Arábia Deserta (do latim, Arabia Deserta) é o nome dado por Ptolemeu (90–168), à região ocupada pelo deserto interior da Península Arábica. O qualificativo deserta, dado à região, servia para distingui-la da Arábia Feliz e da Arábia Pétrea. Apesar dessa denominação, a Arabia Deserta não era uma região ocupada apenas por povos nômades: segundo Ptolemeu, lá existiam 39 cidades. A região pode ser assimilada ao território que Plínio o Velho situava entre a antiga cidade de Dumatal Jandal (na atual província saudita de Jaufe) e o Golfo Pérsico.[2]

A Arabia Deserta (área verde) na "Carta das três Arábias - extraída em parte do Árabe da Núbia; em parte, de diversos outros autores". Por Nicolas Sanson, 1654[1]

A presença contínua de povos árabes fora da Península Arábica é bem atestada na Antiguidade, chegando até a Mesopotâmia - em torno da cidade de Hatra, a leste da Síria, onde se conhece um "rei dos Árabes", e nas proximidades de Dura Europo. Nem todos esses povos eram tampouco nômades, embora as fontes antigas falem às vezes de 'árabes escenitas' (em grego: σκενίται; romaniz.:skenitai, denominação dada pelos gregos e que significa "aqueles que vivem em tendas") ou gostem de descrever os sarracenos (em latim: saraceni) como nômades irredutíveis. A presença de árabes é igualmente bem atestada no Egito, na época romana, particularmente como integrantes das legiões.

Dado que os exércitos romanos obtiveram uma vitória nessa região, o imperador ostentava o título de Arabicus, ou seja, 'vencedor dos árabes', como foi o caso de Sétimo Severo.

Referências

Bibliografia editar

  • (em inglês) G.W. Bowersock, "The three Arabias in Ptolemy's geography" et "Arabs and Saracens in the Historia Augusta". In G.W. Bowersock, Studies on the Eastern Roman Empire, Goldbach, 1994.
  • (em inglês) F. Millar, The Roman Near East, Londres, 1994, pp. 514 sq.
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