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Edward Estlin Cummings (Cambridge, 14 de outubro de 1894Nova Hampshire, 3 de setembro de 1962), usualmente abreviado como e. e. cummings, em minúsculas, como o poeta assinava e publicava,[1] foi um poeta, pintor, ensaísta e dramaturgo norte-americano. Tendo sido, principalmente, poeta, é considerado por Augusto de Campos um dos principais inovadores da linguagem da poesia e da literatura no século XX.[2]

E. E. Cummings
E. E. Cummings
Cummings em 1953
Nome completo Edward Estlin Cummings
Nascimento 14 de outubro de 1894
Cambridge, Massachusetts
Morte 3 de setembro de 1962 (67 anos)
North Conway, Nova Hampshire
Residência Cemitério Forest Hills
Nacionalidade norte-americano
Progenitores Mãe: Rebecca Haswell Clarke
Pai: Edward Cummings
Cônjuge Elaine Orr
Anne Minnerly Barton
Marion Morehouse
Ocupação
Prémios Prémio Bollingen (1958)
Assinatura

A poesia de vanguarda, a rejeição e a reabilitação editar

Cummings é conhecido do grande público pelo estilo não usual utilizado na maior parte de seus poemas, que incluem o uso não ortodoxo tanto das letras maiúsculas e minúsculas quanto da pontuação, com as quais, inesperadamente, de forma aparentemente errônea, para o leitor desavisado a ponto de não compreender a essência da própria linguagem verbal tal como captada pelo poeta, é capaz de interromper uma frase, ou mesmo palavras individualmente; explora fonemas individuais para chegar ao "microritmo". Desta forma, alguém poderia criticar o poeta como um "poeta para poetas", ou seja, um poeta que exige a leitura de um especialista. Após alguns esforços, porém, seus poemas mais inusuais são de leitura bastante simples e fluente. Muitos de seus poemas possuem, também, uma distribuição tipográfica não-linear. Através desta distribuição não-usual, aliada aos recursos anteriormente citados, é possível perceber de que forma a linguagem verbal se forma a partir do nosso inconsciente, resultando, porém, em um texto altamente objetivo, ao mesmo tempo que expressivo.

O primeiro livro de cummings é publicado em 1923, quando o Surrealismo começa a delinear-se como a vanguarda predominante. Preocupados basicamente em desenvolver uma revolução do conteúdo, os surrealistas se afastam da revolução estrutural das primeiras décadas do século XX. Cummings, no entanto, segue em outra direção, aprofundando o legado destas últimas de forma mais "construtivista", tal como o fizeram o cubismo e Kurt Schwitters.

Ainda assim, nos anos seguintes cummings teve muita dificuldade em atingir publicação de seus poemas, sofrendo os seus poemas mais inovadores muita rejeição nos EUA, mesmo de críticos que o admiravam em parte, como T.S. Eliot. A partir da década de 1950 começa, de forma gradual, a reabilitação do poeta, tendo, possivelmente, sido influenciada pelo movimento da poesia concreta, que obteve grande repercussão mundial e o citava como um dos seus precursores.

Apesar da afinidade de cummings com as antigas vanguardas "positivas" do início do século XX e de sua tipografia não usual, parte de seu trabalho é mais tradicional, em verso livre ou poesia em prosa, apresentando, inclusive, poemas em formato de soneto. Seus poemas com frequência têm como pano de fundo o amor e a natureza. Muitos exploram como tema, de forma irônica, o relacionamento do indivíduo com as massas e com o mundo, a crítica aos sistemas político e econômico ocidentais, o conservadorismo (principalmente político) e ao progresso meramente tecnológico.

Durante sua vida ele publicou mais de 900 poemas, dois romances, diversos ensaios e também inúmeros desenhos, sketches e pinturas. É lembrado como uma das vozes mais importantes da literatura do século XX.

Entre outros elogios, Ezra Pound disse que não houve na história nenhum tradutor melhor de Catulo para o inglês, o que necessitaria, naturalmente, grande habilidade poética.

Livros editar

 
"the hours rise up" on em uma parede em Leiden

Livros em prosa editar

Poesia editar

  • Tulips and Chimneys (1923)
  • & (1925), auto-publicado
  • XLI Poems (1925)
  • is 5 (1926)
  • ViVa (1931)
  • No Thanks (1935)
  • Collected Poems (1938)
  • 50 Poems (1940)
  • 1 × 1 (1944)
  • XAIPE: Seventy-One Poems (1950)
  • Poems, 1923–1954 (1954)
  • 95 Poems (1958)
  • 73 Poems (1963, póstumo)
  • Etcetera: The Unpublished Poems (1983)
  • Complete Poems, 1904–1962, editado por George James Firmage (2008), Liveright
  • Erotic Poems, editado por George James Firmage (2010), Norton

Peças editar

Referências

  1. Campos, Augusto. Bioflashes. O poema, Cultura Pará.
  2. [Campos, Augusto de Augusto. 40 poemas - e.e. cummings. Brasiliense. São Paulo. 1986.]

Ligações externas editar

 
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