Calisto I de Constantinopla

 Nota: Para o papa, veja Papa Calisto I.

Calisto I de Constantinopla (†1363) foi o patriarca grego ortodoxo de Constantinopla por dois períodos, entre junho de 1350 até 1353 e novamente entre 1354 e 1363 d.C. Calisto I era um monge de Monte Atos e um defensor de Gregório Palamas na controvérsia hesicasta.

Calisto I de Constantinopla
Nascimento século XIII
Morte agosto de 1363
Constantinopla
Cidadania Império Bizantino
Ocupação sacerdote, escritor, monge, Patriarca, teólogo

Biografia editar

Nada se sabe dos primeiros anos da vida de Calisto. Ele foi um discípulo de Gregório Palamas e Gregório do Sinai e levou uma vida asceta como um monge em Monte Atos, no Mosteiro de Filoteu, por 28 anos. Ele também fundou o Mosteiro de São Mamede em Tenedos, uma pequena ilha perto do Dardanelos.

Patriarcado editar

Calisto foi eleito para o trono da sé episcopal de Constantinopla em junho de 1350, sucedendo ao patriarca Isidoro I. Em 1351, ele convocou um sínodo em Constantinopla que finalmente estabeleceu que o hesicasmo era ortodoxo. Calisto e os patriarcas ecumênicos que o sucederam levaram adiante uma vigorosa campanha para conseguir que o palamismo fosse aceito pelos demais patriarcas orientais e pelos bispos metropolitanos sob a jurisdição deles. Porém, levaria ainda algum tempo para que fosse superada a resistência inicial à doutrina. Um exemplo desta resistência foi a resposta do metropolita de Kiev que, ao receber os tomos de Calisto expondo a doutrina palamista, a rejeitou veementemente e compôs uma resposta refutando-a. De acordo com Martin Jugie, historiadores contemporâneos representam Calisto como um "doutrinador brutal cujo zele perseguidor era necessário refrear"[1].

Em 1353, Calisto se recusou a coroar Mateus Cantacuzeno, filho do imperador João VI Cantacuzeno, como co-imperador com seu pai e, como resultado, foi deposto e retornou para Monte Atos. Em 1354, após João IV ter abdicado, Calisto retornou ao trono patriarcal e passou a se dedicar a fortalecer a administração do patriarcado. Ele organizou o sistema paroquial de igrejas sob a supervisão de um exarca patriarcal. Ele também lutou para fortalecer o controle patriarca sobre as várias jurisdições da Igreja Ortodoxa, a ponto de retirar dos dípticos o nome de Estêvão Uresis IV, do Império Sérvio, por estabelecer um arcebispado sérvio como um patriarcado independente.

Em 1355, Calisto escreveu para o clero de Trnovo afirmando que os latinos que haviam sido batizados com uma única imersão deveriam ser rebatizados. Ele considerava o batismo com uma única imersão impróprio e ímpio, ponto de vista que ele defendia com base nos Cânones Apostólicos, que claramente afirmam que os que foram assim batizados precisam ser rebatizados.

Morte editar

Calisto morreu em 1363 a caminho de Serres, como membro de uma embaixada do imperador João V Paleólogo em busca da ajuda de Helena da Bulgária, imperatriz sérvia e esposa de Estêvão IV, contra os turcos otomanos. Uma história relata que São Máximo de Kapsokalyvia teria profetizado a morte do patriarca quando, no caminho, eles passaram por Monte Atos. Vendo-o, São Máximo teria dito: "Este ancião jamais verá seu rebanho novamente pois se ouve atrás dele o canto funerário: 'Abençoados são os puros no caminho'" (compare com Salmos 119:1–3).

Ver também editar

Calisto I de Constantinopla
(Deposto e reinstalado)

(1350 - 1354 / 1355 - 1363)
Precedido por:  

Patriarcas grego ortodoxos de Constantinopla

Sucedido por:
Isidoro I
Filoteu
147.º Filoteu
Filoteu

Referências

  1. Martin Jugie. «The Palamite Controversy» (em inglês). Consultado em 9 de setembro de 2011