Ciclone do Pacífico central em 2006

Ciclone do Pacífico central em 2006
Tempestade tropical (SSHWS/NWS)
imagem ilustrativa de artigo Ciclone do Pacífico central em 2006
O sistema em 1º de Novembro
Formação 30 de Outubro de 2006
Dissipação 3 de Novembro de 2006

Ventos mais fortes sustentado 1 min.: 100 km/h (65 mph)
Pressão mais baixa desconhecida

Fatalidades Nenhuma
Danos Desconhecidos
Áreas afectadas Canadá (Colúmbia Britânica)

O ciclone do Pacífico central em 2006, também chamada de tempestade 91C INVEST ou Tempestade 91C foi um evento meteorológico incomum em 2006. Formando-se em 30 de Outubro de um ciclone de média latitude nas latitudes médias do Pacífico norte, moveu-se sobre águas mais mornas do que o normal. A tempestade adquiriu algumas características de um ciclone subtropical ou mesmo de um ciclone tropical. No entanto, assim que o sistema aproximou-se da América do Norte, dissipou-se. A umidade de seus remanescentes causou chuvas significativas na Colúmbia Britânica, Canadá. O estado e a natureza deste evento meteorológico é desconhecido, sendo que meteorologistas e agências meteorológicas tendo diferentes opiniões.

História da tempestade editar

Um ciclone extratropical sobre o Pacífico centro-norte moveu-se sobre uma área do oceano.[1] O sistema passou sobre uma área com a temperatura da superfície do mar 2 °C acima do normal por dois dias.[2] Em 31 de Outubro, o sistema adquiriu áreas de convecção, um núcleo mais quente do que o normal,[1] e uma estrutura semelhante a um olho.[2] Durante este período, o sistema moveu-se para leste, e então para nordeste, e então para noroeste.[1]

Em 1º de Novembro, o sistema apresentava ventos, sob estimativa, de 100 km/h e apresentava muitas áreas de convecção. Depois disso, a tempestade enfraqueceu-se lentamente, deu uma volta completa em sua trajetória no sentido anti-horário e começou a seguir para leste em direção à costa oeste da América do Norte. Em 2 de Novembro, ventos de cisalhamento começaram a enfraquecer o sistema e toda as áreas de convecção tinham se dissipado no dia seguinte, quando a tempestade estava localizada a cerca de 840 km da costa do Oregon, Estados Unidos.[1]

O centro da circulação ciclônica do sistema passou ao sul da boia de observação 46637 em 1º de Novembro. A menor leitura da boia foi de 989 hPa. Outras boias indicaram que a área de baixa pressão um tanto grande associado ao sistema. A boia 46637 não estava no centro da circulação do sistema, então é possível que o sistema tivesse uma pressão atmosférica ainda menor do que foi realmente medido.[1]

Impactos, preparativos e recordes editar

Em resposta ao evento meteorológico, o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos emitiu um alerta de ventos para a costa de Oregon.[3]

O sistema trouxe chuvas fortes para porções da Ilha Vancouver.[4]

Se a tempestade 91C for mesmo um ciclone tropical ou subtropical, ele detém vários recordes. Atualmente, devido à incerteza da natureza do sistema, qualquer recorde que ele detenha não é oficial.

O ciclone formou-se a 36°N, a tempestade seria, portanto, o sistema tropical que se formou mais ao norte na Bacia do Pacífico nordeste.[5] Atualmente, o sistema tropical que detém este recorde é a tempestade tropical Wene, que formou-se na latitude 32°N antes de cruzar a linha internacional de data.[6][7] Além do mais, estes dados da trajetória da tempestade indicam que a tempestade seguiu do meridiano 149°W para o meridiano 135°W, sendo assim constatado que a tempestade passou da bacia do Pacífico centro-norte para a bacia do Pacífico nordeste.[5] Apenas outros dois ciclones tropicais tinham feito isso anteriormente.[7]

Natureza do sistema editar

 
Os remanescentes de 91C atingindo a costa do Canadá

Este sistema tem sido considerado como um ciclone tropical, subtropical ou extratropical.

