Discussão:Paradoxo do corvo

Último comentário: 27 de dezembro de 2010 de Lauro Chieza de Carvalho



Há uma falha de argumento neste paradoxo, no sentido que implicar não significa ser completamente equivalente. O problema encontra-se na frase: ""Tudo que não é preto não é corvo" que, sendo equivalente a "Todos os corvos são pretos"". "Tudo que não é preto não é corvo" implica "Todos os corvos são pretos" mas não é estritamente equivalente a esta.


Para ver isto, considere o diagrama formado pelos seguintes elementos e conjuntos: um corvo preto, dentro do conjunto que encerra todos os corvos (supostos todos pretos por simplicidade), subconjunto do conjunto de todos os objetos pretos, onde há por comodidade um sapato preto, este subconjunto do conjunto de todos os objetos, dentro do qual há também a maça vermelha. Considere agora os (sub)conjuntos e elementos sobre os quais cada uma das frases atua. Ao assumir-se a equivalência total das frases anteriores ignora-se completamente o conjunto daqueles objetos que são pretos mas não são corvos.


Em outras palavras A implicar B e B implicar A não significa A = B. Traduzindo, "Este corvo é preto" corrobora "Todos os corvos conhecidos são pretos", e esta corrobora "Todos os corvos são pretos". Repare que as sentenças operam sobre elementos internos ao conjunto considerado (corroborado), o corvo dentro do conjunto de corvos, e assim por diante. Elas não transferem suas "corroborações" aos conjunto complementares aos explicitamente considerados, algo que é claramente feito ao assumir-se a "equivalência" das sentenças comentadas acima.

Vale lembrar que corroborar também não significa implicar.


Lauro Chieza de Carvalho (discussão) 13h11min de 27 de dezembro de 2010 (UTC)Responder

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