Ademir de Menezes

futebolista brasileiro
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 Nota: Para o político brasileiro, veja Ademir de Oliveira Meneses.

Ademir Marques de Menezes (Recife, 8 de novembro de 1921[2][3]Rio de Janeiro, 11 de maio de 1996) foi um futebolista brasileiro que atuou como atacante. Foi o primeiro jogador a marcar um gol na Copa do Mundo FIFA de 1950.[4]

Ademir de Menezes
Ademir de Menezes
Informações pessoais
Nome completo Ademir Marques de Menezes
Data de nasc. 8 de novembro de 1921
Local de nasc. Recife, Pernambuco, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Morto em 11 de maio de 1996 (74 anos)
Local da morte Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Altura 1,76 m
canhoto
Apelido Queixada
Informações profissionais
Posição atacante
Clubes de juventude
1937–1939 Sport
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos (golos)
1939–1942
1942–1945
1946–1947
1948–1956
1957
Sport
Vasco da Gama
Fluminense
Vasco da Gama
Sport
0000? 000(38)
0000? 0000(?)
00077 000(76)
00411 00(316)
00001 0000(0)
Seleção nacional
1945–1953 Brasil 00039 000(36)[1]
Times/clubes que treinou
1967 Vasco da Gama
Medalhas
Jogos Pan-Americanos
Ouro Santiago 1952 Equipe

Ele foi Apelidado de "Queixada" por conta do queixo avantajado, Ademir foi um idolatrado artilheiro revelado pelo Sport, para muitos o maior jogador a carregar no peito a Cruz de Malta e o escudo do Leão da Ilha, símbolos do Vasco da Gama e do Sport, respectivamente. E um dos maiores atacantes da história do Fluminense.[5]

É considerado um dos maiores jogadores da história do futebol mundial. Atacante rápido, dava arrancadas impressionantes, armava as jogadas e aparecia para concluir. Foi o primeiro grande exemplo do que passou a ser chamado de “Ponta de Lança”.[6][7]

Foi o maior ídolo do Vasco da Gama até o surgimento de Roberto Dinamite. Liderando o memorável "Expresso da Vitória", realizou 301 gols com a camisa cruzmaltina, e foi por décadas o maior artilheiro do clube.[8][9]

Com nove gols marcados na Copa do Mundo de 1950, é o maior artilheiro da história da Seleção Brasileira numa única Copa do Mundo FIFA, e, ao lado do também pernambucano Vavá e de Jairzinho — e atrás apenas de Ronaldo e Pelé —, o terceiro maior artilheiro do Brasil em certames mundiais de Seleções.

Ademir lamentava a ausência do torneio devido à Segunda Guerra Mundial, que causou um hiato de doze anos sem a competição; o jogador brilhou no Campeonato Carioca de 1946 pelo Fluminense, ano em que haveria uma Copa do Mundo não fosse o conflito militar.[10] “Deem-me Ademir que eu lhes darei o campeonato”, foi a lendária frase dita por Gentil Cardoso, técnico do Fluminense antes da disputa do certame.

Foi referenciado pelo poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto no poema "A Ademir Menezes", publicado na obra Museu de Tudo de 1975.

