António Sena

pintor português

António Sena (Lisboa, 1941 — ) é um artista plástico e pintor português[1].

António Sena
Nascimento 1941
Lisboa
Nacionalidade Portugal portuguesa
Pintura - BL-HY, 1979, acrílico sobre tela, 183 x 122 cm

Biografia / Obra editar

Natural de Lisboa, António Sena estuda no Instituto Superior Técnico e na Faculdade de Ciências de Lisboa, mas desiste da via científica e estuda gravura na Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses, em Lisboa.

Expõe individualmente em 1964 e no ano seguinte participa nas primeiras mostras coletivas. Nesse mesmo ano parte para Londres como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, para estudar na Saint Martins School of Art (1965-1966), permanecendo em Inglaterra até 1975. Após o regresso a Lisboa leciona no Ar.Co (1978-1992).

Durante a permanência em Londres o seu trabalho inicial revela a influência da arte Pop, "tanto na paleta aberta, como nos conteúdos e técnicas, como ainda na referência ao real". A sua obra evolui depois para uma via diversa, fundada numa "grafia íntima, de claro automatismo gestual"[2], onde "a suavidade e pureza cromáticas se conciliam num registo caligráfico"; António Sena utiliza técnicas mistas, acrílicos, tintas de spray, escorridos e rasuras, povoando essas obras "tendencialmente abstratizantes"[3] de signos gráficos, cruzes, palavras, números.

Esse mundo de sinais estará novamente presente na década de 1970, mas associado a outras vias cromáticas e lumínicas: "a cor abre-se, em rasgões de luz. […] Surge a incorporação do cálculo, sobre telas tantas vezes negras, mimando ardósias escolares, onde a escrita e o desvendamento do saber […] se inscrevem e apagam". Irá dar continuidade a essa via para depois, já na última década, se envolver em experiências cromáticas mais aproximáveis aos tons terra, castanhos, ocres, onde se sente a "emergência de um claro sentido de angústia" associada à nossa condição mortal. Obedecendo a uma consciência do fim, a sua paleta barrosa dos últimos anos pode ser vista como uma "metáfora para o pó de onde vimos e ao qual regressamos"[4].

Em 2002 expõe no Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa[5]; e no ano seguinte realiza-se uma importante exposição antológica no Museu de Arte Contemporânea de Serralves.

Em 2011 recebeu o Grande prémio Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante[6].

Referências

  1. Instituto Camões – António Sena
  2. Ferreira, Emília – António Sena. In: A.A.V.V. – Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão: Roteiro da coleção. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, p. 214. ISBN 972-635-155-3
  3. Melo, Alexandre – Arte e artistas em Portugal. Lisboa: Bertrand Editora; Instituto Camões, 2007, p. 162. ISBN 978-972-25-1601-3
  4. Ferreira, Emília – António Sena. In: Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão: Roteiro da coleção. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, p. 214, 215.
  5. António Sena: Pintura / Painting CAM – Fundação Calouste Gulbenkian
  6. António Sena, Grande prémio Amadeo de Souza-Cardoso, 2011