Batalha (Alagoas)

Município brasileiro do estado de Alagoas

Batalha é um município brasileiro do estado de Alagoas. Localiza-se a uma latitude 09º40'40" sul e a uma longitude 37º07'29" oeste, estando a uma altitude de 120 metros. Sua população estimada em 2004 era de 15 705 habitantes.

Batalha
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Batalha
Bandeira
Brasão de armas de Batalha
Brasão de armas
Hino
Gentílico batalhense
Localização
Localização de Batalha em Alagoas
Localização de Batalha em Alagoas
Localização de Batalha em Alagoas
Batalha está localizado em: Brasil
Batalha
Localização de Batalha no Brasil
Mapa
Mapa de Batalha
Coordenadas 9° 40' 40" S 37° 07' 29" O
País Brasil
Unidade federativa Alagoas
Municípios limítrofes Major Isidoro, Belo Monte, Jaramataia, Traipu, Jacaré dos Homens
Distância até a capital 186 km
História
Fundação 1947 (77 anos)
Administração
Prefeito(a) Marina Thereza Cintra Dantas (MDB, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 321,131 km²
População total (IBGE/2010[2]) 17 076 hab.
Densidade 53,2 hab./km²
Clima semi-árido
Altitude 120 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000[3]) 0,609 médio
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 73 569,929 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 4 396,17

História editar

O município de Batalha era, no início, conhecido por Belo Monte, situado à margem do rio São Francisco. O nome Batalha foi dado, segundo a lenda, por causa de uma luta entre soldados da polícia estadual e fanáticos seguidores de um leigo que dominava o local através da religião

Surge o Beato Franciscano

Foi em 1936 que Antônio iniciou sua incumbência determinada por um sonho. Escolheu um monte, conhecido como Serrinha — Serra do Bom Jesus, próxima ao povoado de Belo Monte, hoje Batalha em Alagoas —, e lá se abrigou em um casebre de pau-a-pique. No entorno, plantou uma pequena horta e um roçado de milho e feijão.

Sempre com um crucifixo na mão direita e vestindo um hábito negro com um enorme rosário pendurado no pescoço, o Beato pregava que “era chegada a hora da penitência”. Para alguns, era a reencarnação do Padre Cícero, falecido há menos de dois anos, em julho de 1934.

O próprio Beato fortalecia essa ideia ao sempre reafirmar ser um dos discípulos do líder religioso e político do Juazeiro. Em parte era verdade, considerando que ele foi seu apadrinhado quando recebido no Ceará e internado no Convento das Chagas.

O início da sua popularidade na região foi atribuído ao fato de ter indicado a um vaqueiro onde estaria sua vaca desaparecida. A história se espalhou e o “homem de batina negra” passou a ser procurado por seus poderes.

As suas pregações rapidamente se transformaram em cultos para centenas de pessoas desassistidas naquela região sertaneja. Expulsos de suas terras, alguns deles passaram a morar na Serrinha dando início a um povoado.

Esses sertanejos deixavam de trabalhar nas fazendas locais, dificultando para os seus proprietários a contratação de mão-de-obra. Logo surgiram argumentos sobre os riscos daquele povoado de fanáticos, onde já havia sido erguida uma cruz, lembrando o exemplo de Canudos, na Bahia.

No início de 1938 uma multidão frequentava a Serrinha e os fazendeiros resolveram agir para acabar com aquela possível ameaça aos seus interesses. Utilizaram o padre da igreja local para enviar uma carta ao governador Osman Loureiro relatando que havia um aglomerado com aproximadamente 300 cangaceiros, praticando desordens e ameaçando tomar a cidade, além de se ter um beato aliciando trabalhadores e exercendo ilegalmente a medicina.

Como eram denunciados como cangaceiros, o governador mandou investigar e enviou o então major Lucena Maranhão para conhecer o local. Famoso por seus embates com cangaceiros, Lucena e seus soldados matariam Lampião e alguns dos seus seguidores em Angicos, no mês seguinte.

Em maio de 1938, acompanhado por seis policiais, Lucena foi até a Serrinha, abordou o Beato e dele ouviu os objetivos de sua pregação. O Franciscano explicou que não tinha nenhum interesse em prejudicar ninguém. Lucena, por via das dúvidas ordenou que todos fossem revistados.

O Beato concordou, mas disse que nada seria encontrado pois era uma das suas recomendações que ninguém deveria portar arma na Serrinha. De fato, nada se encontrou e no relatório do militar ao governador, Lucena fez constar que não encontrou irregularidade nenhuma e que, na verdade, era um grupo de fanáticos religiosos.

Entretanto, Lucena orientou ao Beato para deixar o local e que ao fazer isso, naturalmente o grupo se dispersaria evitando que a situação se agravasse. Propôs então que fossem juntos até Santana do Ipanema para conversarem com o padre José Bulhões, quando foi informado que seu assassinato estava sendo tramado e convencido a deixar definitivamente Serrinha.

A freguesia foi criada em 1855 sob as bênçãos de Nossa Senhora do Bom Conselho. Fez parte de Traipu até 1887 quando foi levada à condição de vila. Posteriormente, foi município com nome de Belo Monte. Somente em dezembro de 1947, uma lei estadual transferiu a sede do então município de Belo Monte para a Vila da Batalha.

O Rio Ipanema, que corta toda região, é seu principal acidente geográfico. Batalha é pólo centralizador da chamada Bacia Leiteira. A cidade tem como pontos atrativos a Serrinha Via Sacra, o Monumento ao Cinquentenário e o Parque de Exposições. Seus principais eventos são: a festa da padroeira, Nossa Senhora da Penha (30 de agosto a 8 de setembro) e a Exposição Agropecuária (em outubro).

ECONOMIA

Praticamente toda a base da economia do município consiste na agropecuária. Situada na bacia leiteira alagoana, Batalha e seus habitantes já tiveram melhores dias. Constantes alterações climáticas interferiram anos seguidos na renda das famílias da região. Vários produtores quebraram - só os pequenos, os grandes conseguiram anistia de grandes valores de empréstimos bancários em tenebrosas transações com bancos públicos.

O maior empregador da cidade é o CAMILA, cooperativa que agrega os produtores rurais da região e de várias cidades vizinhas. Recentemente, após uma longa pendenga jurídica, o CAMILA mudou de direção, assumindo como novo presidente o prefeito de Belo Monte, cidade vizinha. Até aí tudo bem, se não fosse o fato do CAMILA tradicionalmente ser um trunfo na mão dos coronéis locais, que manejam seus empregados e os trocam ou mantém a depender de suas necessidades eleitorais. Sem um braço local na direção da cooperativa, é obscuro o futuro dos empregados desta que votam em Batalha.

Em 23 de janeiro de 2009 o CAMILA fechou as portas, deixando empregados buscando outras atividades para sua sobrevivência.[5]

De setembro a janeiro o clima é notoriamente mais hostil. O intenso calor do dia é contrastado com o frio da noite, lembrando mesmo um clima de deserto. O rio local - "Ipanema" - parece não ser perene, e em épocas de pouca chuva praticamente desaparece. Por ser uma região de sertão, segue a regra das cidades vizinhas: bastam três dias de chuva para a paisagem local mudar completamente, tingindo de verde um cenário muitas vezes seco.

Referências

  1. IBGE (10 outubro 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 dezembro 2010 
  2. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dezembro 2010 
  5. http://gazetaweb.globo.com/v2/gazetadealagoas/texto_completo.php?cod=141623&ass=59&data=2009-02-01

Ligações externas editar

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