Cosmópolis

município brasileiro do estado de São Paulo

Cosmópolis é um município brasileiro do estado de São Paulo situado a 115.62 km da Capital, localiza-se a uma latitude 22º38'45" sul e a uma longitude 47º11'46" oeste, estando a uma altitude de 652 metros. Sua população de acordo com o Censo 2022 (IBGE) era de 59 773 habitantes.[2]

Cosmópolis
  Município do Brasil  
Praça dos Ferroviários
Praça dos Ferroviários
Praça dos Ferroviários
Símbolos
Bandeira de Cosmópolis
Bandeira
Brasão de armas de Cosmópolis
Brasão de armas
Hino
Gentílico cosmopolense
Localização
Localização de Cosmópolis em São Paulo
Localização de Cosmópolis em São Paulo
Localização de Cosmópolis em São Paulo
Cosmópolis está localizado em: Brasil
Cosmópolis
Localização de Cosmópolis no Brasil
Mapa
Mapa de Cosmópolis
Coordenadas 22° 38' 45" S 47° 11' 45" O
País Brasil
Unidade federativa São Paulo
Região metropolitana Campinas
Municípios limítrofes N Artur Nogueira, E Holambra, S Paulínia,W Americana e Limeira
Distância até a capital 130 km
História
Fundação 30 de novembro de 1944 (79 anos)
Administração
Prefeito(a) Antônio Cláudio Felisbino Júnior (PSD, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 154,730 km²
População total (Censo 2022 (IBGE)[2]) 59 773 hab.
Densidade 386,3 hab./km²
Clima tropical de altitude (Cwa)
Altitude 652 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000[3]) 0,799 alto
PIB (IBGE/2010[4]) R$ ,1 005 082 mil
PIB per capita (IBGE/2010[4]) R$ 17 087,12

História editar

Origens editar

A exploração das terras campineiras conhecidas como Fundão, desbravadas pela Bandeira do Capitão Francisco Barreto Leme do Prado em 1779, atraiu para o local fazendeiros de diversas regiões paulistas, assim como capitalistas de Minas Gerais, ocupando sesmarias. O intuito do sistema de sesmarias era estimular a produção de cana de açúcar, principal produto brasileiro na época[5].

As novas sesmarias atraiam fazendeiros buscando grandes extensões de terras para o cultivo de cana de açúcar e construção de engenhos, utilizando-se exclusivamente de mão de obra escrava. Impulsionados pelo sistema de sesmarias, os fazendeiros começaram a colonização das terras, derrubando matas e formando canaviais.

Com o fim do sistema de sesmarias em 1822 essas áreas começaram a ser vendidas pelos antigos fazendeiros, surgindo um novo processo de ocupação das terras, com a introdução do café e a criação dos primeiros núcleos coloniais de trabalhadores livres, formados por imigrantes europeus. A ampliação das lavouras trouxe um novo ciclo de desenvolvimento na região e o surgimento de grandes produtores de café, com destaque para a Fazenda Funil, então uma das maiores propriedades agrícolas da região[5].

As terras, pertencentes à família do Padre João Manuel de Almeida Barboza, eram notórias pela qualidade do solo e pelas grandes extensões de plantações de café e de cana de açúcar. Foi nessas terras que futuramente surgiria a Vila de Cosmópolis.

Entre 1889 e 1890 o então herdeiro da Fazenda, o Coronel João Manuel de Almeida Barboza, decide vender as terras para um grupo de investidores, entrando como membro dos novos empreendimentos. Esse grupo visava criar colônias agrícolas nas terras, destinadas a imigrantes europeus, em uma parceria firmada entre os governos federal e estadual com os países de origem dos trabalhadores[5].

Para o escoamento das produções agrícolas, o então presidente da Câmara de Campinas e investidor do grupo Coronel José Paulino Nogueira Ferraz, autorizava em 1892 o município a contrair empréstimos para financiar a construção de uma estrada de ferro, a Carril Agrícola Funilense, que havia sido fundada oficialmente em 24 de julho de 1890.

