Cinco Raças Sob Uma União

princípio político da República da China
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Cinco Raças Sob Uma União foi um dos grandes princípios

sobre os quais a República da China foi fundada em 1911, no momento da Revolução Xinhai.[1][2][3][4]

Descrição editar

Este princípio enfatizou a harmonia dos cinco maiores grupos étnicos da China, como representado pelas cinco faixas coloridas da Bandeira da República: os Han (vermelho); os Manchus (amarelo); os Mongóis (azul); os "Hui" (Muçulmanos Chineses) (branco); e os Tibetanos (preto).[5]

 
Bandeira do meio representando a União das Cinco Raças. Abaixo das bandeiras está a mensagem: "Vida longa a União" (共和萬歲).

O termo "Muçulmano" neste contexto (incluindo o termo 回, huí, em Chinês), se refere principalmente aos povos Túrquicos no Oeste da China, como por exemplo os uigures, uma vez que o termo "Território Muçulmano" (回疆; "Huijiang") era um nome antigo para Xinjiang, durante a dinastia Qing.[6] O significado do termo "povo Hui" evoluiu gradualmente para seu sentido atual — um grupo distinto dos Chineses Han.

História editar

Durante a Dinastia Sui, houve registros históricos de um sistema de bandeiras militares usando as cores vermelho (fogo), azul (madeira), amarelo (terra), branco (metal) e negro (água), representando os cinco elementos. Dinastia Tang herdou este sistema, e organizou as cores em estados de bandeira, de acordo com a ordem acima de elementos para o uso militar.[7] Nos subsequentes períodos históricos, esta "bandeira dos cinco elementos unidos" foi alterada e readaptada para o uso militar ou governamental. Na Dinastia Qing, uma pintura que registra a vitória dos Manchu sobre uma rebelião muçulmana de Du Wenxiu em Yunnan, uma bandeira militar com as cores amarelo, branco, preto, verde e vermelho pode ser vista.[8]

Após a Revolta de Wuchang, houve a queda da monarquia e a transição para a república. Havia um grande número de bandeiras concorrentes que poderiam ter sido usado pelos revolucionários. As unidades militares de Wuchang, queria a bandeira de 9 estrelas com Taijitu.[5] Já o primeiro presidente chinês Sun Yat-sen preferiu o Céu Azul e o Sol Branco, sinalizador da honra.[5]

Apesar do objetivo geral das revoltas serem os Manchus, Sun Yat-sen, Song Jiaoren e Huang Xing , por unanimidade, defenderam a integração racial, a ser realizada no país; portanto, as diferentes cores utilizadas para a bandeira.[9] A ideia geral é a de que todos os não Han eram Chineses também, apesar dos não Han fazer-se uma percentagem relativamente pequena da população.[10]

A bandeira dos "Cinco Grupos Étnicos Sob Uma União" não foi mais usada após a Expedição do Norte.

Uma variação desta bandeira foi adotada pelo general Yuan Shikai e o estado-fantoche Japonês de Manchukuo. Em Manchukuo um slogan semelhante era usado, mas a cinco cores haviam sido alteradas para representar os Japoneses (vermelho), Chineses Han (azul), Mongóis (branco), Coreanos (preto) e Manchus (amarelo).

Durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa, as cores foram usadas por vários governos fantoche japoneses, incluindo o Governo Provisório da República da China, no norte do país e o Governo Reformado da República da China em regiões centrais.

Galeria editar

Ver também editar

Referências

  1. Murray A. Rubinstein (1994). Murray A. Rubinstein, ed. The Other Taiwan: 1945 to the present illustrated ed. [S.l.]: M.E. Sharpe. p. 416. ISBN 1-56324-193-5. Consultado em 28 de junho de 2010 
  2. James A. Millward (2007). Eurasian crossroads: a history of Xinjiang illustrated ed. [S.l.]: Columbia University Press. p. 208. ISBN 0-231-13924-1. Consultado em 28 de junho de 2010 
  3. Paul Hibbert Clyde, Burton F. Beers (1971). The Far East: a history of the Western impact and the Eastern response (1830–1970) 5, illustrated ed. [S.l.]: Prentice-Hall. p. 409. Consultado em 28 de junho de 2010 
  4. Making of America Project (1949). Harper's magazine, Volume 198. [S.l.]: Harper's Magazine Co. p. 104. Consultado em 13 de junho de 2011 
  5. a b c Fitzgerald, John. [1998] (1998). Awakening China: Politics, Culture, and Class in the Nationalist Revolution. Stanford University Press publishing. ISBN 0-8047-3337-6, ISBN 978-0-8047-3337-3. pg 180.
  6. Suisheng Zhao (2004). A nation-state by construction: dynamics of modern Chinese nationalism illustrated ed. [S.l.]: Stanford University Press. p. 171. ISBN 0-8047-5001-7. Consultado em 12 de junho de 2011 
  7. 唐代军旗
  8. 中华民国国旗 — 五色旗,是孙中山所谓的清朝“官旗”吗?
  9. Hsiao-ting Lin. [2010] (2010). Modern China's ethnic frontiers: a journey to the west. Taylor & Francis publishing. pg 7. ISBN 0-415-58264-4, ISBN 978-0-415-58264-3.
  10. Chow, Peter C. Y. [2008] (2008). The "one China" dilemma. Macmillan publishing. pg 31. ISBN 1-4039-8394-1, ISBN 978-1-4039-8394-7.