Demétrio Paleólogo Cantacuzeno

mesazonte do imperador João VIII

Demétrio Paleólogo Cantacuzeno (fl. 1420–1453) foi um mesazonte (ministro-chefe) do imperador João VIII Paleólogo (r. 1425–1448) e seu irmão, Constantino XI Paleólogo (r. 1449–1453).

Vida editar

Demétrio aparece pela primeira vez na história como um dos cortesões que aconselharam João VIII a apoiar o príncipe otomano Mustafá, o Cavalheiro em sua disputa para tomar o controle do Império Otomano na morte de seu irmão Maomé I, o Cavalheiro em 1421. Quando Murade, o filho de Maomé, emergiu como vitorioso, foi selecionado como um dos emissários (os outros dois sendo Mateus Láscaris e Ângelo Filômato) para se encontrar com Murat. O sultão mostrou seu incômodo pelo auxílio bizantino a seu tio e colocou-os na prisão; nenhum deles foi libertado até a conclusão de um tratado entre João VIII e Murat em fevereiro de 1424.[1]

Demétrio desempenhou outros papeis proeminentes em assuntos diplomáticos como mesazonte (ministro-chefe) para dois imperadores; nesta função foi acompanhado por Lucas Notaras. Foi testemunha dos tratados de João com a República de Veneza em setembro de 1423, maio de 1431, outubro de 1436, setembro de 1442 e julho de 1447. Também desempenhou uma parte heroica na defesa final de Constantinopla; segundo Donald Nicol, comandou uma unidade de 700 soldados estacionada na vizinhança na Igreja dos Santos Apóstolos com seu genro Nicéforo Paleólogo, enquanto Steven Runciman viu-o como comandante duma porção das Muralhas de Teodósio próximo do mar de Mármara.[2][3][4]

O destino de Demétrio após a Queda de Constantinopla para o exército do sultão Maomé II, o Conquistador é incerto. Du Cange escreve que ele e seu genro foram mortos defendendo a cidade; Steven Runciman afirma que Demétrio foi capturado vivo.[5] Donald Nicol nota que Demétrio Cantacuzeno é registrado como escapando da cidade, com sua família e outros refugiados, num navio do almirante genovês Zorzi Doria. Doria levou-os para Quios, onde o capitão veneziano Tomás Celsi deu-lhes passagem para Cândia (moderna Heraclião) em Creta. Nicol também menciona o registo da filha de "um Demétrio Cantacuzeno e sua esposa Simonis Gadelina, chamada Maria" casando-se com Teodoro, o filho de Paulo Paleólogo, em Corfu, em novembro de 1486.[6]

Nicol oferece nenhuma informação sobre os nomes dos pais de Demétrio Paleólogo Cantacuzeno, embora alegue que Demétrio foi o primo do imperador João VIII.[2] O nome de sua esposa não sobreviveu, embora teve uma filha que, como mencionado acima, casou-se com Nicéforo Paleólogo, e Demétrio é presumivelmente o pai do protoestrator Cantacuzeno que foi executado junto com Lucas Notaras e Andrônico Paleólogo Cantacuzeno cinco dias após a captura da cidade.[7]

Referências

  1. Nicol 1968, p. 192f.
  2. a b Nicol 1968, p. 193.
  3. Runciman 1969, p. 92.
  4. Phillipides 1980, p. 111.
  5. Runciman 1969, p. 141.
  6. Nicol 1968, p. 194.
  7. Nicol 1968, p. 195.

Bibliografia editar

  • Nicol, Donald MacGillivray (1968). The Byzantine family of Kantakouzenos (Cantacuzenus) ca. 1100–1460: A Genealogical and Prosopographical Study. Washington, Distrito de Colúmbia: Dumbarton Oaks Center for Byzantine Studies 
  • Phillipides, Marios (1980). The Fall of the Byzantine Empire: A Chronicle by George Sphrantzes, 1401-1477. Amherst: Universidade de Massachusetts 
  • Runciman, Steven (1969). The Fall of Constantinople 1453. Cambridge e Londres: Cambridge University Press