Louis Amédée Eugène Achard (Marselha, 19 de abril de 1814Paris, 24 de março de 1875) foi um jornalista e romancista francês que se notabilizou pela escrita de romances de acção e de costumes, alguns dos quais atingiram grande popularidade. Embora indevidamente, é-lhe creditado ter inventado o romance tipo capa e espada. Foi também autor dramático, escrevendo peças de carácter romântico, ao gosto do tempo, que foram populares em França e noutros países do sul da Europa.[1]

Amédée Achard
Amédée Achard
Nascimento 19 de abril de 1814
Marselha, França
Morte 24 de março de 1875 (60 anos)
Paris, França
Nacionalidade francês
Ocupação jornalista, escritor
Principais trabalhos Como as Mulheres se Perdem e A Vergonha que Mata
Género literário romancista
Movimento literário Romantismo

Biografia editar

Quando criança, Amédée Achard mudou-se com a família para a Argélia, então colónia francesa, onde os pais montaram um negócio de mercearias. Trabalhou como vendedor no negócio da família e depois de uma curta estadia nos arredores de Argel, onde geriu uma exploração agrícola, mudou-se para Toulouse, onde trabalhou no gabinete da prefeitura, lugar onde também pouco tempo permaneceu. Acabou por se fixar em Marselha como jornalista do jornal Sémaphore, para o qual contribui com numerosos artigos, notas e crónicas.

Em 1838 muda-se para Paris, onde escreve para o periódico Vert-Vert, e depois pra o Entracte, o Charivari e, finalmente para o jornal Époque. Achard escreve uma quantidade descomunal de artigos, assinados por si e, nalguns casos por colegas falhos de inspiração. Colaborou com o jornal satírico Le Pamphlet. Paralelamente trabalha como feuilletoniste (folhetinista) para várias casas editores parisienses e publica, sob o pseudónimo de Grimm (em homenagem a Friedrich Melchior Grimm), a obra Lettres parisiennes, a sua primeira obra de grande impacto.

Provocou um duelo com um certo Fiorentino a quem acusava de o haver difamado, no decurso do qual fica gravemente ferido. Ainda a convalescer do ferimento, parte com o exército francês que invade a Itália nas funções de correspondente de guerra do Journal des Débats.

Achard conseguiu uma produção literária extraordinária: para além da sua abundante produção jornalística, ainda consegue escrever cerca de 30 peças para teatro e mais de 40 romances.

De toda a sua produção, o que mais popularizou Amédée Achard foram os seus romances de capa e espada, designação cuja invenção indevidamente lhe é atribuída, embora tenha sido criada por Ponson du Terrail poucos anos antes. Esta perene ligação à capa e espada é o resultado de Achard ter escrito o romance epónimo (La cape et l’épée) em 1875 e de ser um dos primeiros cultores do género.

 
Túmulo de Amédée Achard no Cemitério do Père-Lachaise

Achard conseguiu grande popularidade em França, vendo as suas obras traduzidas para várias línguas, incluindo o português. Entre os seus admiradores conta-se Alexandre Dumas. Para além dos romances de acção, Achard também escreveu romances populares de costumes, considerados hoje como romances cor-de-rosa.

No período da Revolução de Fevereiro de 1848, Achard foi também um activista político, publicando um panfleto revolucionário favoráveis ao campo conservador e realista.

Faleceu em Paris com 61 anos de idade.

Obra publicadas editar

Romances editar

É autor de cerca de 40 romances, entre os quais:

  • Belle-Rose 1847
  • Les Petits-fils de Lovelace 1854
  • La Robe de Nessus 1855
  • Maurice de Treuil 1857
  • Le Clos Pommier 1858
  • La Sabotière 1859
  • Les Misères d'un millionnaire 1861
  • Histoire d'un homme 1863
  • Les Coups d'épée de M. de La Guerche 1863 Reeditada por Phébus em 1991
  • Envers et contre tous 1874 (continuação da obra anterior) Reeditada por Phébus em 1991
  • Madame de Sarens 1865
  • La Chasse à l'idéal 1867
  • Marcelle 1868
  • La Cape et l'Épée 1875
  • Toison d'or 1875 (continuação da obra anterior)

Ensaios e viagens editar

  • Lettres adressées à un journal de Paris dont il était le correspondant durant la campagne d'Italie: Montebello, Magenta, Marignan (1859).

Teatro editar

Foi autor de três dezenas de peças da teatro.

Referências

  1. «Amédée Achard» (em francês). La Bibliothèque électronique du Québec. Consultado em 1 de agosto de 2007. Cópia arquivada em 11 de abril de 2007