Annie Silva Pais (1 de dezembro de 1935 – 13 de julho de 1990) era filha de Fernando da Silva Pais (o último diretor da PIDE/DGS) e da sua mulher Armanda Palhota. Casada com o diplomata suíço Raymond Quendoz, é com ele que vai viver para Cuba, nos primeiros anos da revolução que derrubou Fulgêncio Batista. Aí, conhece o revolucionário Che Guevara e torna-se bastante próxima dele, eventualmente deixando o marido. Depois da Revolução de 25 de Abril de 1974, com o pai preso, regressa a Portugal, mas volta a Cuba em 1981, onde morre, em 1990.[1][2][3]

Annie Silva Pais
Nome completo Ana Maria Palhota da Silva Pais
Nascimento 1 de dezembro de 1935
Lisboa
Portugal
Morte 13 de julho de 1990 (54 anos)
Cuba
Nacionalidade português

Biografia editar

Ana Silva Pais nasceu em Lisboa a 1 de dezembro de 1935, filha única de Fernando da Silva Pais e da sua mulher Armanda Angelina Palhota da Silva Pais, e cresceu no Bairro das Colónias.[1]

Em 1960, conheceu o diplomata da Suíça Raymond Quendoz (de 36 anos) e casaram-se em três meses.[1] Apelidada de Annie pelo marido, mudou-se com ele para Cuba em 1962. Com tempo, começou a manifestar bastante entusiasmo pelos revolucionário, especialmente Che Guevara.[3]

Em 1965, desapareceu durante meses, pondo em causa a carreira do marido, que foi questionado se a sua mulher era uma espiã dos revolucionários, algo que nunca foi confirmado. Graças aos seus conhecimentos de alemão, francês, castelhano, inglês e português, consegue então a posição de tradutora-intérprete de Fidel Castro.[1][3]

Ao longo dos anos, a mãe tentou várias vezes convencer Annie a voltar ao país natal, tendo inclusive visitado a filha em Cuba, mas nunca teve sucesso, já que a filha só regressou a Portugal a 29 de dezembro de 1974 para ajudar o pai, então preso político da Terceira República Portuguesa.[1]

Em 1981, depois da morte do pai, viajou novamente para Cuba, onde 7 anos mais tarde lhe foi detetado um nódulo no peito. Os médicos recomendaram que fosse operado de imediato, mas Annie recusou devido a uma viagem de trabalho à Coreia do Norte. Foi finalmente operada quatro meses depois, mas é encontrado um cancro num estado já muito avançado. A 13 de julho de 1990, morreu então em Cuba, com 54 anos, sendo enterrada no cemitério Cólon em Havana.[1]

Na cultura popular editar

A vida de Annie Silva Pais foi o foco de uma reportagem de José Pedro Castanheira e Valdemar Cruz, feita depois de Castanheira ter ouvido falar de Annie numa entrevista ao embaixador Gonzaga Ferreira, que tinha trabalhado em Cuba.[1] Tal reportagem daria origem ao livro "A Filha Rebelde", dos mesmos autores, de forma a publicar todo o material que tinha ficado fora da reportagem.[4]

Desde então Annie Silva Pais já inspirou inúmeros livros e algumas adaptações.

Na peça de teatro "A Filha Rebelde", foi interpretada por Ana Brandão.[5] Já na série de televisão Cuba Libre, é interpretada por Beatriz Godinho.[6]

Referências