Araujia sericifera

A araujia sericifera Brot., conhecida pelos nomes comuns de pepino-de-seda[2] e timbo[2], é uma espécie de plantas perenes, com o hábito de pequenas lianas, pertencentes ao género Araujia da família Apocynaceae, nativas das regiões subtropicais da América do Sul.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAraujia sericifera
pepino-de-seda, timbo
Araujia sericifera
Araujia sericifera
Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: Angiospermae
Clado: Eudicots
Clado: Asterids
Ordem: Gentianales
Família: Apocynaceae
Subfamília: Asclepiadoideae
Género: Araujia
Espécie: A. sericifera
Nome binomial
Araujia sericifera
Brot.
Sinónimos
  • Araujia albens (Mart.) G.Don 1837.
  • Araujia calycina Decne. 1844.
  • Araujia grandiflora (Mart.) Morong Ann. 1893.
  • Araujia hortorum E.Fourn. 1885.
  • Araujia sericifera f. calycina (Decne.) Malme 1909.
  • Araujia sericifera f. hortorum (E.Fourn.) Malme 1909.
  • Araujia sericifera var. hortorum (E.Fourn.) Malme 1900.
  • Physianthus albens Brot.Mart. 1824.[1]
Vista lateral de uma flor de Araujia sericifera.
Flores de Araujia sericifera.

A espécie é utilizada como planta ornamental, mas tornou-se espécie invasora em algumas regiões da África do Sul. Pertence ao tipo fisionómico dos microfanerófitos.[2]

Nomes comuns editar

Também dá pelos seguintes nomes comuns: planta-cruel[2]; chuchu-do-mato[2]; paina-de-seda[2] e sumaúma-bastarda [2] (não confundir com a Gomphocarpus fruticosus, que com ela partilha este nome[3]).

Taxonomia editar

A espécie foi descrita em 1818[4] pelo botânico português Félix de Avelar Brotero que criou o nome genérico Araujia em homenagem a António de Araújo e Azevedo, o 1.º conde da Barca (1754–1817), um botânico amador que que realizava estudos científicos e experiências no seu próprio jardim botânico. O epíteto específico sericifera ("que produz seda") atribuído à espécie alude aos longos tricomas sedosos que rodeiam as sementes no interior dos frutos.

Descrição editar

A araujia sericifera é uma liana que pode trepar até 5-7 m de altura. Quando cortados, os caules desta planta exsudam uma seiva leitosa com um cheiro desagradável.

As folhas são opostas, grosseiramente triangulares, com 10–12 mm de comprimento, margens inteiras, verde-escuro na página superior, acinzentadas na página inferior, com brilho ceroso e ligeiramente carnudas.

Os caules entrelaçantes produzem numerosas flores bissexuais em forma de cálice, muito fragrantes, com cerca de 2 cm de diâmetro, com cinco pétalas de aspecto cremoso, esbranquiçadas ou com uma ligeira coloração rosada ou violácea. As flores são entomófilas sendo polinizadas por borboletas, traças e abelhas. Apesar disso são capazes de autopolinização. O período de floração estende-se de Julho a Setembro.

Os frutos são grandes, em forma de pêra, podendo atingir de cerca de 8–10 cm de comprimento. Os frutos contêm numerosas sementes anemófilas negras, rodeadas por longos pêlos sedosos esbranquiçados que lhes permitem fácil dispersão pelo vento.

As lianas são de rápido crescimento, podendo cobrir as copas de uma floresta em dois ou três anos, competindo com as árvore por luz, água e nutrientes. A presença da espécie danifica as árvores por aquela competição e por o entrelaçamento ser tão forte em torno dos ramos que provoca o anelamento.[5]

Distribuição editar

A espécie é originária das regiões subtropicais da América do Sul, mas foi introduzida na Europa e em muitas outras regiões temperadas como planta ornamental, mas é actualmente considerada uma erva daninha e, nalgumas regiões, uma espécie invasora. A sua distribuição actual inclui o sul da Europa, a África do Sul, algumas regiões da América do Norte (Califórnia, Geórgia), diversas regiões da América do Sul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai), Austrália, Nova Zelândia[6] e os arquipélagos da Macaronésia.

A espécie prefere habitats ensolarados, embora tolere um ensombramento moderado, sendo comum em áreas ruderalizadas (entulhos, margens de caminhos e de campos), em zonas rochosas e com penhascos e ainda nas margens de cursos de água, periferia de florestas e em clareiras. Nas regiões subtropicais ocorre entre os 0–1800 m acima do nível médio do mar.

A planta pode ser usada como fonte alternativa de alimento para as lagartas das borboletas-monarca.[7][8] Apesar de se desconhecer a ocorrência natural de lagartas de borboleta-monarca em plantas desta espécie, as lagarta alimentam-se facilmente das suas folhas quando não têm acesso a Asclepias physocarpa.[9]

Galeria editar

Referências editar

  1. Sinónimos em wikispecies
  2. a b c d e f g «Jardim Botânico UTAD | Araujia sericifera». webcache.googleusercontent.com. Consultado em 30 de dezembro de 2020 
  3. «Dicionário Online - Dicionário Caldas Aulete - Significado de sumaúma-bastarda». aulete.com.br. Consultado em 13 de setembro de 2021 
  4. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 27 Sep 2014 <http://www.tropicos.org/Name/2602926>
  5. CDFA EncycloWeedia.
  6. Araujia sericifera - moth plant, Royal New Zealand Institute of Horticulture. Copied from Ian Popay, Paul Champion & Trevor James, An Illustrated Guide to Common Weeds of New Zealand. ISBN 0-473-09760-5.
  7. «Alternative Monarch foodplants». nzButterfly.info. Consultado em 8 de fevereiro de 2013 
  8. «Monarch butterflies». Sciencelearn Hub. Consultado em 8 de fevereiro de 2013 
  9. «Food-Plants of 'Monarch' Butterfly Larvae». NZETC. Consultado em 8 de fevereiro de 2013 
  • Syst. veg. 6:120. 1820 (R. Brown, Asclepiadeae 41. 1810; Mem. Wern. Nat. Hist. Soc. 1:52. 1811, nom. inval.)
  • Tutin TG, Heywood VH, Burges NA, Moore DM, Valentine DH, Walters SM and Webb DA (1964/80) Flora Europeaea, Vol 1-5. Cambridge University Press, Cambridge (GB).

Ligações externas editar

 
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