2.º Batalhão de Infantaria Motorizado (Escola)

O 2.º Batalhão de Infantaria Motorizada (Escola) (2.º B I Mtz (Es)), também conhecido como Regimento Avaí / (Dois de Ouro), é uma unidade do Exército Brasileiro, localizada no Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro e vinculada ao Grupamento de Unidades-Escola - 9.ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediado na mesma cidade.

2.º Batalhão de Infantaria Motorizada (Escola)
Estado  Rio de Janeiro
Subordinação Grupamento de Unidades-Escola/9.ª Brigada de Infantaria Motorizada
Sigla 2.º B I Mtz
Criação 1699

História editar

 
2º RI em Areal em 1964

O batalhão traça a sua história ao “Terço do Rio de Janeiro (o Novo)”,[1] assim chamado para diferenciar-se do Terço Velho, fundado em 1567. O Terço Novo surgiu em 1699 em reação à ameaça das invasões francesas. As precárias defesas do Rio de Janeiro repeliram um ataque francês em 1710, mas foram derrotadas numa nova batalha em 1711.[2][3] A genealogia do Terço Velho, por sua vez, é hoje traçada pelo 1.º Batalhão de Infantaria Mecanizado (Escola).[4] A história do 2º Batalhão traça então suas denominações como “2º Regimento de Infantaria”, em 1793, “2º Batalhão de Fuzileiros da Corte” e, na Guerra do Paraguai, como o “10º Batalhão de Infantaria”.[1]

Em 1908, a união desse batalhão com o 23º e 38º formou o 2º Regimento de Infantaria (RI).[1] Em 1922 ele fazia parte da 1º Brigada de Infantaria, subordinada, por sua vez, à 1ª Divisão de Infantaria (1ª DI) e sediado na Vila Militar.[5] Em 1938 passou a ser um dos componentes da nova Infantaria Divisionária da 1ª DI.[6]

A partir de 1956, o Batalhão Suez, participação do Exército Brasileiro na primeira Força de Emergência das Nações Unidas entre o Egito e Israel, foi organizado no quartel do 2º RI, formando o 3º Batalhão do regimento.[7] Em 1961 a 2ª Companhia do regimento foi transportada a Florianópolis para reforçar o Exército e Marinha locais, que não haviam aderido à Campanha da Legalidade.[8] No golpe de Estado no Brasil em 1964 o 2º RI integrava as forças do general legalista Luís Tavares da Cunha Melo, enviado para enfrentar o Destacamento Tiradentes vindo de Minas Gerais. Na tarde de 1º de abril ele assumiu posições defensivas à frente da cidade de Areal, no interior fluminense, mas antes da ocorrência de combate o general, disposto a combater, foi informado do desmoronamento do dispositivo militar governista e negociou o fim de sua resistência.[9][10]

Em 1968 o então Grupamento de Unidades Escola (GUEs) foi transformado na 1ª Brigada de Infantaria, e o 1º Batalhão do 2º RI transferido a ele. Alguns anos depois esse batalhão recebeu sua denominação atual e foi transferido ao novo GUEs ou 9ª Brigada de Infantaria.[11]

Referências

  1. a b c «Síntese Histórica». Exército Brasileiro. Consultado em 27 de maio de 2022. Cópia arquivada em 16 de fevereiro de 2007 
  2. Chartrand, René (2012). «A tomada do Rio de Janeiro pelos franceses em 1711» (PDF). Navigator. 8 (15). Consultado em 15 de maio de 2022 
  3. Mello, Christiane Figueiredo Pagano de (janeiro–junho de 2012). «O Rio de Janeiro: uma praça desfalcada "dos melhores soldados e oficiais" (séculos XVII-XVIII)». Franca: Unesp. Revista História. 31 (1). Consultado em 15 de maio de 2022 
  4. «1º Batalhão de Infantaria Motorizado - Regimento Sampaio». Exército Brasileiro. Consultado em 15 de maio de 2022. Cópia arquivada em 2 de abril de 2010 
  5. Savian, Elonir José (2020). Legalidade e Revolução: Rondon combate tenentistas nos sertões do Paraná (1924/1925). Curitiba: edição do autor . p. 223.
  6. BRASIL, Decreto-lei nº 609, de 10 de agosto de 1938. Organiza os Comandos das Armas e dá outras providências.
  7. Xavier, Júlio Ribeiro (2015). A história do Batalhão Suez: ações, reações a articulações cotidianas na Faixa de Gaza (1957-1967) (PDF) (Dissertação de Mestrado). Pelotas: UFPel. Consultado em 27 de maio de 2022 
  8. Markun, Paulo Sérgio; Urchoeguia, Marilda Hamilton (2017). 1961 - o Brasil entre a ditadura e a guerra civil. São Paulo: Benvirá . cap. 13.
  9. Gomes, Pedro (1964). Minas: do diálogo ao front. Os idos de março e a queda em abril 2ª ed. Rio de Janeiro: José Álvaro . p. 121-122.
  10. Faria, Fabiano Godinho (2013). João Goulart e os militares na crise dos anos de 1960 (PDF) (Tese de Doutorado). Rio de Janeiro: UFRJ. Consultado em 10 de novembro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 10 de novembro de 2021 . p. 434-435.
  11. Pedrosa, Fernando Velôzo Gomes (2018). Modernização e reestruturação do Exército brasileiro (1960-1980) (Tese de Doutorado). Rio de Janeiro: UFRJ. Consultado em 28 de dezembro de 2020 . p. 163 e 180.

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