Chacina da Lapa ou Massacre da Lapa (16 de dezembro de 1976) foi uma operação do exército brasileiro no Comitê Central do PCdoB - localizado na Rua Pio XI, nº 767, no bairro da Lapa em São Paulo - que culminou com a morte de três dos dirigentes do partido. Na ocasião o PCdoB atuava clandestinamente em função da proibição imposta à sua existência pela ditadura militar. Segundo inquérito interno do partido, a operação foi possível porque Manoel Jover Telles havia traído os companheiros, informando o dia e o local da reunião do Comitê Central ao Exército.[1] Telles, que havia sido preso em meados de 1976, aparentemente negociara com os órgãos da repressão política e fornecera informações sobre a próxima reunião do Comitê Central (CC) do PCdoB. " [Telles] Deu o dia e a hora por 150 mil, entregues à filha dele, em Porto Alegre", confirmou o general Leônidas Pires Gonçalves, durante entrevista.[2] [3]

João Batista Franco Drummond, preso no dia anterior, à tarde, após sair da casa, fora levado ao DOI/CODI, onde morreu sob tortura, durante a madrugada. Ângelo Arroyo e Pedro Pomar foram mortos na incursão. Outros cinco integrantes - Elza Monnerat, Haroldo Lima, Aldo Arantes, Joaquim Celso de Lima e Maria Trindade foram presos e torturados.[4][5] Conseguiram escapar da prisão José Novaes e Manoel Jover Telles.

Referências

  1. “Chacina da Lapa” será pauta de reunião da Comissão da Verdade. Em dezembro de 1976, dois dirigentes do PCdoB foram assassinados pelas forças militares. Por Mario Henrique de Oliveira. SpressoSP, 31 de julho de 2012.
  2. André Cintra (5 de Abril de 2010). «General admite que ditadura subornou traidor para liquidar PCdoB». Vermelho. Consultado em 26 de abril de 2013 
  3. Cuba apoiou guerrilha já no governo Jânio. Por Mário Magalhães. Folha de S. Paulo, 8 de abril de 2001.
  4. Pomar, Pedro Estevam da Rocha (2006). Massacre na Lapa: Como o Exército liquidou o Comitê Central do PCdoB - São Paulo, 1976. [S.l.]: Editora Fundação Perseu Abramo. ISBN 8576430355 
  5. Chacina da Lapa poderia ter sido evitada pelo Exército. Por Roldão Arruda. Estadão, 12 de agosto de 2014

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