Do Movimento dos Animais

Do movimento dos animais (em latim, De Motu Animalium) é um texto de Aristóteles sobre princípios gerais do movimento em animais.[1]

Pneuma editar

Todos os animais "possuem um espírito inato (pneuma sumphuton) e exercem sua força em virtude dele". (703a10). Esse espírito inato é usado para explicar o desejo (orexis), que é classificado como a "origem central (to meson), que se move por ser ele próprio movido". (703a5-6). Aristóteles promove essa ideia de ser uma "causa intermediária" fornecendo a metáfora do movimento do cotovelo, no que se refere à imobilidade do ombro (703a13). O pneuma inato está, igualmente, amarrado à alma, ou como ele diz aqui, tēn arche tēn psuchikēn, "a origem da alma", a alma como o centro da causalidade. Esse "espírito" não é a própria alma, mas um membro da alma que a ajuda a se mover.

O espírito inato causa movimento no corpo, expandindo e contraindo. Cada um deles implica não apenas um movimento, mas também uma mudança no grau de poder e força do animal. "quando ele se contrai, não tem força, e uma e a mesma causa lhe dá força e permite que ele empurre" (703a23).

Compare isso com a visão desenvolvida em On Sleeping and Waking, ou seja, a visão "que foi estabelecida de que a percepção sensorial se origina na mesma parte do corpo de um animal que o movimento. [... ] animais esta é a região ao redor do coração; pois todos os animais sanguíneos possuem um coração, e tanto o movimento quanto a percepção sensorial dominante se originam ali. Quanto ao movimento, é claro que a respiração e, em geral, o processo de resfriamento ocorre aqui, e que a natureza forneceu tanto a respiração quanto o poder de resfriamento pela umidade, com vistas à conservação do calor naquela parte. Discutiremos isso mais adiante. Em animais exangues e insetos e criaturas que não respiram, a respiração naturalmente inerente é vista expandindo e contraindo na parte que corresponde ao coração em outros animais" (456a1-13).

"Já que é impossível fazer qualquer movimento, ou fazer qualquer ação sem força, e prender a respiração produz força" (456a17).

Ver também editar

Edições e traduções editar

Referências

  1. "Alhures (Da Marcha dos Animais) investigamos em detalhes os movimento dos animais de acordo com seus vários tipos, as diferenças entre eles, e as razãos de suas características particulares (pois alguns voam, alguns nadam, alguns caminham, outros se movem de várias outras formas); resta uma investigação da base comum a toda forma de movimento animal que seja."("ELSEWHERE we have investigated in detail the movement of animals after their various kinds, the differences between them, and the reasons for their particular characters (for some animals fly, some swim, some walk, others move in various other ways); there remains an investigation of the common ground of any sort of animal movement whatsoever) in De Motu Animalium Arquivado em 7 de março de 2006, no Wayback Machine., traduzido para o inglês por A. S. L. Farquharson, disponível online, consultado em 10/02/2013

Ligações externas editar