Benedito dos Santos Lima

Benedito dos Santos Lima, conhecido como Bembem (São Bernardo, 27 de maio de 1893 - Rio de Janeiro, 21 de agosto de 1958), foi um jornalista, historiador, comerciante e contista, brasileiro.

Benedito dos Santos Lima
Pseudónimo(s) Bembém
Nascimento 27 de maio de 1893
São Bernardo
Morte 21 de agosto de 1958
Rio de Janeiro
Residência Parnaíba (Piauí)
Nacionalidade brasileiro
Ocupação jornalista, historiador, comerciante e contista
Principais trabalhos Almanaque da Parnaíba. Jornal Aljava.
Prêmios Patrono da cadeira n° 3 da Academia Parnaibana de Letras.

Patrono da cadeira n° 19 do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba.

Biografia editar

Filho de José Estevão dos Santos Lima e Genuína Correia Lima, fundou o Almanaque da Parnaíba (então Almanack da Parnahyba), sendo o primeiro livro impresso em Parnaíba, em agosto de 1923 e editou o anuário por 18 anos, das edições de 1924 à 1941. [1] [2] [3] [4] [5]. Pai do engenheiro Orfila Lima dos Santos. [6]

Foi proprietário da Mercearia Bembem, localizada na Rua Duque de Caxias em Parnaíba (Piauí), local onde jovens poetas se reuniam e debatiam os mais variados temas. O Almanack da Parnahyba era uma lembrança aos fregueses da Mercearia. [7] [8] [9][10]

Sólima Genuína dos Santos fundamenta que: "Sua Mercearia era bastante frequentada. Os homens cultos, lá se reuniam, formando debates sobre assuntos diversos, estabelecendo-se verdadeiras “tertúlias intelectuais” Estes tipos de encontros ocorreram regularmente [...] Tratando-se de Benedicto dos Santos Lima, um apaixonado pela leitura instrutiva, não poderia faltar na Mercearia uma estante de livros, os mais diversos. Livros que eram lidos e decodificados na mente de seu dono e lá fixando o seu rico conteúdo numa “prodigiosa memória". Bembém comprava tantos livros pudesse, formando ao redor de si uma biblioteca que crescia dia após dia ."[11][12] Em 1945, co-editou o Livro do Centenário de Parnaíba.[13] [14][15]

Foi membro da Academia Charadística Luso-Brasileira do Rio de Janeiro. Foi gerente do Jornal A Praça, diretor e proprietário do Jornal Aljava (publicado de 31 de janeiro de 1936 à 24 de dezembro de 1957), fundador da Biblioteca da Criança, primeiro Presidente da Associação Profissional dos Jornalistas da Parnaíba e membro da Associação Brasileira de Imprensa. [16] [15] [17] [7]

É o patrono da cadeira n° 3 da Academia Parnaibana de Letras.[18]

É o patrono da cadeira n° 19 do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba (IHGGP), que ainda presta homenagem a Benedito dos Santos Lima, com a Sala Bembém, composta por um acervo de documentos utilizados na época da criação do Almanaque da Parnaíba. [19] [20]

Em Parnaíba (PI), há uma rua e uma escola municipal que recebeu seu nome em homenagem, tendo a videoteca desta sido nomeada de Bembem.[21]


Morte editar

Faleceu em 21 de agosto de 1958, no Rio de Janeiro (RJ), sepultado em Parnaíba (PI). [22]

