argos (filho de Níobe),
Argos Panoptes
ou Ínaco
Zeus
Io
Nilo
Épafo
Mênfis
Posidão
Líbia
Belo
Agenor


Precedido por
Telégono
Rei do Egito
Sucedido por
Belo