Carreira editar

Início no Sport editar

Filho do casal pernambucano Antônio Rodrigues Menezes e Otília Marques Menezes, Ademir iniciou sua carreira de futebolista nas peladas na Praia do Pina, localizada na zona sul da capital pernambucana, onde nasceu. Em 1938 jogou no infanto-juvenil do Sport. Com seu talento no futebol, conquistou os títulos pernambucanos de 1938 e 1939 da categoria. Não demorou muito e o garoto foi promovido à equipe principal. Estreou no elenco profissional em 1939, aos 16 anos de idade, em um jogo contra o extinto Tramways pelo Campeonato Pernambucano.[11] Aos poucos começou a ganhar espaço na equipe principal. Disputou vários amistosos como titular do time. Em 1940, apesar de ter participado de diversas partidas, na grande maioria delas entrou como suplente. Em 1941 decidiu mostrar todo seu talento para o futebol. O Sport foi campeão estadual invicto com 11 vitórias e um empate em 12 jogos, e Ademir tornou-se o artilheiro do time e da competição com 11 gols, um feito notável para um jovem de apenas 18 anos. Mesmo com pouca idade, conquistou a titularidade absoluta e o status de craque do time. Levantou a taça do Pernambucano. Foi neste campeonato que Ademir fez seu único hat-trick com a camisa rubro-negra. A vítima foi o Náutico, numa goleada por 8–1.[5][12] No ano seguinte, o Sport partiu para sua excursão no Sul e Sudeste do Brasil, jogando no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e vencendo times de grande importância do futebol nacional. Esta excursão ficou marcada na história do clube pernambucano pelos excepcionais resultados obtidos pelo "Leão da Ilha", inclusive contra o Vasco da Gama. Ademir marcou 3 gols e deu 1 assistência. A partida terminou Sport 5–3 Vasco da Gama, chamando a atenção dos dirigentes vascaínos para o “garoto de queixo avantajado”. Após grande exibição contra o Gigante da Colina, os dirigentes contrataram a jovem revelação pernambucana. Após contratação do Cruzmaltino, Ademir jogou dois jogos de despedida pelo Sport e partiu para o Rio de Janeiro, onde participou de um dos maiores times da história do Vasco: conhecido como o "Expresso da Vitória". Alcunha teria surgido num programa de rádio, quando um cantor disse que dedicaria a música ao Vasco, o chamando de "Expresso da Vitória", pela maneira que ganhava atropelando seus adversários.[13]

Vasco da Gama editar

Em 1942 chega ao Vasco e em suas primeiras partidas pelo Gigante da Colina, mostrou que realmente era um jogador a frente do seu tempo. Não só finalizava bem dentro e fora da área com as duas pernas como também criava jogadas para os companheiros e chamava a marcação para si. Ademir guardava em sua memória os gestos, caretas e movimentos dos zagueiros que enfrentava. Razão: através dessas observações ele sabia quais eram seus pontos fracos e triunfava sobre eles, como ele mesmo falou:[14]

A estreia do Queixada foi contra o América-RJ no campo do Botafogo, em março de 1942. Estava em disputa o Troféu da Paz e o Vasco o conquistou ao vencer por 2–1, gols de Viladônica (2) e Nelsinho para os rubros. A partir de então, os confrontos envolvendo Vasco e América ficaram sendo conhecidos como Clássico da Paz.

O Cruzmaltino estava há oito anos sem vencer o maior torneio da época, e em sua primeira passagem pelo Gigante da Colina (1942-1945) conquistou o Campeonato Carioca de Futebol de 1945 invicto, o Torneio Relâmpago em 1944 e o Torneio Municipal de 1944 e 1945. Após ano vitorioso, é contratado pelo rival Fluminense.[7]

Ida para o Fluminense editar

Encantado com o futebol apresentado por Ademir no estadual 1945, o técnico do Fluminense na época, Gentil Cardoso - pensando na temporada seguinte -, desafiou os dirigentes do Tricolor das Laranjeiras ao dizer: “Deem-me Ademir que eu lhes darei o campeonato”.[14] Embora esta frase não tenha sido dita desta maneira, o que Gentil queria mesmo era contar com o “Queixada” no seu time. No dia 29 de março, o Globo Esportivo divulgava os valores incríveis da negociação. Foram 35 mil cruzeiros pelo passe, 80 mil de luvas e mais 85 mil arrecadados por sócios mais endinheirados do Fluzão. O valor total era de 200 mil, o preço de um apartamento de três quartos na Zona Sul carioca na época.

