Campo Grande (Rio Grande do Norte)

município brasileiro no estado do Rio Grande do Norte

Campo Grande é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte.

Campo Grande
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Campo Grande
Bandeira
Hino
Gentílico campograndense
Localização
Localização de Campo Grande no Rio Grande do Norte
Localização de Campo Grande no Rio Grande do Norte
Localização de Campo Grande no Rio Grande do Norte
Campo Grande está localizado em: Brasil
Campo Grande
Localização de Campo Grande no Brasil
Mapa
Mapa de Campo Grande
Coordenadas 5° 51' 50" S 37° 18' 36" O
País Brasil
Unidade federativa Rio Grande do Norte
Municípios limítrofes ao norte com Upanema, ao sul com Belém do Brejo do Cruz (Paraíba), a leste com Jucurutu, Triunfo Potiguar e Paraú e a oeste com Caraúbas, Janduís e Messias Targino
Distância até a capital 270 km
História
Fundação 1756 (268 anos)
Administração
Prefeito(a) Francisco das Chagas Eufrásio Vieira de Melo (MDB, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 896,954 km²
População total (IBGE/2021[1]) 9 686 hab.
Densidade 10,8 hab./km²
Clima semiárido (BSh)
Altitude 103 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[2]) 0,621 médio
PIB (IBGE/2019[3]) R$ 98 243,39 mil
PIB per capita (IBGE/2019[3]) R$ 10 175,39
Sítio campogrande.rn.gov.br (Prefeitura)

História editar

Os primeiros habitantes da Serra Cepilhada foram os índios Pêgas, pertencentes a nação dos tapuias.

A área onde se localiza o município, começou a ser colonizada nas primeiras décadas do século XVIII, com a construção da Fazenda Campo Grande por volta de 1720, pelo Capitão-mor Manoel Ignácio D'Oliveira Gondim, também chamado de Capitão Gondim.

A região passou a se chamar Campo Grande, devido as extensas campinas situadas à margem esquerda do rio Upanema, campinas essas bastantes propícias a atividade agro-pastoril.

Nos idos de 1761, o sargento-mor João do Vale Bezerra adquiriu, em hasta pública, as terras da serra Cepilhada, pertencentes anteriormente ao português Gondim, surgindo então a povoação de Campo Grande e a história de uma serra que com o passar do tempo passou a ser chamada de Serra de João do Vale.

Foram construídas casas para a família e descendentes de João do Vale, edificada uma capela em homenagem a Nossa Senhora de Santana. A data para a edificação da capela de Sant'Ana, marco importante para o surgimento da vila diverge em virtude da isuficiência de documentos históricos, o certo é que a doação do terreno para a construção da mesma ocorreu no ano de 1756 e a primeira missa foi celebrada em agosto de 1766.

Em 4 de setembro de 1858, a Lei nº 114 criou o município com a denominação de Campo Grande. Interesses políticos, entretanto, fizeram com que essa Lei fosse derrogada em 1868, passando Campo Grande a simples posição de distrito do recém-criado município de Caraúbas. A Lei nº 613, de 30 de março de 1870, restaurou o município com a denominação, de Triunfo. Em 28 de agosto de 1903, a lei estadual nº 192, de autoria do deputado Luís Pereira Tito Jácome, mudou o nome do município para Augusto Severo, em homenagem ao inventor do dirigível Pax, Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, falecido no ano anterior.

No dia 6 de dezembro de 1991, através da Lei nº 155, o município de Augusto Severo voltou ao seu antigo nome Campo Grande. Por não ser uma lei válida, a aprovação do nome só foi homologada com lei estadual de 2018 e plebiscito de 2019[4]

Geografia editar

Campo Grande é o décimo maior município do Rio Grande do Norte em território, com extensão territorial de 896,954 km², correspondendo a 1,6985% da superfície estadual. Distante 270 km da capital do estado, Natal,[5] limita-se com Upanema a norte; Janduís e Belém do Brejo do Cruz, este na Paraíba, a sul; Paraú, Triunfo Potiguar e Jucurutu a leste e, a oeste, Caraúbas, Messias Targino e novamente Janduís. Desde 2017, quando os municípios foram agrupados em regiões geográficas, Campo Grande está inserido nas regiões imediata e intermediária de Mossoró,[6] sendo que até então, quando vigoravam as mesorregiões e microrregiões, fazia parte da microrregião do Médio Oeste, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Oeste Potiguar.[7]

