Confraria do Rosário

A Confraria do Rosário é uma irmandade religiosa fundada há 150 anos, no Sertão de Pernambuco.

Biografia editar

Segundo registros históricos, os escravos da Fazenda Grande em Floresta, descendentes de nobres do Congo, tinham apenas um feriado por ano, o dia 31 dezembro, que aproveitavam para coroar um rei e uma rainha. A ideia da celebração era mostrar à população que também tinham sangue nobre. Não se sabe ao certo a data da primeira celebração realizada pela Confraria do Rosário, mas consta nos registros que, desde 1792, reis e rainhas negros eram escolhidos como representantes dos escravos da região. Até os dias de hoje, os 36 membros da irmandade mantém um roteiro de celebração, em que o cortejo real, acompanhado de espadins e uma banda de pífanos (com caixa, zabumba e pífanos) segue para a igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde ocorre uma cerimônia religiosa. Da igreja, o cortejo se dirige para a casa da Confraria do Rosário, onde o almoço é distribuído para todos e são escolhidos e coroados o rei e a rainha do próximo ano. O hasteamento da bandeira de Nossa Senhora do Rosário e a coroação do Rei e Rainha do Congo se configuram, atualmente, como a mais famosa e tradicional manifestação cultural e religiosa de Floresta, endossando um sentido comunitário único.[1]

Título editar

Em 2007, a Confraria do Rosário recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, e segue valorizando e preservando as tradições desta comunidade de sentidos, de um grupo de negros que cultua e mantém sua memória ancestral.[2]

Referências

  1. Amorim, Maria Alice (2010). Patrimônios Vivos de Permambuco. Recife: FUNDARPE 
  2. Bezerra, C.P.A. et al. Mostra Patrimônios Vivos de Pernambuco. Recife: FUNDARPE, 2010.