Análise do comportamento aplicada

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A análise do comportamento aplicada ou análise comportamental aplicada, conhecida por sua sigla em inglês ABA (applied behavior analysis), é aplicação da psicologia comportamental que ficou muito conhecida no Brasil por sua adaptação para o ensino de crianças com transtorno do espectro autista (TEA)[1]. A análise do comportamento aplicada é uma aplicação científica devotada a entender e melhorar o comportamento humano[2]. Como aplicação científica, a análise do comportamento aplicada pode ser descrita como uma abordagem sistemática para entender comportamentos com relevância social. A história da ABA está profundamente enraizada nos trabalhos de Edward L. Thorndike, John B. Watson, Ivan Pavlov e B. F. Skinner, no entanto se atribui a criação da ABA e a fundação do periódico mais importante da área (Journal of Applied Behavior Analysis) à Baer, Wolf e Risley em 1968[3][4].

Em um programa ABA de qualidade, procedimentos de modificação de comportamento são claramente especificados. As instruções e dicas (prompts), reforçadores ("recompensas") e materiais que são usados para desenvolver cada habilidade são determinados individualmente para cada aluno.[5] Uma Análise do Comportamento deve ser sempre exercida por profissionais capacitados[6].

Princípios básicos

Comportamento: "Aquela parte da interação de um organismo com seu ambiente que é caracterizada pelo deslocamento detectável no espaço através do tempo de alguma parte do organismo e que resulta em uma mudança mensurável em pelo menos um aspecto do ambiente"[7]. Toda ação de um organismo é comportamento[2], sendo que falar, ouvir, sentir, dormir, sonhar, pensar, bater, correr, suar, ou seja, muito do que imaginamos como sendo ações mentais, ou orgânicas, sou entendidas como comportamento para os Analistas do Comportamento [8].

Estímulo:

Comportamento respondente: é aquele comportamento que tem a característica de ser eliciado por um estímulo. A relação seria estímulo-resposta (entenda-se o termo "resposta como correlato de comportamento", expressa da seguinte forma: S → R. Este tipo de comportamento pode ser condicionado (treinado) ou incondicionado (inato). Um exemplo clássico é o de Pavlov: ao observar cachorros em um canil ele percebeu que sempre ao levar comida o cachorro salivava, podemos expressar essa relação da seguinte forma S (comida) → R (salivar). Como experimento ele pensou em parear um estímulo neutro (sino), ao estímulo condicionado (comida) e avaliar se aquele assumia as mesmas propriedades do último. Temos então uma relação que após vários números de exposições de S (comida) junto de S (sino) na contingência, somente ao apresentar o S (sino) já produzia a R (salivação). Este é um trabalho de condicionamento de comportamento respondente[9].


Ver também editar


Referências

  1. LEAR, Kathy (2004). Help Us Learn: A Self-Paced Training Program for ABA Part I: Training Manual" (em inglês) 2 ed. Canadá: [s.n.] 
  2. a b Cooper, John O.; Heward, William L., 1949- (2007). Applied behavior analysis 2nd ed ed. Upper Saddle River, N.J.: Pearson/Merrill-Prentice Hall. ISBN 0131421131. OCLC 74942760 
  3. Baer, Donald M.; Wolf, Montrose M.; Risley, Todd R. (1968). «Some current dimensions of applied behavior analysis1». Journal of Applied Behavior Analysis. 1 (1): 91–97. ISSN 0021-8855. doi:10.1901/jaba.1968.1-91 
  4. Matson, Johnny L., ed. (2017). Handbook of Childhood Psychopathology and Developmental Disabilities Treatment. Col: Autism and Child Psychopathology Series. Cham: Springer International Publishing. ISBN 9783319712093. doi:10.1007/978-3-319-71210-9 
  5. GREEN, Gina. Análise Comportamental Aplicada ao Autismo (em inglês). Estados Unidos: [s.n.] 
  6. «ABA PARA O AUTISMO: PROTEJA O SEU FILHO! – ACBr». Consultado em 4 de junho de 2019 
  7. Greenspoon, Joel (outubro de 1993). «Review of Strategies and Tactics of Behavioral Research (2nd ed.) by J. M. Johnston and H. S. Pennypacker». The Behavior Analyst. 16 (2): 335–339. ISSN 0738-6729. doi:10.1007/bf03392641 
  8. Martin, Garry, 1941- (1996). Behavior modification : what it is and how to do it. [S.l.]: Prentice Hall. ISBN 013310947X. OCLC 32703720 
  9. Skinner, B. F. (Burrhus Frederic), 1904- (2003). Ciência e comportamento humano 11. ed ed. São Paulo (SP): Martins Fontes. ISBN 9788533619357. OCLC 817096808 

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