Carlos Alexandre (juiz)

juiz português
 Nota: Para outros significados, veja Carlos Alexandre.

Carlos Manuel Lopes Alexandre (Mação, 24 de março de 1961)[2] é um juiz português.[3]

Carlos Alexandre
Magistrado-Juiz Central de Instrução
Período em conjunto com Ivo Rosa[1]
Dados pessoais
Nascimento 24 de março de 1961 (63 anos)
Mação, Mação, Portugal
Alma mater Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
Nacionalidade portuguesa

Biografia editar

Carlos Alexandre é Magistrado-Juiz Central de Instrução, responsável pelo Tribunal Central de Instrução Criminal no DCIAP em Lisboa.[4][5]

Filho de José Alexandre (um carteiro) e de sua mulher Narcisa Lopes (uma operária fabril, reformada da indústria de lanifícios), estudou na Telescola e nas férias chegou a ajudar o pai como carteiro e nas obras.[3] Completou a licenciatura na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, passou pela Polícia Judiciária Militar, ingressou na magistratura judicial e esteve em Sintra antes de chegar ao Tribunal Central de Instrução Criminal.[6]

O seu nome está associado a casos de grande impacto público, como o Caso Monte Branco, mas também Operação Furacão, Caso Portucale, Processo Face Oculta, Caso BPN, Processo Remédio Santo, Operação Labirinto, Caso Vistos Gold e Operação Marquês.[4]

Passou a infância na sua terra, foi bombeiro e é sportinguista assumido. É católico devoto que gosta de regressar às origens, participando sempre nas comemorações do Terço da Farinheira,[7] pelas ruas de Mação, na noite de Sexta-feira Santa, a localidade da Ribatejo (atualmente Médio Tejo), onde nasceu.[8]

Carlos Alexandre é casado e tem dois filhos.[6] Em 2015, segundo um estudo da TVI, foi considerado o 20.º homem com mais poder em Portugal.[9]

Em 7 de julho de 2020, o Delegado de Saúde de Lisboa recomendou isolamento profilático ao magistrado depois de ter estado em contacto com várias pessoas que estiveram envolvidas numa busca a uma agência bancária em Leiria e que terão contraído a COVID-19.[10]

Em fevereiro de 2022 Carlos Alexandre foi constituído arguido no âmbito da distribuição manual da Operação Marquês em 2014. O desembargador Jorge Antunes decidiu aceitar o requerimento de abertura de instrução apresentado por José Sócrates. Em “cima da mesa” estavam os crimes de abuso de poder, falsificação de funcionário e denegação de justiça. Em causa estava a alegada distribuição manual do inquérito da Operação Marquês ao juiz Carlos Alexandre pela escrivã que já tinha trabalhado com o magistrado judicial em outros tribunais. A 3 de janeiro, a defesa de José Sócrates criticou o Conselho Superior da Magistratura por considerar que a entrega do inquérito Operação Marquês ao juiz Carlos Alexandre foi apenas uma “irregularidade procedimental”, apesar de ter sido feita em “violação da lei”[11]. Em Dezembro de 2022, o Supremo Tribunal de Justiça decidiu não levar Carlos Alexandre a julgamento pois os juízes conselheiros entendem que não existiu qualquer irregularidade, contrariando assim as pretensões da defesa de José Sócrates. Antes desta apreciação do Supremo, já o Tribunal da Relação de Lisboa tinha decidido pela não pronúncia do magistrado.[12]

Em setembro de 2023, deixa o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, onde assumiu durante cerca de 20 anos alguns dos casos nacionais mais complexos para assumir funções no Tribunal da Relação de Lisboa.[13]


Referências

  1. Conselho Superior da Magistratura. «Quadro de Juízes 2019-2020» (PDF) 
  2. «O juiz que gosta de interrogar». Consultado em 7 de julho de 2020 
  3. a b Bastos, Inês David (2 de agosto de 2014). «Carlos Alexandre: o juiz que enfrenta o sistema». Diário Económico. economico.sapo.pt. Consultado em 26 de novembro de 2014 
  4. a b «Depois dos Vistos Gold semana de Carlos Alexandre termina com detenção de Sócrates». www.jornaldenegocios.pt. 22 de novembro de 2014. Consultado em 7 de julho de 2020 
  5. «Juiz ganha guerra das escutas». www.cmjornal.pt. Consultado em 7 de julho de 2020 
  6. a b Calaveiras, Carlos (22 de novembro de 2014). «O juiz de todos os casos». Rádio Renascença. Consultado em 7 de julho de 2020 
  7. ««Não pertenço a nenhuma obdiência», diz juiz». TVI24. 8 de Abril de 2012. Consultado em 7 de julho de 2020 
  8. Infos no Blog animo, 25 de Novembro de 2014
  9. «Carlos Alexandre: O juiz que diz que "a verdade fala mais alto"». Notícias ao Minuto. 22 de novembro de 2014. Consultado em 7 de julho de 2020 
  10. Sousa, Jéssica (7 de julho de 2020). «Covid-19: Juiz Carlos Alexandre "forçado" a isolamento profilático». O Jornal Económico. Consultado em 7 de julho de 2020 
  11. «Oito anos depois, em que ponto está a Operação Marquês?» 
  12. «Supremo iliba Carlos Alexandre pela forma como lhe foi distribuída a operação Marquês » 
  13. «Juiz Carlos Alexandre colocado no Tribunal da Relação de Lisboa» 

Ligações externas editar

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