Cinemateca Portuguesa

A Cinemateca Portuguesa é uma instituição pública dedicada à difusão e preservação da arte cinematográfica e, em especial, do Cinema Português. Foi criada em 1948, em Lisboa, onde se mantém até hoje (presentemente, com instalações na rua Barata Salgueiro). A Cinemateca organiza ciclos de cinema e exposições, dispondo ainda de um Museu do Cinema, arquivos, biblioteca, livraria e bar-restaurante. O Arquivo Nacional de Imagens em Movimento (ANIM), encontra-se sob a sua alçada.

Cinemateca Portuguesa
Cinemateca Portuguesa
Tipo cinemateca
Inauguração 1948 (76 anos)
Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 38° 43' 15.32" N 9° 8' 55.66" O
Mapa
Localização Lisboa - Portugal

História editar

A Cinemateca Portuguesa surgiu em 1948, em pleno Estado Novo, a partir dum acervo documental do antigo Secretariado de propaganda Nacional, futuro Secretariado Nacional de Informação (SNI), órgão de promoção da cultura do governo de António Salazar. Manuel Félix Ribeiro, funcionário do SNI, foi o primeiro diretor da então Cinemateca Nacional. A 29 de setembro de 1958 teve lugar a primeira sessão de cinema, pública e autónoma, no Palácio Foz, e no dia seguinte, a 30 de setembro, deu-se a abertura da Biblioteca ao público[1].

A Cinemateca Portuguesa tornou-se uma repartição do Instituto Português de Cinema em 1973, na fase final do governo de Marcello Caetano, mantendo-se nessa condição até ao ano de 1979, sempre sob a direção de Manuel Félix Ribeiro, que se manteve nesse cargo mesmo após a mudança de regime político, subsequente ao 25 de abril de 1974. Seria sucedido por Luís de Pina, no ano de 1982.

Em 1979, chefiando o Governo Carlos Mota Pinto, o Estado português comprou o número 39 da Rua Barata Salgueiro; uma moradia propriedade da família do advogado e político Morais Carvalho (construído em terreno comprado ao próprio Barata Salgueiro, em 1887), na qual passou a estar instalada a Cinemateca, agora enquadrada organicamente como uma direção-geral do Ministério da Cultura[2]. O novo cinema foi inaugurado em 1980.

Em 1991, sendo Primeiro-Ministro Aníbal Cavaco Silva, João Bénard da Costa assumiu o cargo de diretor — era, desde 1980, subdiretor. Entre 2001 e 2002 decorreram as obras de restauração do edifício, a cargo dos arquitectos Alberto Castro Nunes e António Maria Braga. Nesse período, as atividades da Cinemateca voltaram a decorrer no Palácio Foz. Em Dezembro de 2002 reabriram as instalações da rua Barata Salgueiro, com o espaço museográfico 39 Degraus e as salas de cinema renovadas.

Centrou-se a ação de Bénard da Costa na programação regular de obras relevantes da história do cinema, a exemplo da Cinemateca Francesa, na renovação das instalações e, enquanto museu do cinema, na criação de condições para boa conservação e restauro (ANIM) dos filmes em arquivo. Ao contrário porém da sua congénere francesa, que tem uma “biblioteca do filme” (BiFi), subestimou a necessidade de criar uma semelhante em Portugal, que permitisse um visionamento fácil dos filmes em depósito por cinéfilos ou investigadores. Fora das sessões programadas, os filmes permanecem invisíveis.

Sucedendo a Bénard da Costa (1991-2009), Maria João Seixas é indigitada para assumir em janeiro de 2010 a direção da Cinemateca, altura em que o governo é chefiado por José Sócrates. Em 2014, sendo Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho, José Manuel Costa (funcionário da Cinemateca desde 1975, e antigo subdiretor em 1995-1997 e 2010-2014) surge como novo diretor[3].

Espaços e serviços editar

 
A Cinemateca Portuguesa na Rua Barata Salgueiro em Lisboa

Salas de cinema editar

A Cinemateca tem três espaços para projecção de filmes: a sala Dr. Félix Ribeiro (a maior, com 227 lugares); a sala Luís de Pina (47 lugares) e o terraço, onde são feitas projecções ao ar livre no Verão.

Museu editar

O espaço museográfico 39 Degraus dispõe de três salas. A sala dos Carvalhos é dedicada à exposição permanente de peças da colecção da cinemateca: aparelhos, livros e fotografias. É usada regularmente para espectáculos de pré-cinema ou dos inícios do cinematógrafo. A sala dos Cupidos contém uma exposição de lanternas mágicas. Ocasionalmente, são feitos espectáculos com elas. A sala 6x2 destina-se às projecções com novas tecnologias (filmes em suporte DVD, com sessões non-stop).

Biblioteca editar

A biblioteca está aberta ao público em geral, e dispõe de uma sala de consulta e de uma sala de leitura, para livros e material fotográfico.

Cinemateca Júnior editar

Em 2007 foi criada a Cinemateca Júnior, com sede no Palácio Foz. Esta oferece uma programação regular, com ateliers de tempos-livres, visitas à exposição permanente interactiva de pré-cinema, exibição de filmes e outras actividades para crianças e famílias.

ANIM editar

O Arquivo Nacional de Imagens em Movimento é o departamento da Cinemateca Portuguesa responsável pela salvaguarda e conservação do património cinematográfico nacional e, de forma geral, de imagens em movimento. As suas responsabilidades incluem prospectar, recolher, conservar, preservar, restaurar, catalogar e facultar o acesso a filmes ou outras imagens em movimento em qualquer suporte e de qualquer época, formato, género, regime de produção ou proveniência. Cabe-lhe ainda a recolha e tratamento de dados sobre toda a produção nacional ou relacionada com a filmografia portuguesa).

Publicações editar

A Cinemateca Portuguesa edita regularmente catálogos e monografias dedicados a actores, realizadores e vários temas da história do cinema.

Ver também editar

Referências

Ligações externas editar

 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Cinemateca Portuguesa
 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Cinemateca Portuguesa