O grande atacante, não tinha passe fixo e não havia recebido um tostão do prêmio extra do caneco de 1945 do Vasco, foi para o Fluzão e chegava para um breve e vitorioso período no Tricolor das Laranjeiras, entre 1946 e 1947. E para a alegria dos tricolores, barbarizou.[12]

Jogando ao lado de craques como Pedro Amorim, Careca, Orlando Pingo de Ouro e Rodrigues, não deu outra. Ademir ajudou o Fluminense na conquista do estadual de 1946, sendo decisivo na conquista de um dos campeonatos mais emocionantes da história. Foram 24 gols em 23 jogos e foi um dos responsáveis pela marca de 97 gols anotados pelo Flu na campanha do título carioca de 1946, conquistado com uma vitória por 1–0 sobre o Botafogo com gol, claro, do "Queixada".[7] No final do jogo, o craque foi para os braços da torcida e arrancou lágrimas do técnico Gentil Cardoso, que via o artista que ele tanto queria cumprir a promessa do título. Durante a campanha, Ademir teve tempo, também, de dar uma “cutucada” no Vasco ao fazer o gol da vitória por 2–0 no primeiro clássico após sua saída de São Januário, que teve muitas vaias por parte da torcida cruzmaltina, mas um gol cheio de raiva de Ademir, que partiu com seu rush para cima de Barbosa, driblou o goleiro sem dó e estufou as redes vazias.

O Campeonato Carioca de 1946 é considerado um dos mais emocionantes da história, pois sendo disputado por pontos corridos terminou com quatro equipes empatadas em primeiro lugar, sendo necessária uma disputa extra entre eles que ficou conhecida como Supercampeonato (em 1958 o Campeonato Carioca ficou conhecido como Supersupercampeonato, pois houve duas disputas extras necessárias).

Uma curiosidade foi contada pelo Ademilson Marques de Menezes, irmão do "Queixada", afirmando que Ademir antes de jogar no Vasco era tricolor.

Se a frase dita pelo irmão de Ademir era verdadeira ou mentirosa, isso já não importava mais. O amor pela Cruz de Malta o traria de volta para São Januário em 1948.

Retorno ao Vasco da Gama editar

De volta ao "Expresso da Vitória", viu um time embalado, entrosado, encaixado e jogando com maestria. A equipe tinha um padrão de jogo fantástico e simplesmente atropelava seus adversários com uma qualidade impressionante para a época. O troféu de boas-vindas do craque foi o melhor e um dos mais importantes do clube: o Campeonato Sul-Americano de Campeões de clubes, num empate em 0–0 com o River Plate de Alfredo Di Stéfano. Título equivalente ao da Copa Libertadores da América atual.[7] Ademir deixou sua marca na goleada sobre o Nacional-URU, mas acabou machucando o tornozelo e ficou de fora das partidas seguintes que consolidaram a histórica conquista internacional do clube carioca.

Após o grande título internacional de 1948, Ademir e seus companheiros voltam ao posto de reis do Rio em 1949 com o "Expresso da Vitória" que fazem jus a esta alcunha, tendo Ademir como o grande artilheiro com 31 gols marcados. O "Queixada" foi o verdadeiro terror naquela competição e deixou sua marca em cinco dos seis clássicos disputados, com o destaque que ele marcou todos os gols das vitórias sobre Flamengo 2–1, Fluminense 2–0 e Botafogo 2–1 no returno.

Ao todo foram 12 anos no clube, 301 gols, em 429 partidas. Com tal desempenho, tornou-se o maior artilheiro da história do clube, até ser ultrapassado em números de gols por Roberto Dinamite, que, em 1110 jogos, marcou 702 gols com a camisa vascaína. Ademir foi eleito o melhor jogador do Vasco nas temporadas 1949, 1950, 1951 e 1952. Em 1951, o jogador ficou na sétima posição em enquete realizada pelo jornal espanhol Mundo Deportivo para a escolha do esportista preferido do público. Ademir foi o mais bem avaliado dentre todos os jogadores de futebol.[16]

Porém, devido à trágica derrota na final da Copa do Mundo FIFA de 1950, onde o Vasco cedeu oito jogadores, sendo seis titulares (Barbosa, Augusto, Danilo, Maneca, Ademir e Chico), o esquadrão Cruzmaltino não teve um reconhecimento ainda maior na história. Nesta competição, Ademir foi o artilheiro com nove gols.

