Nota: Se procura o filme de 1997 com Al Pacino, veja The Devil's Advocate.

Advogado do Diabo (Advocatus diaboli do latim) é uma antiga posição oficial dentro da Igreja Católica, o Promotor da Fé (do Latim Promotor Fidei) aquele que argumentava contra a canonização de um candidato, tentando descobrir quaisquer falhas de carácter ou deturpação das provas a favor da canonização (por exemplo, inconsistência nas provas dos supostos milagres, etc.).[1][2]

História editar

O ofício de Advogado do Diabo foi estabelecido em 1587[3] pelo Papa Sisto V e foi abolido pelo Papa João Paulo II em Janeiro de 1983, com o objectivo declarado de tornar o processo de santificação mais simples, mais rápido, menos caro e mais produtivo. A recolha de evidências passou a estar a cargo dos Bispos locais, e terminou a discussão legal entre o "advogado do Diabo" e os defensores da canonização. Para demonstrar a verdade sobre a vida do candidato, um Colégio de Relatores estava agora encarregado de examinar a causa.[4] Estas novas orientações causaram uma subida dramática no número de indivíduos canonizados:[5] cerca de 500 canonizados e mais de 1300 beatificados a partir desta data até 2005, enquanto apenas houvera cerca de 300 canonizações no período que vai de 1587 a 1983.[6] Isto sugere que os Advogados do Diabo, de facto, reduziam o número de canonizações. Alguns pensam que terá sido um cargo útil para assegurar que tais procedimentos não ocorressem sem causa merecida, e que a santidade não era reconhecida com muita facilidade.[carece de fontes?] A última palavra num processo de canonização pertence ao Papa em exercício.[7]

Em casos de controvérsia, o Vaticano pode ainda procurar o testemunho de críticos de um candidato à canonização. Um exemplo notável disto aconteceu em 2003, quando o ateu Christopher Hitchens, crítico declarado da Madre Teresa, que considerava uma fanática fundamentalista e uma fraude, foi entrevistado como parte das suas audiências de beatificação. [8][9] Madre Teresa foi declarada santa pelo Papa Francisco em Setembro de 2016.[10]

Hoje em dia o termo tem vindo a designar uma pessoa que discute a favor de um ponto de vista no qual não acredita necessariamente, mas que o faz simplesmente para apresentar um argumento oposto. Este processo pode vir a ser utilizado para testar a qualidade do argumento e identificar erros na sua estrutura.[11] Também designa aquele que defende pontos de vista que aparentemente são indefensáveis.[carece de fontes?]

Referências

  1. Fanning, William (1911). «Promotor Fidei». Catholic Encyclopedia. 12. Nova Iorque: Robert Appleton Company. OCLC 811253232. Consultado em 12 de julho de 2019 
  2. Woodward, Kenneth L. (1990). Making saints : how the Catholic Church determines who becomes a saint, who doesn't, and why. [S.l.]: Touchstone. p. 376 
  3. Burtsell, Richard (1907). «Advocatus Diaboli». The Catholic Encyclopedia (em inglês). 1. Nova Iorque: Robert Appleton Company. OCLC 875120339. Consultado em 19 de janeiro de 2018 
  4. Woodward 1990, p. 90-91.
  5. Leung, Rebecca (19 de outubro de 2003). «The Debate Over Sainthood». CBS News (em inglês). Consultado em 12 de julho de 2019 
  6. Stewart, Phil (18 de Fevereiro de 2008). «Vatican clarifies, updates saint making process». Reuters (em inglês) 
  7. Schmalz, Mathew. «Who becomes a saint in the Catholic Church, and is that changing?» (em inglês). The Conversation. Consultado em 16 de Janeiro de 2021 
  8. Leung, Rebecca (19 de Outubro de 2003). «The Debate Over Sainthood». CBS News (em inglês) 
  9. Hitchens, Christopher (20 de Outubro de 2003). «Mommie Dearest : The pope beatifies Mother Teresa, a fanatic, a fundamentalist, and a fraud». Slate (em inglês). ISSN 1091-2339 
  10. Sherwood, Harriet (4 de Setembro de 2016). «Pope Francis canonises Mother Teresa before St Peter's Square masses». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  11. «Devil's advocate meaning». The Idioms (em inglês). Consultado em 12 de julho de 2019 

Bibliografia editar

  • Woodward, Kenneth L. (1990). Making saints : how the Catholic Church determines who becomes a saint, who doesn't, and why. -Touchstone
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