Castelo Branco (Mogadouro)

freguesia do município de Mogadouro, Portugal
 Nota: Para outros significados de Castelo Branco, veja Castelo Branco (desambiguação).

Castelo Branco é uma freguesia portuguesa do município de Mogadouro, com 54,57 km² de área[1] e 330 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 6 hab./km².

Portugal Portugal Castelo Branco 
  Freguesia  
Vista panorâmica da aldeia
Vista panorâmica da aldeia
Vista panorâmica da aldeia
Símbolos
Brasão de armas de Castelo Branco
Brasão de armas
Gentílico Albicastrense
Localização
Castelo Branco está localizado em: Portugal Continental
Castelo Branco
Localização de Castelo Branco em Portugal
Coordenadas 41° 16' 37" N 6° 45' 22" O
Região Norte
Sub-região Alto Trás-os-Montes
Distrito Bragança
Município Mogadouro
Código 040807
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 54,57 km²
População total (2021) 330 hab.
Densidade 6 hab./km²
Código postal 5200 130
Outras informações
Orago Nossa Senhora da Vila Velha ou Senhora da Assunção, São Bernardino de Siena e São Lourenço
Sítio Site de Castelo Branco e Blogue de Castelo Branco

Castelo Branco está situada a 12 km para sudoeste da sede concelhia, com acesso pela EN 221. Situa-se a norte da Serra de Lagoaça e perto da margem direita do rio Douro.[3]

História editar

Castelo Branco de Mogadouro é terra de antigas e nobres tradições, com passado histórico-social muito importante, sobretudo na Idade Média e depois da intervenção do rei D. Dinis em 1319. As suas origens distam no tempo. Segundo narram os historiadores, e todos são concordantes neste aspecto, Castelo Branco não nasceu aí, mas junto à capela de Nossa Senhora da Vila Velha que está localizada a 1,5 km a noroeste da aldeia no "Cabeço dos Mouros" ou "Preijal" como chamam os antigos. Temos presentes e visíveis até nossos dias, vestígios de um castro com indícios de ser romanizado a julgar pelo espólio encontrado, moedas e várias antiguidades. As histórias populares associaram com paixão e carinho este lugar várias lendas de "mouras encantadas".

Foi Comenda dos Templários, passando em 1311, a Comenda da Ordem de Cristo. A igreja que os visitadores viram está hoje afastada da povoação, num cabeço chamado "Vila Velha". Mantém os três portais manuelinos, muito simples e uma inscrição evocativa de uma reforma em 1501. Terá aí nascido Castelo Branco. Junto à capela há ainda restos da antiga habitação dos antigos comendadores. As peregrinações feitas para ouvir missa nessa capela deram origem à povoação de Castelo Branco.[4][5] A capela é o que restou do santuário de certo renome que possivelmente foi responsável pela cristianização do povoado das minas do castro luso-romano existentes na região. Pertenceu ao termo de Santa Maria de Castelo Branco, então uma notável e desenvolvida comenda hospitalária. Foi mencionada em carta de foral e concedida pelo rei D. Manuel I de Portugal à Bemposta em 1512.

A lenda como sucede em todas as ruínas das civilizações extintas poetizou-as. Assim, segundo ela, os povos de Alfândega da Fé, localizada a 25 km distantes, vinham ouvir missa à capela da Nossa Senhora da Vila Velha e, como a viagem era longa descansavam e comiam as merendas num ameno vale onde depois alguns devotos estabeleceram residência, dando assim origem à actual povoação de Valverde.

O tempo apagou a narrativa e o motivo que fez a aldeia mudar de lugar para o local actual.

Embora seja Mogadouro a Capital do Cogumelo, o facto é que é em Castelo Branco onde eles crescem em maior número e da mais fina qualidade. Rocos ou róculos (Macrolepiota procera), sanchas (lactarius deliciosus), míscaros (Boletus edulis) são facilmente encontrados e em grandes quantidades nas épocas certas.

Demografia editar

Nota: Por decreto de 28/07/1883 a freguesia de Estevais foi anexada a esta freguesia. Pelo decreto lei nº 27.424, de 31/12/1936, a freguesia de Estevais passou a fazer parte desta freguesia.