Seu último título foi o Torneio Octogonal Rivadavia Corrêa Meyer de 1953. O Vasco foi campeão invicto.

Nas duas passagens que fez pelo clube de São Januário, Ademir marcou 301 gols em 429 partidas.[11]

Final de carreira no Sport editar

Em 1957, Ademir retornou ao Sport, clube que o revelou, para encerrar sua carreira. Despediu-se do futebol vestindo a camisa do clube pelo qual admitia torcer desde criança. Seu último jogo foi um amistoso entre Sport e Bahia, na Ilha do Retiro, a 10 de março daquele ano.

Ademir explicou o encerramento de sua carreira dizendo uma simples frase:

Com as duas passagens pela Ilha do Retiro, Ademir marcou 27 gols. E um total de 430 gols em toda sua carreira.[17]

Em São Januário novamente, agora como técnico editar

Após o fim de sua carreira, Ademir de Menezes, que tantas alegrias havia dado à imensa torcida vascaína como jogador, agora assumia o cargo de técnico do Vasco no ano de 1967, estreitando ainda mais seus laços com o Clube da Colina do qual Ademir é um dos maiores ídolos da história até hoje. A carreira de Ademir como técnico, porém, não chegou nem perto de ser bem sucedida como sua carreira de jogador. Ademir ficou menos de um ano no comando do Vasco. Após a experiência como técnico, Ademir se tornou comentarista.

Morte editar

Em 1994, Ademir descobriu que tinha um câncer de medula e passou a travar uma luta contra a doença. Chegou a ser internado várias vezes. Em 11 de maio de 1996, Ademir morreu devido ao câncer de medula, após ter passado cinco dias internado no Hospital São Lucas, no Rio de Janeiro. Foi enterrado no Cemitério São João Baptista, na Zona Sul do Rio.[18]

Seleção Nacional editar

Pela Seleção Brasileira, foi campeão campeão sul-americano em 1949 e artilheiro da Copa do Mundo FIFA de 1950, com nove gols. Faz parte de um grupo seleto, junto com Batistuta, Moreno, Jair, Héctor Scarone, sendo o terceiro maior artilheiro da Copa América, com 13 gols marcados.[19][20]

Vestindo a Amarelinha, participou de várias competições, disputando a Copa América, Copa Rocca, Copa do Mundo FIFA, Copa Rio Branco, Copa Oswaldo Cruz e Torneio Pan-Americano. Os números foram: 41 jogos, 30 vitórias, cinco empates e seis derrotas, um rendimento de 77,20%.[21]

Estreia: 21 de janeiro de 1945 (Brasil 3–0 Colômbia – Copa América, Santiago do Chile)
Despedida: 15 de março de 1953 (Brasil 1–0 Uruguai – Copa América, Lima).

Competições Internacionais Gols
Copa do Mundo FIFA 9 [22]
Copa América 13 [20]
Copa Rio Branco 6 [23]
Copa Rocca 3 [24]
Torneio Pan-Americano 2[carece de fontes?]
Total de gols 33

Existe uma grande controvérsia quanto aos gols que Ademir marcou pela Seleção Brasileira. Algumas fontes citam 32, outras 33 e algumas 37 gols em 41 ou 39 jogos pela Amarelinha.[25] Porém, no site oficial da entidade máxima do futebol, a FIFA diz que Ademir tem 31 gols e 39 partidas pelo Brasil.[1]

Ademir mantém uma marca histórica do futebol brasileiro. Até hoje nenhum brasileiro marcou tantos gols numa única Copa do Mundo FIFA – foram nove tentos em seis partidas.[26] No entanto, o site da FIFA diz que Ademir tem oito gols.[27]

A artilharia do Mundial de 1950, porém, não foi o suficiente. O Brasil perdeu o título mundial para o Uruguai, em um Maracanã com o público de 199 854 pessoas.

A revanche de 1950 editar

O Peñarol era a base da Seleção Uruguaia de 1950 (nove jogadores), e em 1951 o Vasco teve o gosto da vingança, principalmente para Maneca, que ficou de fora da decisão por contusão.