Mark Guishard, um meteorologista que presta serviços ao Serviço Meteorológico de Bermudas, opinou que o sistema tinha completado o ciclogênese tropical e portanto foi um ciclone tropical. O meteorologista Mark Lander disse que o topo das nuvens do sistema era similar a vários furacões atlântico, ao Furacão Vince em particular.[1] James Franklin, um meteorologista no Centro Nacional de Furacões disse que:

O sistema originou-se de um sistema frontal (...) a estrutura frontal foi perdida num determinado momento (...). A estrutura convectiva assemelhava-se a um sistema tropical, mais do que a um sistema subtropical e o raio de ventos máximos (baseado no QuikSCAT) era muito comprimido em relação ao centro, que também é mais típica a ciclones tropicais (...) considerando estes fatores, o sistema foi mais tropical do que subtropical.[8]
— James Franklin

Clark Evans, da Universidade do Estado da Flórida, relatou que as ferramentas de previsão mostraram que a estrutura do sistema era consistente com um ciclone subtropical ou marginalmente com um ciclone tropical.[1] A NASA, que não é uma agência meteorológica, disse que o sistema era um ciclone subtropical.[2]

Em sua revisão da temporada de furacões no Atlântico de 2006, o Centro Canadense de Furacões considerou este sistema como um ciclone extratropical.[4]

O sistema apresentou ventos constantes de 100 km/h, que está acima do limite de 60 km/h, que delimita a divisão entre uma depressão tropical e uma tempestade tropical, e, portanto, seria uma tempestade nomeada se o sistema fosse realmente um ciclone tropical ou subtropical. No entanto nenhum Centro Meteorológico Regional Especializado (neste caso o Centro de Furacões do Pacífico Central[9] e o Centro Nacional de Furacões)[10] incluíram este sistema em seus arquivos anuais. O sistema também não foi incluído no arquivo oficial de "melhores trajetórias".[7] Portanto, este sistema não é um ciclone tropical ou subtropical da temporada de furacões no Pacífico de 2006.

Ver também editar

Referências

  1. a b c d e f g Gary Padgett. «Possible Tropical Cyclone» (em inglês). Consultado em 1 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 2 de agosto de 2008 
  2. a b c «Subtropical Storm off the Coast of Oregon». NASA (em inglês). 2 de novembro de 2006. Consultado em 1 de janeiro de 2008 
  3. «First Storm Set to Wow Oregon Coast». Beach Connection (em inglês). Consultado em 1 de janeiro de 2008 
  4. a b «2006 Atlantic Hurricane Season Review». Canadian Hurricane Center (em inglês). 22 de maio de 2007. Consultado em 1 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 4 de agosto de 2007 
  5. a b Gary Padgett & Karl Hoarau. «Global Tropical Cyclone Tracks - November 2006» (em inglês). Consultado em 2 de janeiro de 2008 
  6. «Tropical Storm (TS) 16W (Wene*)». 2000 Annual Tropical Cyclone Report (em inglês). Joint Typhoon Warning Center. Consultado em 2 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 8 de setembro de 2009 
  7. a b c «Untitulod». National Hurricane Center (em inglês). 7 de junho de 2007. Consultado em 1 de janeiro de 2008. Arquivado do original (plain text) em 21 de agosto de 2007 
  8. «Thingamabobbercane revisited». Weather Underground (em inglês). Jeff Masters' Blog. 8 de novembro de 2006. Consultado em 1 de janeiro de 2008 
  9. Andy Nash, Tim Craig, Sam Houston, Roy Matsuda, Jeff Powell, Ray Tanabe, & Jim Weyman (julho 2007). «2006 Tropical Cyclones Central North Pacific». Central Pacific Hurricane Center (em inglês). Consultado em 1 de janeiro de 2008 
  10. «2006 Eastern Pacific Hurricane Season». National Hurricane Center (em inglês). Consultado em 1 de janeiro de 2008 

Ligações externas editar