Úlcera de córnea

Úlcera de córnea é a situação patológica ocular onde há uma erosão na córnea, causada por uma infecção por bactérias, protozoários, fungos ou vírus, ou esta infecção posteriormente a ação de uma substância química, produzindo uma área da córnea sem epitélio, sua camada mais externa de cobertura.

Úlcera de córnea
Especialidade oftalmologia
Classificação e recursos externos
CID-10 H16.0
CID-9 370.00
CID-11 2089700977
DiseasesDB 35065
MedlinePlus 001032
MeSH D003320
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As ulceras causadas por bactérias são as mais comuns, sendo neste caso, podendo ser associadas ao uso de lentes de contato, sejam ela rígidas ou gelatinosas. Quando a lesão inicial foi causada por plantas, existe a possibilidade de ser causada por fungos. É de se observar que existem casos registrados de lesões causadas por sementes em que houve a brotação da planta.

Como sintomas típicos desta patologia, temos a vermelhidão nos olhos, dores, fotofobia (incômodo com a incidência de luz) e falta de nitidez na visão.

É caracterizado como uma emergência em oftalmologia e seu tratamento depende de sua causa e do agente causador específico.

Ulcerações de origem por seivas vegetais editar

Entre as espécies vegetais que podem causar lesão da córnea, pode-se citar as plantas da família Euphorbiaceae, como a "coroa-de-cristo", a espécie Euphorbia milii L., o "bico-de-papagaio" (também chamada de "rabo-de-arara" ou "papagaio"), Euphorbia pulcherrima Willd, o avelós (também chamada de "graveto-do-cão", "figueira-do-diabo", "dedo-do-diabo", "pau-pelado", "árvore de São Sebastião", etc), espécie Euphorbia tirucalli L..[1]

Úlceras causadas por bactérias e lentes de contato editar

São citados diversos fatores associados ao aparecimento de úlcera da córnea nos usuários de lentes de contato, sendo que o principal é o uso excessivamente prolongado, incluindo o hábito de dormir-se usando as lentes. Manutenção inadequada e descuidos com a desinfecção podem contribuir para o surgimento do quadro patológico. Explica-se a patogênese, é explicada pelos microtraumas e a hipóxia relacionados com a adesão das bactéria mesmo nas lentes novas.[2][3]

A diferenciação entre ceratite infecciosa ou estéril torna o tratamento dos casos difícil, mas considera-se prudente sempre considerar-se infecciosa. Estas possuem um quadro clínico geral mais grave que as estéreis, causando hiperemia, dor e fotofobia, lacrimejamento, edema na pálpebra e secreção mucopurulenta. Geralmente a lesão se apresenta ulcerada, com bordas não nítidas, supuração branco-amarelada e com infiltrações nas redondezas.

Recomenda-se sempre nestes casos a colheita de material para análise do material através de exame bacterioscópico, cultura e antibiograma, o que se revela muitas vezes impossível. As mostras para estas análises são colhidas, coloridas e analisadas pelo método de citologia de impressão da superfície ocular.[4]

Bactérias causadoras editar

As bactérias normalmente envolvidas incluem:[5]

Tratamento editar

Pode-se incluir associação de colírios de uma cefalosporina e aminoglicosídeo como terapia inicial, assim como a monoterapia com uma quinolona.

Úlceras maiores, com reações na câmara anterior (olho), podem ter a introdução de drogas ciclopégicas como a atropina ou o ciclopentolato. Em casos ainda mais graves, com acometimento do da esclera ou limbo (olho) ou ainda com risco de perfuração, indica-se a aplicação de antibióticos sub-conjuntivais.

Até que sejaconhecido o agente etiológico é contra indicada a utilização de corticóides. Sendo a causa bacteriana e já presentando-se sinais de melhora, o uso tópico de corticóides é recomendado, mas ainda debate-se tal aplicação.

Pode-se mudar a terapia inicial em função dos exames de laboratório e da evolução clínica.

Cita-se a aplicação de cianoacrilato (adesivo de alta velocidade de cura, de aplicação cirúrgica) quando perfuração de até 2 mm e afinamento da córnea, com o uso de lente terapêutica. Nos casos ainda mais graves, alternativamente pode ser colocado um "patch" ou a procede-se a realização de um transplante penetrante. Nos casos de ausência de resposta ao tratamento clínico, deve ser considerado o recobrimento conjuntival.

É importante e básico que o diagnóstico seja realizado o mais rápido e precocemente possível, visando a aplicação da terapêutica adequada e a minimização das sequelas da úlceração da córnea.

Ver também editar

Referências

  1. Plantas tóxicas
  2. Kastl, Peter: The CLAO guide to basic science and clinical practice, vol. III,1995, pag. 19-48.
  3. Arfa, Robert: Grayson’s: disease of the cornea, third edition, 1991, pag.163-198.
  4. «Citologia de impressão da superfície ocular: técnica de exame e de coloração - www.abonet.com.br». Consultado em 26 de junho de 2008. Arquivado do original em 3 de julho de 2008 
  5. DR. CÉSAR LIPENER ÚLCERAS DE CÓRNEA BACTERIANAS - www.cbo.com.br Arquivado em 20 de abril de 2008, no Wayback Machine.

Ligações externas editar