Para os vascaínos, era uma questão de honra. Maneca foi o destaque do jogo de 8 de abril de 1951, que entrou para a história como o "Jogo da Vingança", diante de 65 mil pessoas no Estádio Centenario, no Uruguai. Sua atuação foi considerada tão fantástica que a torcida do Peñarol aceitou a derrota por 3–0, e os jornais brasileiros e uruguaios só falavam em seu nome no dia seguinte. Ademir marcou o segundo e Ipojucan o terceiro aos 38' do segundo tempo.

Vasco: Barbosa; Augusto e Clarel; Eli, Danilo e Alfredo (Jorge); Tesourinha, Ademir (Ipojucan), Friaça (Jansen), Maneca e Dejair.
Peñarol: Maspoli; Matias Gonzales e Romero; J. C. Gonzales, Obdulio Varela e Oturme; Ghiggia, Hohberg, Miguez (Abadie), Schiafino e Vidal (Perez).
O árbitro foi o uruguaio Cataldi, auxiliado por Latorre e Otonelli.

Duas semanas depois, no Rio, no dia 22 de abril, o Peñarol perdeu a revanche, o Vasco venceu novamente, desta vez por 2–0.

E em 8 de julho de 1951, o Vasco enfrentou o Nacional, a outra grande equipe uruguaia pela I Copa Rio. Nova vitória por 2–0, e uma invencibilidade de mais de 20 partidas internacionais consecutivas.

Estilo de jogo editar

Seu estilo de jogo deu origem à posição de “ponta de lança”; sua versatilidade em atuar em qualquer posição do ataque e sua habilidade nas arrancadas a caminho do gol obrigou a adoção de novos sistemas de jogo pelos técnicos para tentar contê-lo.

Não tomava grande distância da bola para chutar, sem mudar o passo, partia para bola surpreendendo muitas vezes o goleiro.

No time que jogava, longos lançamentos eram feitos para aproveitar sua velocidade. No Vasco teve lançadores como Ipojucan e Danilo (“o Príncipe”).

Estatísticas editar

[29]

Clubes editar

Ano Clube Gols
1940 Sport 5
1941 22
1942 11
Total 38
1942 Vasco da Gama 15
1943 33
1944 22
1945 28
Total 98
1946 Fluminense 40
1947 36
Total 76
1948 Vasco da Gama 31
1949 55
1950 33
1951 21
1952 22
1953 11
1954 25
1955 15
1956 5
Total 218
Total na carreira 430

Títulos editar

[14][30]

Sport
Vasco da Gama
Fluminense
Seleção Carioca
Seleção Brasileira

Prêmios individuais editar

Artilharias editar

Curiosidades editar

  • Em 1997, a ALERJ concedeu a Medalha Tiradentes (Post Mortem) que teve autoria do Deputado Edmilson Valentim, publicado em 8 de agosto de 1997. O motivo da concessão: Foi um craque do Vasco da Gama e da Seleção Brasileira nas décadas de 40 e 50, recebendo durante sua vida diversos títulos.[31]
  • Ademir de Menezes assinou uma coluna sobre futebol no Jornal O Dia durante as décadas de 80 e 90.
  • A contratação pelo Vasco da Gama foi a primeira no futebol brasileiro em que um jogador importante recebeu luvas, um bônus pelo acerto.
  • Ademir de Menezes ainda é o jogador brasileiro que mais marcou em uma única edição de Copa do Mundo: nove gols, em 1950.[32]
  • Cursou odontologia nas instalações da antiga Faculdade de Medicina em Recife. Durante o curso, o qual nunca chegou a concluir, Ademir atuou pela Seleção de Medicina em diversos amistosos. Esta verdade é atestada pelo Dr. Lucídio José de Oliveira, escritor e pesquisador, o qual estudou medicina na década de 40 na mesma faculdade.
  • Ademir foi campeão pernambucano de natação na infância, estabelecendo vitórias espetaculares nas distancias curtas.[33]
  • Ademir era alto, fino de corpo e tinha as pernas alinhadas. No rosto sobressaía o queixo, daí o apelido de “Queixada”.

