Cornóvios (em latim: Cornovii; lit. "pessoas do corno"), eram um povo da Idade do Ferro na Britânia, e viviam nos condados modernos do norte Staffordshire, Shropshire e Cheshire na região inglesa de Midlands Ocidentais. A capital na época pré-romana era provavelmente a atual The Wrekin. Ptolomeu refere em sua Geografia do século II o nome de duas cidades: Deva Vitoriosa (Céstria), e Virocônio dos Cornóvios (Wroxeter), que se tornou em capital durante o domínio romano.

História editar

 
Território dos cornóvios

Os cornóvios produziram pouco em forma de utensílios de cerâmica identificáveis. Seus locais são identificados pelos detalhes das construções de seus forte de montanhas e artefatos de metal. Eles construíram numerosos fortes de montanhas, incluindo Titterstone Clee perto de Bitterly. Acredita-se que o forte de montanha de Old Oswestry também tenha sido habitado pelos cornóvios. Um destes fortes de montanha é provavelmente aquele mencionado pelo historiados Tácito como o último refúgio da resistência liderada por Carataco em 50 a.C. Entretanto, a natureza dos fortes de montanha é fortemente contestada entre arqueólogos, que os atribuem apenas a símbolos de status tribais ou para confinamento de gado e não como construções de defesa.

A tribo não desenvolveu nenhuma cunhagem conhecida, mas o seu controle da indústria de fabricação de sal do sul de Cheshire e partes de sua rede de distribuição provavelmente lhes deu um bom grau de riqueza, multiplicado pelo comércio e a criação de gado. No entanto, sua economia era principalmente do tipo pastoral. Desde cedo na Idade do Ferro, eles tinham tido uma rede de estradas pavimentadas e semi pavimentadas, boas o suficiente para transportar suas famosas carruagens.

Não se deve pensar que os cornóvios pareciam-se com selvagens besuntados de pinturas, os Romanos, que descreveram os Ingleses como "vãos", notaram a sua atenção à aparência e higiene pessoal. Peças de ouro e bronze (por exemplo, pesados colares feitos de fios torcidos de metal) foram encontradas em locais da Idade do Ferro na região. Eles eram especialistas em tecelagem e tingimento e adoravam cores brilhantes. As mulheres usavam seus cabelos em duas tranças grossas como coxas.

Depois da ocupação romana, as terras dos cornóvios se tornaram o centro das operações militares e econômicas. Virocônio dos Cornóvios (em latim: Vicoronium Cornoviorum) se tornou uma das cidades mais importantes na Bretanha Romana, onde a XIV Legião Gêmea foi guarnecida durante algum tempo. Os romanos também exploraram metais tais como cobre, chumbo e prata na área. Alguns cornóvios romanizados ficaram conhecidos por terem servido como legionários romanos.

Ao final do governo romano na Bretanha (por volta de 410) acredita-se que Virocônio se tornou um centro da resistência Britânica aos invasores Anglo-Saxônicos, e especula-se que tenha sido usado como base pelo Rei Artur. Esta teria é baseada nos reforços século VI feitos na cidade e a existência de um palácio substancial. Um manuscrito do século X na Biblioteca Britânica recorda que Virocônio foi ocupada por volta de 493 por Owain Ddantgwyn, um rei do fim do século V e um importante lorde de guerra. Não há nenhuma evidência histórica contemporânea de que ele era realmente conhecido como Artur.

Após este período, e com a expansão implacável do poder Inglês nas terras Britânicas, a área tribal dos Cornóvios ficou sob o governo do Reino de Pengwern. Pengwern foi derrotado pela vizinha Mércia após 642 Os nativos Cornóvios podem ter continuado a morar na área, talvez como Wrekensaete, sob as regras mércias. A sepultura de uma mulher de trinta anos dos cornóvios chamada Védica foi encontrada em Ilkley, Yorkshire.

Ligações externas editar

Bibliografia editar

  • Graham Webster, The Cornovii (2ª Ed., revisada.)
  • Tom Garlick, The Romans in Cheshire.