Depressão melancólica

A depressão melancólica, ou depressão com características melancólicas, é um subtipo da depressão clínica no DSM-IV e DSM-5.

Depressão melancólica
Depressão melancólica
Meditação de Domenico Fetti 1618
Especialidade Psiquiatria
Sintomas humor deprimido, baixa auto-estima, fatiga, insónia, anorexia, anedonia, falta de reatividade, humor pior durante a manhã
Complicações autolesão, suicídio
Causas genéticas, ambientais e psicológicas
Tratamento psicoterapia, antidepressivos, eletroconvulsoterapia
Classificação e recursos externos
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Sinais e sintomas editar

Pelo menos um dos seguintes sintomas:

  • Anedonia (incapacidade de sentir prazer em coisas positivas)
  • Falta de reatividade do humor (ou seja, o humor não melhora em resposta a eventos positivos)

E pelo menos três dos seguintes:

  • Depressão que é subjetivamente diferente de tristeza ou luto
  • Grave perda de peso ou perda de apetite
  • Agitação ou retardo psicomotor
  • Despertar mais cedo
  • Culpa excessiva
  • Humor pior pela manhã

As características melancólicas aplicam-se a um episódio de depressão que ocorre como parte do transtorno depressivo maior ou do transtorno bipolar I ou II.[1]

Causas editar

Acredita-se que as causas do transtorno depressivo características melancólicas sejam principalmente biológicas; alguns podem ter herdado o distúrbio dos seus pais. Às vezes, situações stressantes podem desencadear episódios de depressão melancólica, embora esta seja uma causa contribuinte ao invés de uma causa necessária ou suficiente. Acredita-se que as pessoas com sintomas psicóticos sejam mais suscetíveis a este transtorno. É frequente na velhice e muitas vezes despercebido por alguns médicos que percebem os sintomas como parte de uma demência. O transtorno depressivo maior, melancólico ou não, é uma condição distintaa que pode ser comórbida com demência em idosos.[2]

Tratamento editar

A depressão melancólica é frequentemente considerada uma forma de depressão de base biológica e particularmente grave.[3] O tratamento envolve antidepressivos, eletroconvulsoterapia ou outros tratamentos com suporte empírico, como terapia cognitivo-comportamental e terapia interpessoal para a depressão.[4] Uma análise de 2008 de um grande estudo de pacientes com depressão maior unipolar encontrou uma taxa de 23,5% para características melancólicas. Foi a primeira forma de depressão amplamente estudada, e muitas das primeiras listas de verificação de sintomas para depressão refletem isso.

Incidência editar

Verificou-se que a incidência de depressão melancólica aumenta quando a temperatura e/ou a luz solar estão baixas.[5] De acordo com o DSM-IV, o especificador com "características melancólicas" pode ser aplicado apenas aos seguintes trantornos:

  1. Episódio depressivo maior, episódio único
  2. Episódio depressivo maior, episódio recorrente
  3. Transtorno bipolar I, episódio depressivo mais recente
  4. Transtorno bipolar II, episódio depressivo mais recente

Ver também editar

Referências

  1. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - Text Revision. Arlington VA: American Psychiatric Publishing. 2008. pp. 419–420. ISBN 978-0-89042-025-6 
  2. Pekker, Michael. «Clinical Depression: Symptoms and Treatments». Consultado em 12 de outubro de 2011 
  3. McGrath, Patrick; Ashan Khan; Madhukar Trivedi; Jonathan Stewart; David W Morris; Stephen Wisniewski; Sachiko Miyahara; Andrew Nierenberg; Maurizio Fava (2008). «Response to a Selective Serotonin Reuptake Inhibitor (Citalopram) in Major Depressive Disorder with Melancholic Features: A STAR*D Report». Journal of Clinical Psychiatry. 69: 1847–1855. doi:10.4088/jcp.v69n1201 
  4. Luty, Suzanne; Carter, Janet; McKenzie, Janice (2007). «Randomised controlled trial of interpersonal psychotherapy and cognitive-behavioural therapy for depression». The British Journal of Psychiatry. 190: 496–502. doi:10.1192/bjp.bp.106.024729 
  5. Radua, Joaquim; Pertusa, Alberto; Cardoner, Narcis (28 de fevereiro de 2010). «Climatic relationships with specific clinical subtypes of depression». Psychiatry Research. 175: 217–220. PMID 20045197. doi:10.1016/j.psychres.2008.10.025