Alianza Americana Anticomunista

Alianza Americana Anticomunista ("Aliança Americana Anticomunista", "AAA", "Triple A") foi um grupo paramilitar de extrema-direita que operou principalmente na Colômbia entre 1978 e 1979.

Documento da Embaixada dos Estados Unidos detalhando a formação da AAA sob o BINCI do Exército Nacional da Colômbia.

Acusações contemporâneas e documentos desclassificados da Embaixada dos Estados Unidos vincularam a criação e operação deste grupo a membros de um batalhão do Exército Nacional Colombiano utilizando o nome Triple A como um rótulo.[1][2]

Fundação editar

Um relatório de 1979 da Embaixada dos Estados Unidos em Bogotá, Colômbia, detalha que, o então general Jorge Robledo Pulido e membros do Batallón Único de Inteligencia y Contrainteligencia "Charry Solano" (BINCI) estiveram diretamente envolvidos na criação da AAA. O relatório descreve um plano destinado "para criar a impressão de que a Alianza Americana Anticomunista estabeleceu-se na Colômbia, e estava se preparando para tomar medidas violentas contra os comunistas locais". [1][2]

Acusações e atividades editar

Em dezembro de 1978, a Alianza Americana Anticomunista bombardeou a sede do Partido Comunista Colombiano, e, posteriormente, o jornal do Partido Comunista Voz Proletaria. O bombardeio da sede do Partido Comunista deixou vítimas de acordo com o relatório da Embaixada dos Estados Unidos em 1979, que descreve as atividades contemporâneas da Triple A, como "mais adequadamente caracterizadas como golpes sujos" de abusos dos direitos humanos. [1]

O BINCI foi acusado de participar de uma série de outros atentados, sequestros e assassinatos contra esquerdistas e abusos dos guerrilheiros detidos entre os anos de 1978 e 1979. Em uma carta aberta publicada em 29 de novembro de 1980 pelo jornal mexicano El Día, cinco indivíduos identificados como ex-militares colombianos detalham uma série de atividades realizadas pelo pessoal do BINCI operando como Triple A. Entre os implicados nas operações do Triple A estão o então tenente Mario Montoya Uribe, que teria participado do atentado ao Voz Proletaria, e o então tenente-coronel Harold Bedoya, o comandante do BINCI que teria dado ordens para vários do pessoal envolvido. [3]

A publicação de 1992, El Terrorismo de Estado en Colombia, elaborada por uma coalizão de grupos de direitos humanos, que incluiu o movimento pacifista católico Pax Christi Internacional, repetiu as denúncias encontradas no artigo El Día.[4]

Avaliação dos Estados Unidos editar

Em 1999, a Agência de Inteligência de Defesa (DIA) concluiu que não havia evidências que sustentassem as acusações sobre o envolvimento do general Mario Montoya Uribe no Triple A, citando a informação como "uma campanha difamatória de ONGs que remonta 20 anos". [5] Esta negação levou à apreciação do pedido do Arquivo de Segurança Nacional e posterior desclassificação do documento da Embaixada de 1979.[2]

Referências

  1. a b c U.S. Ambassador Diego Asencio (fevereiro de 1979). «Document number: 1979Bogota01410» (PDF). United States Embassy in Bogotá, Colombia 
  2. a b c Michael Evans (1 de julho de 2007). «The Truth about Triple-A». National Security Archive 
  3. Teresa Gurza (29 de novembro de 1980). «Militares colombianos presos denuncian crimenes de colegas» (PDF). El Dia 
  4. «El Terrorismo de Estado en Colombia» (PDF). Various Human Rights Groups. 1992 
  5. Defense Intelligence Agency (DIA) (setembro de 1999). «Three leading candidates to become next military intelligence chief» (PDF). National Security Archive