Desenvolvimento infantil

pedagogia

Desenvolvimento infantil, consiste numa sequência ordenada de transformações progressivas resultando num aumento de grau de complexidade do organismo, distingue-se de crescimento por referir-se as alterações da composição e funcionamento das células (diferenciação celular), à maturação dos sistemas e órgãos e a aquisição de novas funções.[1] [2]

Para efeito de estudo tanto pode-se considerar a sucessão de fases um sistema orgânico isolado, por exemplo o timo e/ou o sistema imunológico, como o organismo como um todo, a exemplo da capacidade de locomoção, que depende tanto da maturação do sistema nervoso (incluindo características psicológicas) como músculo esquelético.

O desenvolvimento do exame neurológico evolutivo é capaz de dectectar precocemente desde os primeiros sinais de disfunções graves como paralisia cerebral e deficiência mental até as denominadas disfunções cerebrais mínimas, possibilitando uma intervenção capaz de minimizar a progressão de danos.[3]

Estimulação essencial / intervenção precoce editar

Parece ser consensual a noção de que o desenvolvimento infantil é uma resultante da interação entre as características genéticas e o meio ambiente onde a criança se desenvolve. Entendendo-se como meio ambiente não apenas os fatores nutricionais, condição de exposição à agentes patogênicos, onde os cuidados com a saúde são fundamentais, sendo especialmente relevante exames capazes de identificar precocemente patologias potenciais ou em curso.

Sabe-se também da necessidade de estímulos sensoriais para o desenvolvimento da capacidade de comunicação (fala) e coordenação psicomotora. Caldwell [4] analisando contextos familiares e institucionais desenvolveu a seguinte recomendação: o ambiente ideal para a criança pequena é aquele no qual ela é criada em seu próprio lar, no contexto de uma relação afetuosa e contínua com sua própria mãe, sob condições de estimulação sensorial variável (o.c. p. 82). Bowbly [5] em um trabalho feito sobre encomenda da Organização Mundial de Saúde compactua com a ideia de que a mãe é a pessoa melhor qualificada para promover uma relação interpessoal estável e afetuosa bem como um padrão necessário de estimulação sensorial, mas, distingue 3 condições típicas em que ocorre esse vínculo formador dos padrões de apego: (a) Seguro; (b) Inseguro/ Evitante; (c) Inseguro/ Ambivalente associados, respectivamente à: (1) Condição da mãe estar disponível e constante; (2) Frequentemente não disponível ou emocionalmente rejeitadora e (3) Imprevisível e caótica. Naturalmente que é uma simplificação didática mas explícita que os tipos de personalidade e condições psicossociais tem consequências no desenvolvimento como pode ser expresso na máxima, atribuída à Lacan de que uma psicose se constrói em três gerações.

A puericultura desenvolvida nos programas de atenção primária à saúde instituindo padrões de cuidado de higiene, imunização e exames de detecção precoce de patologias específicas a exemplo do teste do pezinho bem como o atento olhar ao desenvolvimento e capacidade sensorial da criança é um grande passo da humanidade, contudo ainda nos resta o desafio de associar à condição de desenvolvimento aos padrões de distúrbios de comportamento e doenças mentais sem que essa atenção estigmatize ou segregue em grupos de "párias".

Galeria de imagens do desenvolvimento neuropsicomotor editar

Ver também editar

 
Mãe com seu filho na República da Gâmbia

Referências

  1. KNOBLOCK, Hilda; PASSAMANICK, Benjamin (Ed.). Gesell e Amatruda psicologia do desenvolvimento do lactente e da criança pequena: bases neuropsicológicas e controversas. SP, Atheneu, 2000.
  2. MARCONDES, Eduardo. Crescimento normal e deficiente. SP, Sarvier, 1989
  3. DIAMENT, Aron. Índices clínicos no desenvolvimento neurológico da criança. Pediat. (São Paulo) 4: 345-356, 1982 em pdf Arquivado em 21 de agosto de 2010, no Wayback Machine. Jan. 2011
  4. CALDWELL, Bettye M. Qual é o ambiente ideal de aprendizagem para a criança pequena? in: WITTER, Geraldina P. et all (Org.). Privação cultural e desenvolvimento, Leituras. SP, Pioneira, 1975
  5. BOWLBY, John. Cuidados maternos e saúde mental. SP, Martins Fontes, 2006

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  • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde infantil: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil / Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002. em pdf na BVSMS Jan 2011
  • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica da Saúde da Criança e Aleitamento Materno. Manual para utilização da caderneta de saúde da criança / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, Área Técnica da Saúde da Criança e Aleitamento Materno. – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. em pdf na BVSMS Jan 2011