Ademir: Vasco x Flamengo

Neste jogo, um jogador pode se consagrar ou ser condenado ao ostracismo. Tudo depende do que acontecer em campo.”

Uma final entre Vasco e Flamengo correspondeu a uma final de Copa do Mundo FIFA: “A tensão nervosa é a mesma. Eu posso falar, pois já participei das duas. Ninguém consegue dormir direito, pois todos estão pensando no jogo do dia seguinte. Os jogadores só conseguem controlar seus nervos após o início da partida. Aí sim, ele esquece de tudo e só pensa em vencer. Com a bola rolando acaba a tensão e o jogador só escuta os gritos das torcidas, que fazem uma partida extra nas arquibancadas.”

Em 1949, jogando o Sul-Americano pela Seleção Brasileira, Ademir marcou quatro gols no goleiro paraguaio Garcia. Algum tempo depois, quando Garcia se transferiu para o Flamengo, Ademir sempre conseguia marcar no mínimo um gol. “Não que o Garcia não fosse bom goleiro, até pelo contrario. Ele era um ótimo goleiro, apenas eu dava sorte quando jogava contra ele”. Por isso Ademir chegou a ser chamado de "Carrasco do Flamengo".

Certa vez, ao retornar ao Maracanã para comentar no rádio um clássico entre Vasco e Flamengo ele afirmou que era imparcial em seus comentários, mas que sua alma estaria dentro de campo, com o uniforme do Vasco, “pois a alma de um jogador jamais sai de campo”.

Com 301 gols em 429 partidas, Ademir tornou-se o maior ídolo e artilheiro da história do Vasco da Gama, até ser ultrapassado em números de gols por Roberto Dinamite.

Sempre que encontrava novos valores, gostava de conversar e dar conselhos. Uma de suas lições era de que um jogador, por mais profissional que seja, nunca deve deixar de amar a camisa que veste.

“Especialmente uma camisa como a do Vasco, que é motivo de grande orgulho para quem tem o privilégio de vesti-la. É verdade que eu dei muito ao Vasco, tenho consciência disto. Mas o Vasco também me deu muito. Foi aqui neste clube que vivi os momentos mais importantes de minha vida. Daí este meu amor, esta minha torcida, este meu carinho todo. Sou um homem dominado pelo coração. E o meu coração é dominado pelo Vasco.”