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de Castelo Branco
AnoPop.±%
1864 900—    
1878 1 012+12.4%
1890 980−3.2%
1900 998+1.8%
1911 1 128+13.0%
1920 1 063−5.8%
1930 1 105+4.0%
1940 1 293+17.0%
1950 1 478+14.3%
1960 1 536+3.9%
1970 1 023−33.4%
1981 983−3.9%
1991 581−40.9%
2001 540−7.1%
2011 449−16.9%
2021 330−26.5%
Distribuição da População por Grupos Etários[6]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 43 50 249 198
2011 26 20 193 210
2021 17 19 118 176

Aldeias editar

 
Solar dos Pimentéis

A freguesia é composta por três aldeias:

  • Castelo Branco - 297 habitantes em 2011
  • Estevais - 97 habitantes em 2011
  • Quintas das Quebradas - 55 habitantes em 2011[7]

Património editar

  • Palácio dos Pimentéis ou Solar dos Pimentéis– de planta rectangular – foi erguida certamente já na segunda metade do século XVIII, como parecem indicar certos elementos decorativos, particularmente as molduras das janelas, que ostentam parapeitos de brincos e o remate ondulado, caracteristicamente barroco, imprimindo movimento à composição. Os pináculos que coroam os cunhais indicam mesmo época bastante avançada para a construção da casa. Esta ostenta uma imponente fachada, articulada com largas pilastras, de bases pesadas e muito salientes, num tipo muito corrente no Norte por esta época" … "A mansarda central – outro indício da época relativamente avançada – conserva, entre as duas janelas, o grande brasão, magnífica peça heráldica."um dos mais elegantes edifícios do Distrito de Bragança, este solar com um brasão em granito clássico adquirido em 1795 data dos meados do século XVIII.
  • Ponte Romana - Ponte velha de Castelo Branco Mogadouro - A ponte tem a cesso pela estrada EN 221 (Mogadouro - Freixo Espada-à-Cinta), no caminho velho à entrada da aldeia do lado. Está junto da capela de São João tendo algumas casas de habitação nas proximidades. Para montante tem um pontão por onde passa a EN 221. Época Construção: Idade Média/Idade Moderna. Ponte de tabuleiro horizontal sobre dois arcos redondos iguais.[8] Construção de silhares de granito, do lado esquerdo, e de alvenaria de xisto no encontro direito. As aduelas dos arcos são em granito mostrando-se largas e curtas com extradorso pouco regular. Tem contraforte no pegão com talhamar triangular não possuindo talhante. Não conserva as guardas. O pavimento é de lajes de granito, no troço central, e de calçada de godos nas entradas. Mostra nos arcos as cavidades dos agulheiros. Tipologia: Arquitectura civil pública, medieval e moderna. Ponte medieval reconstruída, de tabuleiro horizontal sobre dois arcos redondos iguais. Parece seguir o mesmo modelo que a vizinha ponte de Vilarinho dos Galegos. Características Particulares: Parece ter sofrido muitas obras de reconstrução patentes nos diferentes tipos de aparelho de construção e de revestimento do pavimento. Dados Técnicos: Estrutura mista. Materiais: Granito, aduelas e silhares; xisto, alvenaria..[9]
  • Igreja Matriz de Castelo Branco / Igreja de Nossa Senhora da Assunção– A actual igreja substituiu uma outra, muito antiga que devia remontar ao século XII. Uma das primeiras informações que temos sobre a mesma, data do início do século XVI. No interior da Igreja quase tudo se conserva igual à remodelação efectuada em 1793. Tem uma nave única, rectangular e dividida em três tramos por dois arcos de diafragma. O arco triunfal divide a nave da capela-mor característica que era usual sobretudo nas igrejas mais ricas da diocese. No exterior conserva ainda uma cruz de gomos que provavelmente é quinhentista.
  • Capela de Nossa Sr.ª da Vila Velha – Santuário de um culto muito antigo que a julgar pelo espólio ali encontrado cristianiza as ruínas de um Castro Luso – Romano ali existente.
  • Fontes Romanas e Pontes Romanas na freguesia e aldeias anexas.
  • Ponte da Quinta das Quebradas
  • Igreja de Estevais
  • Capela de Nossa Senhora das Graças
  • Fontes em Castelo Branco
  • Atalaia do Pendão
  • Povoado de Casas de Baixo / Povoado de Estevais

Festividades editar

Artesanato editar

  • Miniaturas em madeira
  • Estatuetas em gesso
  • Tapeçaria
  • Colchas em lã e linho
  • Rendas e bordados regionais

Gastronomia editar

Figuras Ilustres editar

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 5 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. «Conforme cita o site da Câmara Municipal de Mogadouro». Mogadouro.pt 
  4. «Outras citações sobre a origem de nossa terra». Concelhos.dodouro.com 
  5. Dicionário dos mais ilustres Transmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte, 656 páginas, Capa dura. Editora Cidade Berço: Apartado 108, 4801-910 Guimarães
  6. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  7. «Instituto Nacional de Estatistica, Censos 2011». censos.ine.pt. Consultado em 3 de fevereiro de 2021 
  8. «Portal da Habitação». Portaldahabitacao.pt 
  9. Bibliografia: MOURINHO JÚNIOR, A. R., Memórias do Tempo dos Távoras no Nordeste Transmontano, Brigantia, 5 (2 - 4), Bragança, 1985, p. 670 - 671
 
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Ligações externas editar

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