Deutsche Freiheitsbibliothek

A Deutsche Freiheitsbibliothek (Biblioteca Alemã da Liberdade) ou "Bibliothek der verbrannten Bücher" (Biblioteca dos Livros Queimados) foi uma biblioteca inaugurada em Paris, a 10 de maio de 1934, pelo escritor alemão exilado Heinrich Mann, em resposta à Queima de livros promovida um ano antes pelos nazistas.[1]

Histórico editar

Uma das propostas de Goebbels para demonstrar a hegemonia cultural do Nazismo, a Bücherverbrennung deveria parecer como manifestação espontânea das comunidades universitárias da Alemanha. Assim, com patrocínio direto das ligas estudantis, e apoio dos professores, obras de escritores como Erich Maria Remarque, Karl Marx, Thomas Mann e o próprio Heinrich Mann foram atiradas ao fogo em diversas cidades do país, a 10 de maio de 1933.[1]

A intenção de Mann era demonstrar que o verdadeiro espírito alemão não havia sido destruído pelas fogueiras de Adolf Hitler, no que encontrou apoio de outros intelectuais.[1] Além de Mann, destacou-se a participação de Alfred Kerr e Egon Erwin Kisch. Foram reunidos mais de onze mil volumes. Alfred Kantorowicz escreveu, no prefácio da antologia dos autores "Banidos e Queimados", de 1947:

Este não foi um ato espontâneo, mas sim uma deliberada e cuidadosamente organizada ação do estado nazista. Como o Incêndio do Reichstag de 28 de fevereiro de 1933, uma ação de terror contra os antifascistas, e o boicote aos judeus de 1 de abril de 1933 foram a abertura para os massacres e pilhagens, a dissolução das Gewerkschaften (uniões) de 2 de maio de 1933 foi a proclamação da opressão social, que culminou no "auto-de-fé" do dia 10 de maio e o início do terrorismo e barbárie oficialmente perpretados na Alemanha.
— Kantorowicz, 1947[2]

Referências

  1. a b c Alessandra Minerbi (2009). História Ilustrada do Nazismo. Rumo ao poder: 1919 - 1933. I. São Paulo: Larousse do Brasil. 44 páginas 
  2. livre tradução para: "Das war kein ‚spontaner Akt’ einer unvernünftigen Menge gewesen, sondern eine wohlüberlegte und sorgfältig organisierte Veranstaltung nationalsozialistischer Staatsraison. Wie die Reichtagsbrandstiftung am 28. Februar 1933 das Fanal des Terrors gegen alle Antifaschisten, der Judenboykott vom 1. April 1933 der Auftakt der Pogrome, die Auflösung und Ausraubung der Gewerkschaften am 2. Mai 1933 die Proklamierung der sozialen Unterdrückung gewesen waren, so waren die Autodafés vom 10. Mai der sichtbare Beginn der amtlich verfügten und mit terroristischen Mitteln durchgeführten Entgeistigung und Barbarisierung Deutschlands.