Clara Averbuck

Escritora brasileira
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Clara Averbuck Gomes (Porto Alegre, 26 de maio de 1979) é uma escritora feminista brasileira.[1]

Clara Averbuck
Clara Averbuck
Nome completo Clara Averbuck Gomes
Nascimento 26 de maio de 1979 (44 anos)
Porto Alegre, RS
Residência São Paulo
Nacionalidade brasileira
Ocupação escritora
Principais trabalhos Máquina de pinball, Vida de gato, Cidade grande no escuro, Eu quero ser eu

Biografia editar

Clarah Averbuck, como ficou conhecida, sempre odiou a escola. Parou de estudar no segundo grau, tentou o supletivo mais tarde, desistindo em seguida. O H do nome surgiu quando cursava o primeiro ano do segundo grau, por uma brincadeira entre colegas, e foi retirado em 2011. Retomou o supletivo apenas porque quis entrar na faculdade. Tentou estudar Letras e Jornalismo na PUC-RS, mas não passou de um semestre em ambos os cursos.

Começou sua trajetória literária publicando os seus textos na Internet. Em junho de 1998 escreveu pela primeira vez para a Não-til, a revista digital da Casa de Cinema de Porto Alegre. Um ano depois, se tornou uma das colunistas do CardosOnline, que durou até 2001 e revelou escritores como Daniel Galera e Daniel Pellizzari.

Em julho de 2001 mudou-se para São Paulo, onde começou a escrever sua primeira novela, Máquina de pinball,[2] publicada no ano seguinte. Em setembro de 2001 criou o blog "brazileira!preta", que chegou a ter mais de 1 800 acessos diários. Em maio de 2006, voltou a manter um blog, desta vez chamado Adiós Lounge e a seguir publicou mais dois livros: Das coisas esquecidas atrás da estante, em 2003, e Vida de gato, em 2004.

A obra da escritora pode ser considerada literatura de consumo com influência da subcultura pop, em ícones como John Fante, Charles Bukowski, Paulo Leminski, Pedro Juan Gutiérrez, Hunter S. Thompson, João Antônio, Lucía Etxebarria, H.L. Mencken, Fiona Apple, Nina Simone, Rolling Stones, Tom Waits e Strokes. Faz sentido ter tanta música envolvida; Clara é filha do músico Hique Gomez da dupla Tangos & Tragédias e também canta. Teve várias bandas, entre elas Jazzie & Os Vendidos, com a qual chegou a fazer turnê por diversos estados do Brasil.

A popularidade de seus escritos chamou a atenção de diretores importantes do teatro e do cinema. Máquina de Pinball ganhou adaptação para o teatro, roteirizado por Antônio Abujamra e Alan Castelo, em 2003. Este e seus outros dois livros também inspiraram o diretor cinematográfico Murilo Salles que, com a ajuda das roteiristas Elena Soárez e Melanie Dimantas mais a própria Clara Averbuck, produziu o filme Nome Próprio, em 2006/2007, com Leandra Leal no papel principal.

Em 2008 lançou o livro-LP de tiragem limitada Nossa Senhora da Pequena Morte em parceria com artista Eva Uviedo, pela Editora do Bispo de Pinky Wainer, casa paulistana especializada em publicações fora dos padrões convencionais. O livro, atualmente esgotado, reproduz páginas escritas à mão ou datilografadas, vinha dentro de capas clássicas de velhos e bons long-plays (LPs), com direito a vinis de rock, blues, jazz, clássicos e até raríssimos vinis mexicanos.

Em 21 de setembro de 2009 casou-se com Reginaldo Lincoln, baixista da banda Vanguart. Em 2011 participou do programa Troca de Família, da TV Record e disse ter sido traída pelo seu marido. Foi redatora de humor do Portal R7 até 2012, saindo para se dedicar a novos projetos.

Em 2012 lançou, pela editora 7Letras, a coletânea de textos publicados em sites, revistas e jornais ao longo da última década, Cidade Grande no Escuro. Na mesma ocasião, relançou todos seus livros anteriores pela mesma editora, com capas assinadas por Eva Uviedo. Em 2014 lançou o romance para o público adolescente Eu Quero Ser Eu [7Letras].

Também em 2014 Clara lançou o site feminista Lugar de Mulher, junto com Mari Messias e Ana Paula Barbi.

Em 2014 Clara iniciou uma bem-sucedida campanha de financiamento coletivo através da plataforma Catarse, arrecadando dinheiro para lançar seu próximo livro de forma independente. Toureando o Diabo traz de volta a personagem Camila, protagonista de Vida de Gato, e também é uma co-autoria com a artista Eva Uviedo. O livro foi lançado no início de 2016, pela editora da escritora, e apresenta um formato inovador, no qual texto e desenhos se entrelaçam de forma a contar a história, de forma que é impossível desassociá-los.

No final de agosto de 2017, denunciou ter sofrido estupro por um motorista do Uber, dando início a uma campanha de denúncia de abuso de passageiras do transporte público.[3]

Obras publicadas editar

  • Máquina de Pinball, Editora Conrad, 2002.[1]
  • Das Coisas Esquecidas Atrás da Estante, editora 7Letras, 2003;
  • Vida de Gato, Editora Planeta, 2004;
  • Nossa Senhora da Pequena Morte (co-autoria com Eva Uviedo), Editora do Bispo, 2008;
  • Cidade Grande no Escuro, Editora 7Letras, 2012;
  • Eu Quero Ser Eu, Editora 7 Letras, 2014;
  • Toureando o Diabo (co-autoria com Eva Uviedo), Editora Averbooks, 2016

Referências

  1. a b «Clara Averbuck – Musas com cérebro». Consultado em 28 de Abril de 2012 
  2. «"Máquina de Pinball" - Clarah Averbuck». Consultado em 28 de Abril de 2012 
  3. «Escritora Clara Averbuck denuncia estupro por motorista da Uber». www.uol.com.br. Consultado em 27 de maio de 2021 

Ligações externas editar