Cesário Motta

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Cesário Nazianzeno de Azevedo Motta Magalhães Júnior (Porto Feliz, 5 de março de 1847Rio de Janeiro, 24 de abril de 1897) foi um médico e político brasileiro.[1]

Cesário Motta
Cesário Motta
Busto de Cesário Motta localizado na Praça da República, na cidade de São Paulo.
Nome completo Cesário Nazianzeno de Azevedo Motta Magalhães Júnior
Nascimento 5 de março de 1847
Porto Feliz
Morte 24 de abril de 1897 (50 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Médico e político

Biografia editar

Cesário Motta era filho do dr. Cesário Nazianzeno d’Azevedo Motta Magalhães e de Clara Cândida Nogueira da Motta,[2] sua prima.[1] Nasceu no Sítio Grande, de propriedade de Ana Inocência de Camargo, viúva de Antônio Rodrigues de Campos Leite, pois sua família encontrava-se em visita ao local por ocasião de uma festividade.[2]

Iniciou seus estudos em Porto Feliz sob a supervisão de um tio, o professor Fernando Maria Nogueira da Mota. Ingressou depois no Colégio Lageado, dirigido por Francisco de Paula Xavier de Toledo, e situado em Campo Largo, que pertencia ao município de Sorocaba, São Paulo (hoje Araçoiaba da Serra). Estudou Medicina no Rio de Janeiro com o apoio de outro tio, o coronel Nuno Diogo Nogueira da Mota, doutorando-se e em 1876. Durante a faculdade, tornou-se amigo de José do Patrocínio.[3]

Casou com Adelina Moreira da Silva e passou a clinicar na cidade de Capivari, em São Paulo, e fez parte da Loja Maçônica daquela cidade.

Em 1877, foi eleito como deputado provincial pelo Partido Republicano Paulista para a Assembléia Legislativa Provincial de São Paulo compondo o conhecido “triunvirato republicano" junto com Martinho Prado Júnior e Prudente José de Morais Barros, que eram representantes da autonomia das províncias, das causas da federação e da educação.[4]

Em 1880, escreveu a comédia A Caipirinha, retratando a Capivari daquela época, sendo encenada no interior de São Paulo até 1883. Em 1917, a peça foi apresentada no Theatro Municipal de São Paulo e foi protagonizada pela atriz Itália Fausta.

Após a proclamação da República, foi eleito deputado federal em 1890 e passou a residir em São Paulo. Assumiu o cargo de Secretário dos Negócios do Interior no governo de Bernardino de Campos (1892 a 1895), atuando em políticas pública de educação e saúde e buscando criar uma Escola de Medicina.[1][2]

 
Lápide da Sepultura de Cesário Mota Júnior no Cemitério da Consolação

Cesário Motta Júnior colaborou para a inauguração do Museu Paulista em 1895 e participou da fundação da Escola de Farmácia, da Escola Normal de Itapetininga (SP), do Ginásio de Campinas (SP); da Escola Modelo da Luz/Grupo Escolar Prudente de Moraes, do Gymnásio do Estado de São Paulo (Escola Estadual São Paulo) e da Biblioteca Pública na capital paulista, sendo ainda precursor da ideia de um Instituto de Soroterapia em São Paulo, apesar de não ter atuado diretamente na fundação do Instituto Butantan.[3]

Em 1883, publicou o texto “Porto Feliz e as Monções para Cuiabá” no Almanach Literário de São Paulo, e com isso, foi nomeado em 1894, primeiro presidente efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, e em 1896, ingressou como sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.[3]

Em 1896, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde exerceu o mandato de representante de São Paulo no Congresso Federal. Morreu um ano depois da mudança, já cego de um olho e perdendo a visão de outro olho. Foi sepultado três dias após seu falecimento no Cemitério da Consolação, em São Paulo.

Cesário Motta Júnior foi honrado post-mortem como patrono da cadeira nº 10 da Academia Paulista de Letras, fundada em 27 de novembro de 1909.[1][2]

Referências

  1. a b c d Academia de Medicina de São Paulo: Cesário Motta
  2. a b c d «Academia Paulista de Letras - Patronos: Cesário Mota Júnior (cadeira 10)» 
  3. a b c «Cesário Mota Júnior, educador emérito « Campo & Cidade» 
  4. Marçola, Fernanda Helena Petrini (2011). «Memórias da República e da Educação: Césario Motta Júnior e a Convenção de Itu/SP (1873)» (PDF). Faculdade de Educação, UNICAMP/SP. Trabalho para a X Jornada do HISTEDBR - História, Sociedade e Educação no Brasil. "História da Educação: Intelectuais, Memória e Política", Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Consultado em 5 de abril de 2020 

Ligações externas editar

 
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