Conhece-se como marinha, arte marinha ou gênero de marinha qualquer forma de arte figurativa (pintura, desenho ou escultura, por exemplo) cuja inspiração principal é o mar. Além de representações do alto-mar, de batalhas navais ou de tipos de embarcações, pode-se incluir neste gênero paisagens de lagos, rios e estuários, cenas de praia, entre outras.

O navio-almirante Christianus Qvintus na Batalha da Baía de Køge, 1 de julho 1677. Uma das últimas pinturas a óleo do pintor dinamarquês Christian Mølsted (1862-1930).

Mesmo não sendo um gênero pictórico de primeira ordem (segundo cânones hierárquicos academicistas de origem francesa), teve um especial desenvolvimento na Europa entre os séculos XVII e XIX.

Origens e evolução editar

O mar tem sido um tema recorrente na arte e, sobretudo, na pintura. Já na antiga Grécia, elementos marinhos enfeitavam ânforas e outros objetos decorativos. Com o tempo, pintores como Canaletto, Willem van de Velde, o Velho, Claude Joseph Vernet, Turner, Iván Aivazovski, Hokusai, Manet, Monet, Sorolla, Homer, Childe Hassam, Joaquín Mir, entre muitos outros, têm dedicado ao mar parte essencial de sua obra.

Barcos e embarcações representaram-se na arte desde a antiguidade, mas a marinha só começou a se converter num gênero, com artistas especializados, para o final da Idade Média. Na Era Moderna, destacou-se a pintura holandesa do século XVII, como reflexo da importância do comércio exterior e o poder naval daquela república, importância que pelo mesmo conceito herdaria depois a pintura britânica. O romantismo, recuperou a temática do mar e da costa, dando como fruto uma das épocas mais brilhantes da pintura na História e produzindo a muitos de seus melhores pintores de paisagens, sobretudo entre alemães e ingleses. Nos séculos seguintes, Rússia e Estados Unidos geraram importantes escolas paisagistas com especial desenvolvimento dos temas do mar. As novas correntes originadas em na França, o plenairismo, e a revolução técnica do impressionismo e seus seguidores, acrescentaram novos aspectos renovadores às pinturas de marinhas.[1]

No grande mercado da arte, a pintura tradicional de marinhas tem seguido as pautas e convenções holandesas até a atualidade.

Referências

  1. Mussapi, Roberto. Mar en la pintura. Barcelona, Lunwerg, 2007. ISBN 978-84-9785-393-4