Ver também editar

Referências

  1. a b «Ademir, Brazil's first attacking legend» (em inglês). Fifa.com. 25 de fevereiro de 2006. Consultado em 30 de outubro de 2017 
  2. «Vasco contou em sua jornada de dezoito partidas no campeonato oficial de 44, com a participação dos seguintes jogadores, cuja biografia apresentamos em rápidas linhas». O Globo Sportivo (323). Rio de Janeiro. 30 de outubro de 1944. p. 12. Consultado em 3 de novembro de 2021 
  3. «Opinião: o centenário de Ademir Menezes, um artilheiro no meu coração». ge.globo. 8 de novembro de 2021 
  4. Karoline Albuquerque (24 de junho de 2020). «Há 70 anos, Ademir Menezes marcava primeiro gol da Copa de 1950». Jornal do Commercio. Consultado em 26 de fevereiro de 2023 
  5. a b «Ademir… o Queixada da praia do Pina». tardesdepacaembu. 12 de março de 2013. Consultado em 26 de outubro de 2017 
  6. «Ademir de Menezes». Terceiro Tempo. Consultado em 26 de outubro de 2017 
  7. a b c d «Há exatos 20 anos, o artilheiro da Copa do Mundo de 1950 nos deixava. Mas os seus feitos são eternos». Goal.com/br. 11 de maio de 2016. Consultado em 26 de outubro de 2017 
  8. «1945: o ano em que São Januário virou o caldeirão da Portela». Globoesporte.com. 9 de fevereiro de 2018. Consultado em 12 de julho de 2018 
  9. «Ademir de Menezes, o Queixada, faria 89 anos nesta terça-feira». Club de Regatas Vasco da Gama. 14 de agosto de 2014. Consultado em 12 de julho de 2018 
  10. «Os dez maiores artilheiros da seleção brasileira em Copas». R7. 19 de abril de 2018. Consultado em 8 de julho de 2018 
  11. a b c «Maior artilheiro do Brasil em Copas é do Leão!». Site Oficial do Sport Recife. 15 de junho de 2011. Consultado em 30 de outubro de 2017 [ligação inativa]
  12. a b «Ademir Menezes, o Queixada». Jornal O Dia. 30 de março de 2014. Consultado em 26 de outubro de 2017 
  13. Lance! Série Grandes Clubes. Um século de paixão - Vasco da Gama - A história do clube da Cruz de Malta, pp. 33. 1998, Editora Abril.
  14. a b c d e «Craque Imortal – Ademir de Menezes». Imortaisdofutebol. 2 de dezembro de 2014. Consultado em 26 de outubro de 2017. Arquivado do original em 31 de agosto de 2017 
  15. «Ademir Marques Menezes». recantodasletras. 14 de fevereiro de 2014. Consultado em 28 de outubro de 2017 
  16. Mundo Deportivo (17 de janeiro de 1951). «(em castelhano) RESULTADO DE LA PULSACION para el "LIDER 1950" internacional». Consultado em 5 de agosto de 2020 
  17. «Ademir Menezes». Futebol 80. Consultado em 30 de outubro de 2017 
  18. «Ademir Menezes, 74, morre no Rio». Folha de S.Paulo. 13 de maio de 1996. Consultado em 28 de maio de 2023 
  19. Thiago Lavinas (25 de junho de 2011). «Blog Primeira Mão: Maiores artilheiros da Copa América». Consultado em 25 de junho de 2011 
  20. a b «Veja os maiores artilheiros da Copa América». Terra.com.br. 15 de junho de 2015. Consultado em 28 de outubro de 2017 
  21. «CBF News: Ademir Menezes, o artilheiro da Copa do Mundo de 1950». Consultado em 29 de Novembro de 2007. Arquivado do original em 2 de Dezembro de 2007 
  22. «Quadro de Medalhas». quadrodemedalhas.com. Consultado em 28 de outubro de 2017 
  23. «Título ainda não informado (favor adicionar)». jogosdaselecaobrasileira.wordpress.com. Consultado em 28 de Outubro de 2017. Arquivado do original em 29 de Outubro de 2017 
  24. «Copa Roca: A hegemonia brasileira (1945-1963)». Futebol Portenho. 6 de janeiro de 2011. Consultado em 28 de outubro de 2017 
  25. «Os 22 jogadores da Seleção na Copa do Brasil». Portal Brasil. 30 de junho de 2010. Consultado em 30 de outubro de 2017 
  26. «O homem que quase foi rei: irmão de Ademir Menezes lembra trajetória de artilheiro e vice-campeão da Copa de 50». Jornal O Globo. Consultado em 28 de outubro de 2017 
  27. «Perfil de Ademir» (em inglês). em torneios FIFA 
  28. «Os 10: Ademir, Vavá e Zequinha iniciam tradição de PE nas Copas». GloboEsporte.com. 19 de maio de 2014. Consultado em 28 de maio de 2023 
  29. http://futebol80.com.br/links/artilheiros/ademirmenezes.htm
  30. «Um craque: Ademir Marques de Menezes (27/02/2015)». Folha do Sul Gaúcho - Site Oficial  |  O seu portal de informação e opinião para Bagé e região. Consultado em 28 de maio de 2018. Arquivado do original em 29 de maio de 2018 
  31. «Projeto de Resolução nº 887/97». Alerj. Consultado em 30 de outubro de 2017 
  32. «Lendas da Copa». Jornal O Dia. Consultado em 30 de outubro de 2017. Arquivado do original em 11 de Abril de 2014 
  33. «Desvendando o Ademir». Blog Juca Kfouri. 10 de novembro 2012. Consultado em 30 de outubro de 2017 

Ligações externas editar

 
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