Referências

  1. Nascimento, Francisco de Assis de Sousa. «PERCURSOS TEATRAIS: Cenários urbanos e produção de sentidos do dramaturgo Benjamim Santos na segunda metade do século XX.» (PDF). XXIX Simpósio Nacional de História. Consultado em 7 de junho de 2020 
  2. Ferreira; Rego, Vinícius; Ana Regina (2011). «Almanach da Parnahyba: as memórias que ecoam das águas» (PDF). Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia. Consultado em 7 de junho de 2020 
  3. Carvalho, Jeferson Luís Marinho de (2016). «Almanack da Parnahyba: leituras da educação em suas páginas (1924-1982)» (PDF). UNISINOS. São Leopoldo. Programa de Pós-Graduação em Educação. Consultado em 7 de junho de 2020 
  4. Editorial, O Bembém (21 de janeiro de 2008). «Anunciação». O Bembém. Consultado em 7 de junho de 2020 
  5. Nascimento, Francisco de Assis de Sousa (2018). «NARRATIVAS CULTURAIS DOS SERTÕES:ATUAÇÃO DOS INTELECTUAIS NA CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS HISTORIOGRÁFICAS PIAUIENSES NA EMERGÊNCIA DO SÉCULO XX». Cuiabá. RevistaTerritórios &Fronteiras. 11 (1): 30. Consultado em 7 de junho de 2020 
  6. Santa, Mão (18 de abril de 2006). «Pronunciamento de Mão Santa em 18/04/2006». Senado Federal. Consultado em 8 de junho de 2020 
  7. a b REGO, Junia Motta Antonaccio Napoleão do (2010). «OS SERTÕES AOS MARES: HISTÓRIA DO COMÉRCIO E DOS COMERCIANTES DE PARNAÍBA (1700-1950)» (PDF). Universidade Federal Fluminense (RJ). Consultado em 7 de junho de 2020 
  8. Ciarlini, Daniel Castello Branco (2013). EDIPUCRS. «Literatura e imprensa parnaibana: uma leitura dos periódicos Gleba, Harpa, O Arauto e Cultura.» (PDF). Seminário Internacional de História da Literatura. Anais do X Seminário Internacional de História da Literatura: histórias ou histórias: desdobramentos da história da literatura. Consultado em 7 de junho de 2020 
  9. Carvalho, Jeferson Luís Marinho de (2018). «Um almanaque de cidade como objeto de pesquisa da História da Cultura Escrita: Almanack da Parnahyba (1924-1982)» (PDF). Curitiba. Educar em Revista. 34 (70): 179-195. doi:10.1590/0104-4060.53880. Consultado em 7 de junho de 2020 
  10. Ciarlini, DANIEL CASTELLO BRANCO (2015). «CONTRIBUIÇÃO DA IMPRENSA E DA LITERATURA DE PARNAÍBA PARA A FORMAÇÃO DO SISTEMA LITERÁRIO PIAUIENSE». Teresina: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ. MESTRADO ACADÊMICO EM LETRAS: 52. Consultado em 7 de junho de 2020 
  11. SANTOS, Sólima Genuída dos (1993). Benedicto dos Santos Lima: sua vida, uma história. In: SANTOS, Orfila Lima dos (org.). Benedicto dos Santos Lima: intelectual autodidata - edição comemorativa do primeiro centenário de nascimento de Benedicto dos Santos Lima, o Bembem. Rio de Janeiro: Folha Carioca. pp. 13–43 
  12. PINHEIRO FILHO, C. (1972). História da imprensa no Piauí. Teresina: COMEPI 
  13. LIMA; CORREIA., Benedicto dos Santos; Benedicto Jonas. (1945). O livro do centenário de Parnaíba: estudo histórico, corográfico, estatístico e social do município de Parnaíba. Parnaíba: Gráfica Americana 1 
  14. SOUSA, CLETO SANDYS NASCIMENTO DE (2016). «RESSONÂNCIAS DOS EXPERIMENTOS RADIOFÔNICOS EM PARNAÍBA: DAS AMPLIFICADORAS À RÁDIO PIRATA». Teresina. Revista do departamento de história e do Programa de Pós-Graduação em História do Brasil da UFPI. 5 (2): 98. Consultado em 7 de junho de 2020 
  15. a b VIEIRA, LÊDA RODRIGUES (2010). «CAMINHOS DE FERRO: A ferrovia e a cidade de Parnaíba, 1916-1960» (PDF). Teresina: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DO BRASIL – PPGHB: 102. Consultado em 7 de junho de 2020 
  16. «Benedicto dos Santos Lima». Consultado em 7 de junho de 2020 
  17. Cerqueira, MARIA DALVA FONTENELE (2015). «ENTRE TRILHOS E DORMENTES: a Estrada de Ferro Central do Piauí na história e na memória dos parnaibanos (1960-1980)». PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DO BRASIL: 15. Consultado em 7 de junho de 2020 
  18. «Cadeira n. 3». Academia Parnaibana de Letras. Consultado em 7 de junho de 2020 
  19. Editorial, Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba. «Regimento Interno do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba». Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba. Consultado em 7 de junho de 2020 
  20. Sala Bembem, Instituto Histórico Geográfico Genealógico de Parnaíba. «Sala Bembem». Instituto Histórico Geográfico Genealógico de Parnaíba. Consultado em 7 de junho de 2020 
  21. Escola Municipal Benedito dos Santos Lima (2017). «Escola do município de Parnaíba ganha videoteca». Jornal da Parnaíba. Consultado em 7 de junho de 2020 
  22. Silva, Josenias dos Santos (2012). «ALMANACK DA PARNAHYBA: NO TEMPO DOS BONS VENTOS FLUVIAIS» (PDF). Teresina-PI: Universidade Federal do Piauí – UFPI Teresina-PI. VI Simpósio Nacional de História Cultural: 5. ISBN 978-85-98711-10-2. Consultado em 7 de junho de 2020