Caetano Rodrigues Caminha

Vice-Almirante Caetano Rodrigues Caminha (1850-1930), filho de Mathias Rodrigues Caminha, nascido em Lisboa, na freguesia do Socorro, em 1850, foi capitão de mar-e-guerra e mais tarde Vice-Almirante [1]. Faleceu em Lisboa em 29 agosto de 1930.


Enquanto na juventude prestava serviço em Macau, fez parte da tripulação da corveta "Duque de Palmela", que em 1873 partiu de Hong-Kong para ir a Saigão receber o governador de Macau, Visconde de Januário, e a sua comitiva, para serem conduzidos a Banguecoque na corveta portuguesa. No trajecto, o comandante do navio ficou tão perturbado com os perigos da navegação na baía de Banguecoque que, ao passar uma zona bastante perigosa de bancos de areia, e ao ver a embarcação soçobrar, pediu para ser substituído pelo Caetano de Rodrigues Caminha e atirou-se ao mar! Este episódio é descrito por um jornal brasileiro da época, da província do Maranhão.

Na escuna "Príncipe D. Carlos", teve de defender várias vezes Macau dos ataques dos piratas[2], e foi frequentemente atacado por embarcações chinesas com equipagens de 60 a 70 homens, em escaramuças de que resultaram, numa das ocasiões, a morte de um capitão e de dois grumetes, tendo-se Caetano salvado "em estado lastimoso", segundo os documentos da época. No ano seguinte, a escuna afundou-se em Macau devido a um forte tufão.

Entre 1883 e1886 foi governador de Benguela.

Em 5 de Outubro de 1910, Caetano Rodrigues Caminha comandava a fragata D. Fernando, que, na manhã do dia da implantação da República, embora ostentando a bandeira monárquica, já se havia colocado do lado dos republicanos. Reformou-se no ano seguinte, com a graduação de Vice-Almirante.

Exerceu funções de direção na Comissão de Faróis e Balizas [3][4] e foi autor do livro "Breve noticia sobre a Escola de Allunos marinheiros de Lisboa" [5]

Referências

  1. Biblioteca Central da Marinha - Arquivo Histórico. «Livro Mestre dos Oficiais da Armada». Consultado em 23 de outubro de 2015 
  2. GOMES, Luís Gonzaga. «Efemérides da História de Macau, 1954» 
  3. Arquivo do Ministério da Economia. «Processo Individual de Funcionário do Ministério das Obras Públicas». Consultado em 23 de outubro de 2015 
  4. Autoridade Marítima Nacional. «História da evolução dos faróis». Consultado em 23 de outubro de 2015 
  5. Biblioteca do Exército. «Breve noticia sobre a Escola de Allunos marinheiros de Lisboa». Consultado em 23 de outubro de 2015 

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