Andrónico II Paleólogo

Andrónico II Paleólogo (em grego: Ανδρόνικος Β' Παλαιολόγος) (25 de março de 125913 de Fevereiro de 1332), foi imperador bizantino entre 1282 e 1328.[1] Andrónico II Paleólogo era o filho sobrevivo mais velho do imperador Miguel VIII Paleólogo e de Teodora Ducena Vatatzina, sobrinha-neta de João III Ducas Vatatzes.

Andrónico II Paleólogo
Imperador e Autocrata dos Romanos

Andrónico II num fresco num mosteiro em Serres, Grécia.
Reinado 1261 - 11 de dezembro de 1328 (67 anos)
Consorte Ana da Hungria
Irene de Monferrato
Antecessor(a) Miguel VIII Paleólogo (sozinho)
Sucessor(a) Andrônico III Paleólogo
Nascimento 25 de março de 1259
  Niceia, Império Bizantino
Morte 13 de fevereiro de 1332 (72 anos)
  Constantinopla, Império Bizantino
Dinastia Paleólogo
Pai Miguel VIII Paleólogo
Mãe Teodora Ducena Vatatzina
Filho(s) Com Ana:
Miguel IX Paleólogo
Constantino Paleólogo
Com Irene:
João Paleólogo
Teodoro I de Monferrato
Demétrio Paleólogo
Simonida Paleóloga
Ilegítimas:
Irene
Maria

Vida editar

Andrónico II Paleólogo foi proclamado co-imperador em 1261, na sequência da reconquista de Constantinopla ao Império Latino pelo seu pai Miguel VIII, mas foi coroado apenas em 1272. Andrónico II tornou-se o único imperador em 1282 e repudiou imediatamente a união - extremamente impopular - da Igreja Ortodoxa com a Santa Sé de Roma, que o seu pai promovera, mas mostrou-se incapaz de resolver o cisma daí decorrente no seio do próprio clero ortodoxo até 1310. Andrónico II foi também atormentado por dificuldades económicas, e durante o seu reinado o valor do hipérpiro bizantino caiu catastroficamente enquanto a fazenda imperial cobrava até sete vezes menos receita fiscal (em numerário) do que anteriormente. Lutando para reduzir as despesas e aumentar as receitas, Andrónico II aumentou os impostos e cortou nas isenções fiscais, ao mesmo tempo que desmobilizava a armada bizantina, deixando assim o império cada vez mais dependente das repúblicas rivais de Veneza e de Génova.

Andrónico II procurou resolver alguns dos problemas do Império Bizantino através da diplomacia. Depois da morte da sua primeira mulher, o imperador casou-se com Irene de Monferrato (originalmente baptizada Iolanda), pondo assim um termo às pretensões dos Monferrato ao trono do Reino de Salonica. Andrónico II tentou também casar o seu filho mais velho e co-imperador Miguel IX Paleólogo com a imperatriz latina Catarina I de Courtenay, procurando desta forma reduzir ou mesmo acabar com as movimentações ocidentais para restaurar o Império Latino. Outra aliança matrimonial destinava-se a acabar com os conflitos territoriais com a Sérvia na região da Macedónia, com o imperador a casar a sua filha de cinco anos de idade Simonis com o rei Estêvão Milutin em 1298.

Apesar da solução dos problemas na Europa, Andrónico II enfrentava a oriente o colapso da fronteira bizantina na Ásia Menor. Depois do fracasso do co-imperador Miguel IX em travar o avanço dos Turcos na Anatólia em 1300, o governo bizantino contratou a Companhia Catalã dos Almogávares de Rogério de Flor (aventureiros oriundos de Aragão e da Catalunha) para combaterem os inimigos do império na Ásia Menor. Apesar de alguns êxitos iniciais, os catalães não conseguiram consolidar as suas conquistas. Envolveram-se em conflitos com Miguel IX e acabaram por se voltar contra os seus patrões bizantinos depois do assassínio de Rogério de Flor em 1305. Devastaram a Trácia, a Macedónia e a Tessália, à medida que avançavam para a Grécia latina. Ali conquistaram o Ducado de Atenas e Tebas. Os Turcos continuaram a avançar e a tomar territórios e praças bizantinas, e Bursa caiu em 1326. No final do reinado de Andrónico II a maior parte da Bitínia já estava nas mãos dos Otomanos de Osmã I e do seu filho Orcano I.

 
Hipérpiro de ouro de Andrónico II
(ajoelhando-se perante Jesus Cristo)

Quem tirou partido dos problemas do império foi Teodoro Esvetoslau da Bulgária, que derrotou Miguel IX e conquistou uma parte significativa do nordeste da Trácia entre 1305 e 1307. O conflito acabou com mais um casamento dinástico, desta vez entre Teodora Paleóloga, filha do imperador Miguel IX, e Teodoro. O comportamento dissoluto do filho de Miguel IX, Andrónico III, levou a uma cisão interna na família, e depois da morte de Miguel IX em 1320, Andrónico II afastou o seu neto da sucessão ao trono imperial, iniciando deste modo uma guerra civil que duraria até 1328 com algumas interrupções. O conflito propiciou a ingerência búlgara através de Miguel Asen III da Bulgária, que tentou capturar Andrónico II sob a artimanha de lhe enviar auxílio militar. Andrónico III entrou em triunfo em Constantinopla em 1328 e Andrónico II foi obrigado a abdicar e a confinar-se num mosteiro. Terminou os seus dias como monge em 1332.

Família editar

Em 1274, Andrónico II casou-se em primeiras núpcias em Ana da Hungria, princesa da Hungria, filha do rei Estêvão V da Hungria, com quem teve dois filhos:

Após a morte de Ana, em 1281, Andrónico II casou-se novamente em 1284 com Irene (Iolanda) de Monferrato, filha do marquês Guilherme VII de Monferrato, com quem teve:

Andrónico II teve também pelo menos duas filhas ilegítimas:

Referências

  1. Kleinhenz, Christopher (2017). Routledge Revivals: Medieval Italy (2004): An Encyclopedia (em inglês). II. Abingdon-on-Thames: Taylor & Francis. p. 1178. ISBN 9781351664431 

Bibliografia editar

 
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  • Oxford Dictionary of Byzantium, Oxford University Press, 1991.

Precedido por
Miguel VIII Paleólogo
 
Imperador bizantino

1282 - 1328
Sucedido por
Andrónico III Paleólogo