Distrito de Évora (jornal)

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Distrito de Évora foi um jornal de Portugal com publicação bissemanária, fundado por Eça de Queirós.

História editar

O Distrito de Évora é fundado em dezembro de 1866, quando Eça de Queirós se transfere para Évora. Eça, aos vinte anos, é um escritor imaginativo, com um estilo desembaraçado e pessoal, tendo uma extensa e atualizada bagagem intelectual. O novo jornal é oposicionista e bissemanário.

Primeiros anos editar

O Nº 1 editar

Neste jornal, no nº1, do dia 6 de janeiro de 1867, Eça apresenta um conjunto de afirmações teóricas, que podem indiciar uma teorização da atividade jornalística:

"É o grande dever do jornalismo, fazer conhecer o estado das coisas públicas, ensinar ao povo os seus direitos e as garantias da sua segurança, estar atento às atitudes que toma a política estrangeira, protestar com justa violência contra os atos culposos, frouxos, nocivos, velar pelo poder interior da pátria, pela grandeza moral, intelectual e material em presença de outras nações, pelo progresso que fazem os espíritos, pela conservação da justiça, pelo respeito do direito, da família, do trabalho, pelo melhoramento das classes infelizes.

Organização editar

Define funções e potencialidades do jornal: estabelece os objetivos e deveres primordiais de um órgão de imprensa, apresenta as características desta atividade, traça as linhas mestras que deveriam pautar o comportamento do jornalista. Os deveres fundamentais para assegurar as principais funções da imprensa são informar, interpretar e também intervir para esclarecer e guiar os espíritos e os governos, desempenhando papel de capital importância na vida política, moral, religiosa, literária e industrial do país.

É um programa de ação jornalística caracterizado pela democraticidade, que cumpre nos sete meses de labor neste jornal.

Neste jornal Eça assume-se como uma espécie de homem-orquestra em relação a uma redação que exigiria um grande número de jornalistas.

Rubricas editar

Algumas das rubricas constantes do jornal são:

- A correspondência do Reino, política e literária;

- A análise da conjuntura económica do País que versa sobre a agricultura, o comércio e a indústria;

- A crónica de costumes;

- A correspondência internacional;

- A crítica de literatura e de arte;

- A resenha de "leituras modernas";

- A revista de imprensa;

- A produção de ficção própria, como por exemplo O Réu Tadeu e a tradução de A Viagem a Itália de Taine.

Eça chega a utilizar um pseudónimo para dar credibilidade à simulação de uma redação com um chefe tão discreto que o seu nome nem aparece na ficha técnica.

Este jornal faz oposição à governamental "Folha do Sul".

Referências

Ligações externas editar