Constituição Francesa de 1875

A Constituição Francesa de 1875, ou simplesmente as Leis Constitucionais de 1875, foi o conjunto de leis que estabeleceu a Terceira República Francesa. Foram aprovadas pela Assembleia Nacional entre fevereiro e julho de 1875.[1]

Original da Lei de 16 de julho de 1875.

Contexto editar

Após a derrota da França na Guerra Franco-Prussiana e a queda de Napoleão III, um governo provisório foi estabelecido. Em um primeiro momento, cogitou-se restaurar a monarquia, porém, após disputas a respeito de quem deveria assumir o trono francês, proclamou-se uma república. A nova constituição, dessa forma, foi um documento de compromisso, estabelecendo o primeiro regime duradouro na França desde a Revolução Francesa de 1789. Devido aos transtornos da guerra e à eclosão da Comuna de Paris, as novas leis constitucionais foram redigidas em Versalhes.[2]

Foi abolida em 1940, após a ocupação alemã da França durante a Segunda Guerra Mundial.

Princípios editar

No total, três leis constitucionais organizaram o novo regime republicano:

  • Lei de 24 de fevereiro de 1875: Sobre a organização do Senado;
  • Lei de 25 de fevereiro de 1875: Sobre a organização de autoridades públicas;
  • Lei de 16 de julho de 1875: Sobre as relações entre os poderes públicos.

Essas três leis foram ligeiramente modificadas posteriormente. Foi a primeira e a última vez que um regime republicano na França não foi organizado por uma verdadeira constituição, embora seja costume chamar tais leis, por simplificação, de "Constituição de 1875".

A Constituição de 1875 foi a primeira a misturar a forma republicana de governo com mecanismos de monarquia parlamentar, inspirada pelo orleanismo da Constituição Francesa de 1830, dando origem, assim, ao parlamentarismo republicano.

Ver também editar

Referências

  1. «The Third French Republic, 1870-1940 | WorldCat.org». search.worldcat.org. Consultado em 15 de dezembro de 2023 
  2. «Third Republic | Definition, Dates, Leaders, & Facts | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 21 de janeiro de 2024 

Bibliografia editar

  • Philippe Ardant, Institutions politiques & Droit constitutionnel, éd. LGDJ, « Manuels », Paris, 2003, 15e, 616 p. (ISBN 227502372-0). Manuel de droit constitutionnel très général, comporte un rapide historique des constitutions françaises.
  • Jean-Jacques Chevallier, Histoire des institutions et des régimes politiques de la France de 1789 à 1958, éd. Armand Colin, « Classic », Paris, 2001, 9e (1re, 1952, Dalloz), 748 p. (ISBN 2247045286).
  • Marcel Morabito, Histoire constitutionnelle de la France (1789-1958), éd. Montchrestien, « Domat / Droit public », Paris, 2004, 8e, 431 p. (ISBN 270761389-4). Ouvrage complet présentant toutes les constitutions françaises depuis l'Ancien Régime, sans perdre de vue l'évolution institutionnelle générale, doté en plus d'une bibliographie importante.