Agostino Barbarigo

Agostino Barbarigo (141920 de setembro de 1501) foi o 74.º Doge de Veneza.[1] Conduzido ao poder pela nova nobreza em 1486, depois dos resultados obtidos na guerra contra Ferrara. Em 1495 organizou uma coligação anti-francesa para afastar Carlos VIII do território da Itália, obtendo esse resultado graças à batalha de Fornovo.[1] Durante o seu dogado, Veneza procurou territórios na Romanha e na Apúlia e anexou definitivamente a ilha de Chipre (1489).[1][2]

Agostino Barbarigo
Doge de Veneza
Agostino Barbarigo
Retrato de Barbarigo por Giovanni Bellini
Reinado 1486-1501
Antecessor(a) Marco Barbarigo
Sucessor(a) Leonardo Loredan
Nascimento 3 de junho de 1419
  Veneza, República de Veneza
Morte 20 de setembro de 1501 (82 anos)
  Veneza, República de Veneza
Sepultado em Igreja de Santa Maria da Caridade(Veneza)
Dinastia Barbarigo
Pai Francesco Barbarigo
Mãe Cassandra Morosini

Dogado editar

Guerras editar

Esteve em guerra contra os turcos (1499-1503). Com o sultão otomano Bajazeto II, sucessor de Maomé II, o Conquistador, as relações eram inicialmente cordiais. Mas em 1492 iniciaram-se as dificuldades: o sultão ofende-se com os despachos cifrados que o embaixador veneziano em Constantinopla enviava ao seu governo e intimou-o a deixar a cidade em três dias.

A rotura de relações diplomáticas acabou em guerra aperta. Os mercadores venezianos em Constantinopla foram presos (1499); e os bosníacos entraram na Dalmácia e chegaram às portas de Zara.

As duas frotas encontraram-se nas águas de Navarino e, apesar do resultado da batalha ser incerto, Lepanto caiu nas mãos dos otomanos. Em junho de 1499 Modon, no Peloponeso, foi atacada pessoalmente pelo sultão: de início houve resistência, mas após poucas semanas a cidade cedeu. Os otomanos massacraram toda a população sem qualquer piedade. Pouco depois também a cidade de Coroni sucumbia.

Para a República de Veneza foi um golpe gravíssimo, porque as duas cidades eram uma base e refúgio para os navios venezianos que navegavam até às costas do Levante.

A guerra duraria ainda quatro anos; a paz de 1503 significaria para a Sereníssima República a perda das duas fortalezas e da ilha de Santa Maura: na região do Peloponeso Veneza apenas mantinha Náuplia, Patras e Monemvasia.

Feitos editar

Durante o seu dogado, iniciaram-se os trabalhos que dotariam a Praça de São Marcos de alguns dos principais monumentos que hoje a caracterizam: em 1494 fazem-se as fundações para a Torre do Relógio de São Marcos e em 1495 para as Procuratie Vecchie.

Em 1 de fevereiro de 1499 o doge inaugurou o relógio na torre. A estátua do doge foi posta ao lado do leão de São Marcos, símbolo da própria cidade. A estátua seria destruída pelas tropas francesas após a invasão da cidade que ditaria o fim da República de Veneza.[3][4]

Precedido por
Marco Barbarigo
Doge de Veneza (74.º)
1486 - 1501
Sucedido por
Leonardo Loredano

Referências

  1. a b c «BARBARIGO, Agostino» (em italiano). Dizionario Biografico degli Italiani. Consultado em 20 de dezembro de 2013 
  2. Richard Cocke. «Doge Agostino Barbarico and the image of Cyprus». Zeitschrift für Kunstgeschichte (em inglês). jstor.org. p. 421-426. Consultado em 19 de dezembro de 2013 
  3. Howard, Deborah (2002). The Architectural History of Venice (em inglês) Revised & enlarged ed. [S.l.]: Yale University Press. p. 146–149. ISBN 0300090293 
  4. Giulio, Lorenzetti (1975). Venice and its Lagoon (em inglês) English ed. Trieste: [s.n.] p. 141–142 

Bibliografia editar

Ligações externas editar

 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Agostino Barbarigo