Cristóbal Gómez de Sandoval-Rojas

político

Cristóbal Gómez de Sandoval-Rojas y de la Cerda, duque de Uceda, (Dénia, 1581 - Alcalá de Henares, 31 de Maio de 1624) foi um político espanhol. Figura de primeiro plano da vida política espanhola da primeira metade do século XVII.

Documento de 1611.

Sucedeu ao pai, o duque de Lerma, como valido da corte filipina. A sua ascensão política está envolvida em grande polémica. Seu pai, Francisco de Sandoval y Rojas, duque de Lerma, fora um dos protegidos de Filipe II e, graças a uma série de ilegalidades e abusos de poder, acumulou uma imensa fortuna, ascendendo mesmo à dignidade cardinalícia.

Com a chegada ao poder de Filipe III, assiste-se a uma "limpeza" entre os velhos governantes. O duque de Lerma foi afastado pelo próprio filho, unido aos seus inimigos, como o padre Aliaga e Gaspar de Guzman, futuro Conde Duque de Olivares que, ainda, o condenou a pagar uma multa ao Estado de cerca de 1 milhão e 400 mil escudos.

Contudo, como aconteceu várias vezes ao longo do Antigo Regime ibérico, o favor recebido dos monarcas suscitava a inveja e a intriga daqueles que o não alcançavam. O duque de Uceda tornara-se uma das figuras mais poderosas da Espanha, uma espécie de primeiro-ministro. Tornara-se, também, uma das mais temidas e invejadas, contra quem se dirigiam muitas das intrigas palacianas. Guzman, com quem se aliara no início, é dos que mais lhe mina o terreno.

A tal ponto que, em 1619, quando o rei visitou Lisboa, houve um incidente de protocolo com D. Teodósio, condestável-mor de Portugal, circulando no cortejo real um papel acusando-o de ter tratado Uceda por "senhor", e não ter visitado o confessor do rei. Filipe III morreu em 31 de Março de 1621, num ambiente de mistério e por entre suspeitas de envenenamento.

O novo monarca, Filipe IV, apenas com 16 anos, ameaçava impor alterações na administração. Vários cortesãos perderam os ofícios em favor de nobres de mais valimento. Entre eles destacaram-se o duque de Osuna, de quem havia queixas pelo governo de Nápoles, e que foi logo preso, o duque de Uceda e o conde de Saldanha, ambos desterrados; o velho duque de Lerma, ainda vivo, voltou a ser desterrado para os seus domínios e condenado a devolver a renda que ainda mantinha, doada pela Coroa.