Brachycera Schiner, 1862 é uma subordem de insectos da ordem dos dípteros (Diptera), que inclui as espécies conhecidas genericamente pelo nome comum de moscas. A maioria das espécies alimenta-se de detritos ou é predadora, incluindo diversas espécies hematófagas. Este grupo distingue-se dos mosquitos (subordem Nematocera) pelas antenas curtas, com poucos segmentos (daí a etimologia do nome: do grego clássico brachy, "curto" e ceros "corno"). As antenas são formadas por três segmentos (os artículos), o último dos quais termina numa longa cerda, a arista, ou num artículo multi-segmentado.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaBrachycera
moscas
Tabanidae em voo.
Tabanidae em voo.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Subfilo: Hexapoda
Classe: Insecta
Subclasse: Pterygota
Infraclasse: Neoptera
Superordem: Endopterygota
Ordem: Diptera
Subordem: Brachycera
Schiner, 1862
Infra-ordens
Mosca na Serra do Japi

Sistemática editar

Investigação recente sobre a sistemática das moscas demonstrou que existem quatro agrupamentos taxonómicos distintos, onde a tradicional fronteira morfológica baseada nos tamanho não corresponde a uma distinção filogenética marcada. O seguinte classificação filogenética é a usado por Pape et al. (2011):[1]

Com base nos conhecimentos filogenéticos mais recentes, a árvore filogenetica (articolada por superfamília) do agrupamento Brachycera é o seguinte:[2][3][4]

 Brachycera 

Stratiomyoidea

Xylophagoidea

Vermileonoidea

Tabanoidea

Nemestrinoidea

Asiloidea

Empidoidea

Cyclorrhapha

A classificação filogenética mais seguida, proposta por AMORIM & YEATES (2006), e que na generalidade confirma as adequação, originariamente proposta por WOODLEY, de integrar parte do tradicional grupo Orthorrhapha no agrupamento Muscomorpha, produzindo a seguinte estrutura:[3]

Alguns tipos de moscas editar

Moscas como fonte de alimento para os nativos das Américas editar

 
Mosca varejeira.

As moscas, assim como a maioria dos outros insetos serviam de alimento para os povos que habitavam o Novo Mundo. Estes insetos eram consumidos tanto na fase adulta como nas intermediárias como ovo, ninfa, pupa, larva. A maioria dos outros Artrópodos também faziam parte da dieta dos ameríndios.[5]

Os Asteca, do México, incluíam em suas dietas moscas aquáticas, assim como ninhos esponjosos feitos por elas. Ovos de outras moscas aquáticas formavam uma grande massa lamacenta parecida com queijo e chamada de tecuitlatl, ou excremento de pedra. Eles espremiam a massa e a usavam para fazer pães.[6]

Índios da tribo Mono da Serra Nevada (Califórnia e Nevada) secavam ao sol as pupas da mosca kutsavi (Hydropyrus hians) e faziam um tipo de pão misturando-as com bagas, sementes de capim e outros ingredientes. Eram também ingeridas cruas ou fritas.[7]

Notas

  1. Thomas Pape, Vladimir Blagoderov & Mikhail B. Mostovski "Order DIPTERA Linnaeus, 1758". In: Zhi-Qiang Zhang (Ed.) Animal biodiversity: An outline of higher-level classification and survey of taxonomic richness. Zootaxa 3148: 1-237 (23 Dec. 2011) (ISBN 978-1-86977-849-1).
  2. Wiegmann & Yeates (2007)
  3. a b
    Amorim & Yeates (2006)
    p. 6
  4. Yeates et al. (2007)
    pp. 568, 572-574
  5. CAVALCANTE, Messias S. Comidas dos Nativos do Novo Mundo. Barueri, SP. Sá Editora. 2014, 403p.ISBN 9788582020364
  6. SOUSTELLE, Jacques (1912-1990). La vida cotidiana de los aztecas em vésperas de la conquista. Octava reimpresión. ISBN 968-16-0636-1. Mexico, Fondo de Cultura Economica. 1991, 283 p.
  7. .THE FOOD INSECTS NEWSLETTER (1994). Some Insect Foods of the American Indians: And How the Early Whites Reacted to Them. November 1994. Volume 7, Issue #3. Disponível em http:// www.hollowtop.com/finl_html/amerindians.htm Consulta em 30/03/2013

Bibliografia editar

Ligações externas editar

 
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