Os bálcaros (em carachai-balcar: Малкъарлыла ou Tаулула, romanizado: Tawlula, lit. 'Alpinistas')[3] são um povo turco da região do Cáucaso, uma das populações titulares de Cabárdia-Balcária. Sua língua carachaio-bálcara é um dos subgrupos ponto-caspianos do grupo noroeste (quipechaco) de línguas turcas.

Bálcaros
Малкъарлыла
Músicos bálcaros tocam em celebração do 15° aniversário da Cabárdia-Balcária (1936)
População total

116 200[1]

Regiões com população significativa
 Rússia 111 000 [1]
       Cabárdia-Balcária 104 951 (2010) [2]
Cazaquistão 2 300 [1]
 Quirguistão 1 400 [1]
 Uzbequistão 900 [1]
 Estados Unidos 600 [1]
Línguas
Carachaio-bálcaro, cabardiano, russo
Religiões
Islão sunita
Etnia
Túrquicos
Grupos étnicos relacionados
Carachais, cumiques, circassianos

Identidade editar

Os bálcares modernos se identificam como um povo turco, que compartilha sua língua com os carachais de Carachai-Circássia e têm fortes semelhanças linguísticas com cumiques do Daguestão.Às vezes, bálcares e carachais são referidos como uma única etnia.[4]

A maioria dos bálcares adotou o Islã no século XVIII devido ao contato com os cumiques,[5] circassianos, nogais e Tártaros da Crimeia.[6][7] Os bálcares são considerados profundamente religiosos. A ordem Sufi Qadiriya tem forte presença na região.[7]

Em 1944, o governo soviético deportou à força quase toda a população bálcar para o Cazaquistão, Quirguistão e o Oblast de Omsk na Sibéria. Começando em 8 de março de 1944 e terminando no dia seguinte, o NKVD carregou 37.713 bálcares em quatorze escalões de trem com destino à Ásia Central e à Sibéria. O regime de Stalin colocou os exilados balcares sob restrições especiais de assentamento idênticas às que havia imposto aos deportados russo-alemães, calmucos, carachais, chechenos e inguches. Em outubro de 1946, a população balcarense havia sido reduzida para 32.817 devido a mortes por desnutrição e doenças. Os bálcares permaneceram confinados pelas restrições especiais de assentamento até 28 de abril de 1956. Somente em 1957, porém, eles puderam retornar à sua pátria montanhosa no Cáucaso. Durante 1957 e 1958, 34.749 bálcares voltaram para casa.[8]

Referências

  1. a b c d e f «Balkar people group in all countries | Joshua Project». joshuaproject.net. Consultado em 23 de janeiro de 2023 
  2. Официальный сайт Всероссийской переписи населения 2010 года. Информационные материалы об окончательных итогах Всероссийской переписи населения 2010 года (em russo)
  3. Peter B. Golden (2010). Turks and Khazars: Origins, Institutions, and Interactions in Pre-Mongol Eurasia. [S.l.: s.n.] p. 33 
  4. Процесс и этапы формирования карачаево-балкарского этноса и развитие этнической и религиозной идентичности. Джантуева Ф.Р., 2010
  5. Народы Центрального Кавказа и Дагестана: этнополитические аспекты взаимоотношений (XVI-XVIII вв.), Р.М. Бегеулов, 2005
  6. Akiner, Shirin (1986). Islamic Peoples Of The Soviet Union (em inglês). [S.l.]: Routledge. 227 páginas. ISBN 978-1-136-14266-6 
  7. a b Bennigsen, Alexandre; Wimbush, S. Enders (1986). Muslims of the Soviet Empire: A Guide (em inglês). [S.l.]: Indiana University Press. 203 páginas. ISBN 978-0-253-33958-4 
  8. N. F. Bugai, ed., Iosif Stalin - Lavrentiiu Berii: "Ikh nado deportirovat;": Dokumenty, fakty, kommentarii (Moscow: "Druzhba narodov," 1992). Doc. 64, pp. 279–280.

Bibliografia editar

  • Golden, Peter B. (2013). "Balkar". In Fleet, Kate; Krämer, Gudrun; Matringe, Denis; Nawas, John; Rowson, Everett (eds.). Encyclopaedia of Islam, THREE. Brill Online. ISSN 1873-9830
  • Robert Conquest, The Nation Killers: The Soviet Deportation of Nationalities (Londres: MacMillan, 1970) (ISBN 0-333-10575-3)
  • Alexander Nekrich, The Punished Peoples: The Deportation and Fate of Soviet Minorities at the End of the Second World War (Nova Iorque: W. W. Norton, 1978) (ISBN 0-393-00068-0)