Amazaspes I Arzerúnio

um nobre armênio do século VIII
 Nota: Para outros significados, veja Amazaspes.

Amazaspes I Arzerúnio (em armênio/arménio: Համազասպ Ա Արծրունի; romaniz.: Hamazasp A Artsruni; m. 7 de janeiro de 785[1]) foi um nacarar armênio do século VIII, chefe da família Arzerúnio e príncipe de Vaspuracânia. Era filho do príncipe Cacício I.

Amazaspes I Arzerúnio
Príncipe de Vaspuracânia
Amazaspes I Arzerúnio
Baixo-relevo de Amazaspes e Isaque no muro sul da Igreja de Altamar
Antecessor(a) Cacício I
Sucessor(a) Meruzanes II
Morte 7 de janeiro de 785
Nome completo  
Համազասպ Ա Արծրունի
Descendência Cacício II
Casa Arzerúnio
Pai Cacício I
Religião Cristianismo

Nome editar

Amazaspes é a variante latina e grega (Αμαζάσπες) do persa médio Hamazaspe (*Hamazāsp) que, em última análise, deriva do persa antigo Hamāzāspa. Embora a etimologia precisa de *Hamazāsp/Hamāzāspa permaneça sem solução, pode ser explicada através do avéstico *hamāza-, "colisão/confronto" + aspa-, "cavalo", ou seja, "aquele que possuía corcéis de guerra". Foi registrado em armênio (Համազասպ) e georgiano (ამაზასპ) como Hamazaspe (Hamazasp) e também foi latinizado e helenizado como Amazaspo (Amazaspus; Αμαζασπος).[2][3][4]

Vida editar

Amazaspes I aparece pela primeira vez em 770, quando foi capturado, junto de seu irmão Isaque I e seu pai Cacício I, pelo osticano da Armênia Solimão, provavelmente na Mesopotâmia, em retaliação às investidas de Cacício contra os muçulmanos. Apesar das ofertas de resgate, Cacício morreu na prisão em 772, mas seus filhos foram posteriormente libertos. Eles se recusaram a aderir à revolta de 775, que terminou na derrota armênia em Bagrauandena.[5]

Alguns anos mais tarde, depois duma nova revolta, o califa abássida Almadi (r. 775–785) ordenou a prisão dos irmãos Amazaspes I, Isaque I e Meruzanes II. Após três anos, o carrasco questionou-lhes se preferiam a morte ou a apostasia. Isaque e Amazaspes optaram pela morte, enquanto Meruzanes a apostasia.[5] Amazaspes I foi sucedido por seu irmão Meruzanes, que por sua vez foi sucedido por seu sobrinho Cacício II de quem nada se sabe, exceto que era pai de Amazaspes II, que por sua vez era pai de Asócio I, príncipe de Vaspuracânia em 863.[6]

Referências

  1. Toumanoff 1990, p. 101.
  2. Fausto, o Bizantino 1989, p. 378.
  3. Rapp 2009, p. 660.
  4. Rapp 2014, p. 164, 224.
  5. a b Settipani 2006, p. 320-321.
  6. Settipani 2006, p. 366.

Bibliografia editar

  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Rapp, Stephen H. (2009). «The Iranian Heritage of Georgia: Breathing New Life into the Pre-Bagratid Historiographical Tradition». Iranica Antiqua. 44. doi:10.2143/IA.44.0.2034389 
  • Rapp, Stephen H. Jr (2014). The Sasanian World through Georgian Eyes: Caucasia and the Iranian Commonwealth in Late Antique Georgian Literature. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 978-1-4724-2552-2 
  • Settipani, Christian (2006). Continuidade das elites em Bizâncio durante a idade das trevas. Os príncipes caucasianos do império dos séculos VI ao IX. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8 
  • Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle : Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila