Alberto Carlos Almeida

cientista político brasileiro

Alberto Carlos de Melo Almeida (Maceió, 8 de março de 1966) é um cientista político, sociólogo, escritor e professor universitário brasileiro. Graduou-se Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1988 e seguiu seu mestrado e doutorado no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), onde foi orientado por Sérgio Abranches. Atualmente trabalha como professor adjunto na Universidade Federal Fluminense e pesquisador na Fundação Getúlio Vargas.[1][2]

Alberto Carlos Almeida
Alberto Carlos Almeida
Nome completo Alberto Carlos de Melo Almeida
Nascimento 08 de março de 1966 (58 anos)
Maceió, Alagoas
Nacionalidade brasileiro
Alma mater UFRJ, IUPERJ
Ocupação cientista político, escritor
Empregador(a) Instituto Brasilis
Orientador(es)(as) Sérgio Abranches

Almeida fundou um instituto de pesquisa especializado em análises de dados primários e secundários sobre a sociedade brasileira chamado Instituto_Análise, o que foi rebatizado Instituto Brasilis em 2018. A Brasilis é sediada em São Paulo e atua como fornecedora de dados e análises estratégicos para empresas que desejam aumentar sua rentabilidade.[2][3]

Alberto Almeida foi colunista da revista Valor Econômico durante dez anos e escreve para o Poder360.[2][4]. Possui um canal de análises políticas do app de mensagens instantâneas Whatsapp chamado "O Bastidor da Política", onde envia áudios periódicos sobre análises, situações e pesquisas acerca da política brasileira, em conjunto com o também cientista político Renato Janine Ribeiro. [5]

A Cabeça do Brasileiro (2007) editar

O livro traz o resultado de uma pesquisa de opinião que comprova empiricamente várias teses do antropólogo Roberto DaMatta e outros intelectuais. Por exemplo, o autor demonstra, por meio de dados e estatísticas, que o Brasil é uma sociedade hierárquica.[6] Para a maioria dos brasileiros, não há igualdade efetiva. Assim, um patrão é hierarquicamente superior a um empregado mesmo fora das relações de trabalho.

Atitude que empregado deveria ter se o patrão diz que
ele pode tomar banho na psicina do edifício
% dos brasileiros
Tomar banho na piscina 35
Agradecer e não tomar banho na piscina 65

Conforme os dados revelam, dois em cada três brasileiros acreditam não haver igualdade fora do ambiente de trabalho.

Atitude que um porteiro deveria ter ao ganhar na megassena % dos brasileiros
Comprar uma casa numa área rica da cidade 21
Continuar morando no mesmo bairro, em uma casa melhor 79

Conforme esse outro dado, um porteiro (provavelmente mulato, ou negro) permanece um porteiro, mesmo se ele se tornar rico. Sua posição na sociedade é bem definida, e ele não deveria ir para um bairro de classe alta.

Para Alemeida, a educação é a solução para esses (e vários outros) problemas. Conforme afirma, "mais riqueza e mais educação levam as pessoas a rejeitar a autoridade superior e a buscar formas de 'autoexpressão'. Pessoas mais educadas tendem a se afastar da autoridade superior e a rejeitar as relações sociais verticais em benefício de relações de poder mais horizontais."[7] Porém, "ainda é grande a parcela da população que compartilha uma visão de mundo 'arcaica'. Com a melhoria da escolaridade, seria possível ter mais "modernos", com uma mentalidade que possibilite a democracia.[8] Para o autor, "o país está em transformação, e ela depende da sala de aula".[9]

O autor demonstra que existe uma correlação entre hierarquia e autoritarismo. Isto é, pessoas que defendem certas posturas autoritárias (como a repressão a protestos contra o governo) são os mesmos que defendem posturas hierárquicas, como a relação entre patrão e empregado.[6]

Bibliografia editar

  • Como São Feitas as Pesquisas Eleitorais e de Opinião (2002)
  • Por que Lula? O contexto e as estratégias políticas que explicam a eleição e a crise (2006)
  • A Cabeça do Brasileiro (2007)
  • A Cabeça do Eleitor: estratégia de campanha, pesquisa e vitória eleitoral (2008)
  • Erros nas pesquisas eleitorais e de opinão (2009)
  • O Dedo na Ferida: menos impostos, mais consumo (2010)
  • Quem disse que não tem discussão? Política, religião e futebol (2012)
  • O Voto do Brasileiro (2018)
  • A Mão e a Luva: O que elege um presidente (co-autoria de Tiago Garrido) (2022)

Ver também editar

Referências

Bibliografia editar

Ligações externas editar