O relevo de Campo Grande varia entre suave e ondulado e está inserido, em sua maioria, na Depressão Sertaneja, que compreende uma série de terrenos de transição entre a Chapada do Apodi e o Planalto da Borborema,[8] no qual está incluído o ponto mais alto do município, a Serra João do Vale, com altitude máxima de 739 metros,[5] existindo ainda as serras Cabeço do Araré, das Carnaúbas, das Pinturas, do Passarinho, do Vital, dos Cajueiros e Pintada. A geologia local está na área de abrangência do embasamento cristalino, compreendendo rochas metamórficas dos grupos Caicó e Seridó, datadas do período Pré-Cambriano, entre um bilhão e 2,5 bilhões de anos atrás.[8]

Predomina o solo bruno não cálcico vértico, fértil e bem drenado, porém pedregoso e pouco profundo,[8] ocorrendo também áreas de latossolo, planossolo, solo litólico e o podzólico vermelho-amarelo equivalente eutrófico.[9] Este último, tal como o bruno não cálcico, constitui o luvissolo na nova classificação brasileira de solos e o solo litólico é chamado de neossolo, enquanto os demais permaneceram com a nomenclatura original.[10] Por serem pouco desenvolvidos, a vegetação que as recobre é xerófila e de pequeno porte, característica do bioma da Caatinga, que perde suas folhas na estação seca.[8]

Campo Grande possui 84,46% de seu território na bacia hidrográfica do Rio Apodi-Mossoró e os 15,54% restantes na bacia do Rio Piranhas-Açu, sendo cortado pelos rios Adquinhão, do Carmo e Upanema mais os riachos Croás, da Cachoeirinha e Vaca Morta,[8] sendo todos temporários ou intermitentes, ou seja, fluem somente na estação chuvosa. Dentre os reservatórios, destaca-se Açude Morcego, com capacidade para 6 708 331 .[11] O clima, por sua vez, é semiárido, com chuvas concentradas no primeiro semestre. Desde que teve início o monitoramento pluviométrico no município, em 1926, o maior acumulado de chuva em 24 horas foi registrado no dia 20 de abril de 2013, chegando a 232,5 mm.[12]

Dados climatológicos para Campo Grande (1926-2020)
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Precipitação (mm) 69 106,3 198 190,4 104,1 40,6 21 6,9 3,3 3,6 4,5 12,4 760,1
Fonte: Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN)[12]

Referências

  1. a b IBGE. «Brasil | Rio Grande do Norte | Campo Grande». Consultado em 3 de março de 2022 
  2. «ODS 10 Redução de desigualdades». Consultado em 3 de março de 2022 
  3. a b IBGE (2019). «Brasil | Rio Grande do Norte | Campo Grande | Produto Interno Bruto dos Municípios». Consultado em 3 de março de 2022 
  4. https://agorarn.com.br/politica/fatima-sanciona-mudanca-de-nome-de-augusto-severo-para-campo-grande/
  5. a b IDEMA - Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (2020). «Anuário estatístico do Rio Grande do Norte». Consultado em 3 de março de 2022 
  6. IBGE (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 29 de março de 2019. Cópia arquivada em 25 de setembro de 2017 
  7. IBGE (1990). «Divisão regional do Brasil em mesorregiões e microrregiões geográficas» (PDF). Biblioteca IBGE. 1: 44–45. Consultado em 29 de março de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 25 de setembro de 2017 
  8. a b c d e IDEMA (2008). «Perfil do seu município: Campo Grande» (PDF). Consultado em 3 de março de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de março de 2022 
  9. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). «Mapa Exploratório-Reconhecimento de solos do município de Augusto Severo, RN» (PDF). Consultado em 3 de março de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de março de 2022 
  10. JACOMINE, 2008, p. 178.[1]
  11. «Ficha técnica do Reservatório Morcego». Consultado em 3 de março de 2022 
  12. a b Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN). «Relatório pluviométrico». Consultado em 26 de fevereiro de 2022 

Bibliografia editar

JACOMINE, Paulo Klinger Tito. A nova classificação brasileira de solos. Anais da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica, v. 5, p. 161-179. Recife: 2008.
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