Classe João Coutinho

classe de navio da Marinha Portuguesa

A Classe João Coutinho é um tipo de escoltador oceânico ao serviço da Marinha Portuguesa.

Classe João Coutinho
Classe João Coutinho
NRP António Enes
Visão geral    Bandeira da marinha que serviu
Nome Classe João Coutinho
Operador(es) Portugal
Construtor(es) Navantia (Espanha)
Blohm & Voss (Alemanha)
Unidade inicial NRP João Coutinho (1970)
Unidade final NRP António Enes (1971)
Lançamento 1970
Em serviço 1970 - atualidade
Características gerais
Tipo Corveta / Fragata ligeira
Deslocamento 1 438 t
Comprimento 85 m
Boca 12,5 m
Propulsão 2 motores diesel OEW Pielstick com 10 000 cv e 2 eixos
Velocidade 23 nós
Autonomia 10 600 km a 18 nós
Sensores Radar de navegação Kelvin Hugues
Controlo de tiro Western Electric SPG-34
Armamento 1 x 2 peças Mk33 de 76 mm
2 peças AA Bofors de 40 mm
Aeronaves Pista de pouso para helicópteros ligeiros
Tripulação 100

Esta classe foi projectada pelo engenheiro português Rogério d'Oliveira como um tipo de navio especialmente adaptado à atuação nas águas dos territórios ultramarinos portugueses, garantindo aí uma presença naval em defesa da soberania de Portugal. Para poderem ser construídos em alguma quantidade de modo a estarem presentes em todos estes territórios, era necessário que os navios fossem económicos e fáceis de manter. Estes navios seriam a versão moderna das canhoneiras do século XIX e dos avisos coloniais de 2ª classe da década de 1930. A Marinha Portuguesa classificou os navios da nova classe como corvetas, apesar da sua dimensão já os inserir na categoria das fragatas ligeiras e de terem recebido o prefixo F no seu número de amura.

Pela urgência da Marinha Portuguesa em ter os navios ao serviço, em virtude da Guerra do Ultramar, recorreu-se a estaleiros alemães e espanhóis para a construção da classe, sendo os navios lançados à água em 1970 e 1971.

De 1970 até 1975, os navios foram utilizados na função principal para a qual tinham sido projectados, atuando em missões de soberania e apoio de fogo nas águas de Angola, Guiné Portuguesa, Moçambique e Cabo Verde. Com a independência dos territórios ultramarinos, as corvetas passaram a ser utilizadas sobretudo em missões de vigilância, fiscalização, busca e salvamento nas águas de Portugal.

Dada a excepcional qualidade do projeto, a Classe João Coutinho deu origem a várias outras classes de navios, utilizados por várias marinhas: Classe Baptista de Andrade (Portugal), Classe Descubierta (Espanha, Egipto e Marrocos), Classe Espora (MEKO 140) (Argentina) e Classe D'Estienne d'Orves (A-69) (França, Argentina e Turquia).

Unidades editar

Nº de amurada Nome Estaleiro Comissão Estado
F 471 NRP António Enes Bazán 1971 Em serviço
F 475 NRP João Coutinho Blohm + Voss 1970 Desativado[1]
F 476 NRP Jacinto Cândido 1970 Desativado
F 477 NRP General Pereira d'Eça 1970 Desativado
F 484 NRP Augusto de Castilho Bazán 1970 Desativado
F 485 NRP Honório Barreto 1970 Desativado

Cronologia editar

  • A 2014-08-14 o NRP João Coutinho deu início à sua última missão, após 44 anos de serviço e tendo somado mais de 60 mil horas de navegação.[1]
  • A 2017-02-03 foi noticiado que as forças armadas das Filipinas manifestaram interesse na aquisição das corvetas da classe João Coutinho, bem como da classe Baptista de Andrade.[3]

Referências editar

  1. a b c «Corveta João Coutinho faz a última viagem quinta-feira após 44 anos ao serviço da Marinha». Diário de Notícias. 12 de agosto de 2014. Consultado em 18 de agosto de 2014 
  2. «Marinha prevê abater duas corvetas durante este ano». Correio da Manhã. 11 de fevereiro de 2014. Consultado em 18 de agosto de 2014 
  3. «Filipinas interessadas nas corvetas da Marinha». Diário de Notícias. 3 de fevereiro de 2017. Consultado em 15 de junho de 2017 

Ligações externas editar

 
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