Na mitologia grega, Cauno (Kaunos, em grego clássico: Καῦνος) era filho de Mileto e de Idoteia, neto de Apolo e irmão gêmeo de Bíblide.

Cauno fugindo do amor de Bíblide, segundo Ovídio (ilustração de François Chauveau.

Segundo alguns relatos, Cauno se tornou objeto da paixão incestuosa de sua irmã. Outra tradição relata que ele desenvolveu afeição a ela;[1][2] ainda outros, como Ovídio, descrevem os sentimentos de Bíblide como não correspondidos.[3][4][5]

Todas as fontes concordam, no entanto, que Cauno escolheu o exílio, para que evitasse cometer incesto com Bíblide, e que ela o seguiu até ficar completamente exausta pelo pesar e faleceu (ou cometeu suicídio).

Cauno se exilou na Lícia, onde se casou com a ninfa Prônoe e teve um filho chamado Egíalo. Cauno se tornou rei daquela terra; quando morreu, Egíalo agrupou os povos espalhados sobre o território e fundou uma cidade em homenagem a seu pai, a cidade de Cauno. Outras fontes atribuem ao próprio Cauno a fundação da cidade.[6]

Referências

  1. Cônon, Narrações, 2
  2. Escólio sobre Teócrito, Idílio 7. 115
  3. Ovídio, Metamorfoses, 446 - 665
  4. Antonino Liberal, Metamorfose, 30
  5. Partênio, Erotica Pathemata, 11, onde ambas as versões são relatadas.
  6. KURY, Mário da Gama. Dicionário de Mitologia Grega e Romana. Rio de Janeiro: Zahar, 2009, p. 73.