O grupo de investidores era então formado por pessoas de destaque na política e agricultura, possuindo membros como José Paulino Nogueira e irmãos, Barão Geraldo Ribeiro de Sousa Rezende, Dr. Moraes Sales, Cel. Silva Telles, Cel. João Batista de Souza Aranha, João Manuel de Almeida Barboza, Francisco de Paulo Camargo, entre outros[5].

 
Planta do Núcleo Colonial Campos Salles.

Com o desígnio de intensificar as produções, a Câmara Municipal de Campinas oficializa em 1896 um projeto para formação de uma colônia suíça. Assim pelo Decreto Estadual nº 502-A de 04/12/1897 foi criado o Núcleo Colonial Campos Salles nas terras da Fazenda Funil[6][7].

Por problemas climáticos e de adaptabilidade, poucas famílias suíças ficaram nas terras. Abre-se então a oportunidade para imigrantes de outras nacionalidades, como austríacos, alemães, poloneses, espanhóis e italianos. Inicialmente a imigração alemã foi responsável pela detenção de grande parte das terras, sendo membros de destaque na criação do Núcleo Colonial Campos Salles[5].

Fundação editar

As margens da Estrada de Ferro Funilense surge o primeiro povoado, localizado nas terras que originaram a atual Avenida Ester, antigo acesso à casa principal da Fazenda do Funil. Com o crescimento do povoado, a localidade começa a receber várias denominações dos seus moradores, como Campos das Palmeiras e Burgo[5].

A estação ferroviária da Funilense, inaugurada oficialmente no local em 18/09/1899 para atender ao florescente Núcleo Campos Salles, recebe o nome de Barão Geraldo de Rezende, estendendo-se a nomeação ao povoado, porém a nomeação não persiste[8].

A origem exata da nomeação Cosmópolis é incerta, presume-se que tenha recebido a denominação pelos empreendedores da família Nogueira, novos proprietários da Fazenda Funil e fundadores da Usina Esther[9]. A família Nogueira, na pessoa do Major Arthur Nogueira, estava à frente dos processos de loteamento agrícola e urbano das terras do Funil, criando com apoio do governo estadual, os primeiros núcleos coloniais, setores urbanos, agrícolas e industriais. Em 1905 a estação ferroviária é rebatizada de Cosmópolis, oficializando o nome[5][8].

Mas a data que foi oficializada como o marco de criação do projeto urbano cosmopolense é 17/01/1901. A data é uma correção histórica, formalizada após anos de estudos e pesquisas, sendo que os estudos documentais têm como base principal a planta de criação e loteamento da Villa Cosmópolis, projeto da sociedade agrícola e empreendimentos Arthur Nogueira & Cia. A planta urbana dos lotes da Fazenda Funil, regulamentada e aprovada pela Prefeitura de Campinas, é o primeiro registro oficial das terras com o nome Cosmópolis[5].

 
Vista aérea (década de 40).

Toponímia editar

O nome deriva da junção das palavras gregas Cosmo (Universo) e Polis (cidade), significando na sua tradução ao português, o universo em cidade, ou cidade universo, como popularizou-se.

Formação administrativa editar

  • Pela Lei n° 1.024 de 27/11/1906 é criado o distrito de Cosmópolis, no município de Campinas[10].
  • Pelo Decreto-Lei n° 14.334 de 30/11/1944 é criado o município de Cosmópolis, com território desmembrado dos municípios de Campinas, Mogi Mirim e Limeira. A emancipação passa a vigorar a partir de 1º de janeiro de 1945, quando o município é instalado[11].

Demografia editar

População editar

Crescimento populacional
Ano População Total
19467 571
19506 719−11,3%
19586 8882,5%
19608 79827,7%
197012 11037,6%
198023 24391,9%
199136 68457,8%
199639 8808,7%
200044 35511,2%
201058 82732,6%
202259 7731,6%
Fontes:[12][13][14]
Censos Demográficos IBGE e Estimativas Fundação SEADE

Dados demográficos editar

Dados do Censo - 2010[15]

População total: 58.827

  • Homens: 29.410
  • Mulheres: 29.417

Mortalidade infantil até 1 ano: 14,08 por mil

Expectativa de vida: 72,20 anos

Taxa de fecundidade: 2,26 filhos por mulher

Taxa de Alfabetização: 92,95%

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M): 0,799

  • IDH-M Renda: 0,726
  • IDH-M Longevidade: 0,787
  • IDH-M Educação: 0,884

(Fonte: IPEADATA)

Geografia editar

 
Represa do Rio Pirapitingui.

Localização editar

Cosmópolis é um dos municípios integrantes da Região Metropolitana de Campinas.

Rodovias editar

Hidrografia editar

Contém uma represa que abastece toda a cidade, sem riscos de necessidades de racionamentos, o ano todo.

Infraestrutura editar

 
Região central da cidade.

Comunicações editar

No setor de telefonia a cidade era atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), que inaugurou a central telefônica utilizada até os dias atuais.[16] Em 1998 esta empresa foi vendida para a Telefônica, que em 2012 adotou a marca Vivo para suas operações.[17]

Transportes editar

Cosmópolis conta com linhas de ônibus municipais operadas pela Viação Campestre. Possui também linhas metropolitanas, gerenciadas pela EMTU/SP, que ligam a cidade aos municípios de Artur Nogueira, Campinas, Engenheiro Coelho, Holambra e Paulínia.

Administração editar

Atividades econômicas editar

Usina Ester editar

 
Usina Ester (década de 40).

A Usina Açucareira Ester é um dos marcos do desenvolvimento de Cosmópolis. É uma das mais antigas usinas de açúcar do Estado de São Paulo em atividade. A empresa foi fundada em 02 de março 1898[18].

Seus principais fundadores foram Arthur Nogueira, Paulo de Almeida Nogueira, José Paulino Nogueira, Sidrack Nogueira e Antônio Carlos Silva Telles. O nome Ester é uma homenagem prestada a esposa do Sr. Paulo de Almeida Nogueira, Sra. Esther Nogueira[18].

A Usina Ester tem em sua história vários momentos que se inserem na história do Brasil, do estado e principalmente da região, através de sua origem, das inovações introduzidas, ou através de seus proprietários, que neste tempo todo participaram de vários acontecimentos políticos, culturais e esportivos[18].

Religião editar

Igreja Católica editar

Igrejas Evangélicas editar

Referências

  1. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. a b «Panorama do Censo 2022». Panorama do Censo 2022. Consultado em 8 de janeiro de 2024 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2010». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 17 de dezembro de 2012 
  5. a b c d e f g h «Memória». cosmopolis.sp.gov.br. 17 de novembro de 2023. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  6. «Decreto n° 502-A, de 04/12/1897». www.al.sp.gov.br. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  7. «Decreto n° 1.300, de 22/08/1905». www.al.sp.gov.br. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  8. a b «Cosmópolis -- Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  9. «Usina Ester -- Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  10. «Lei nº 1.024, de 27/11/1906». www.al.sp.gov.br. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  11. «Decreto-Lei n° 14.334, de 30/11/1944». www.al.sp.gov.br. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  12. «Censos Demográficos (1991-2022) | IBGE». www.ibge.gov.br 
  13. «Censos Demográficos (1872-1980) | IBGE». biblioteca.ibge.gov.br 
  14. «Biblioteca Digital Seade | Fundação Seade». bibliotecadigital.seade.gov.br 
  15. «IBGE | Cidades@ | São Paulo | Cosmópolis | Panorama». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 12 de janeiro de 2022 
  16. «Área de atuação da Telesp em São Paulo». Página Oficial da Telesp (arquivada) 
  17. «Nossa História». Telefônica / VIVO 
  18. a b c «História - Usina Ester». www.esteragroindustrial.com.br. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  19. «Diocese de Limeira». diocesedelimeira.org.br. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  20. «Campos Eclesiásticos». CONFRADESP. 10 de dezembro de 2018. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  21. «Localidade - Congregação Cristã no Brasil». congregacaocristanobrasil.org.br. Consultado em 20 de novembro de 2023 

Ligações externas editar

 
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