Ernesto II de Saxe-Altemburgo

Ernesto II, Duque de Saxe-Altemburgo (31 de agosto de 1871 - 22 de março de 1955) foi o último duque reinante de Saxe-Altemburgo.

Ernesto II
Duque de Saxe-Altemburgo
Ernesto II de Saxe-Altemburgo
Chefe da Casa de Saxe-Altemburgo
Reinado 13 de novembro de 1918
a 22 de março de 1955
Predecessor Ele mesmo
(Duque de Saxe-Altemburgo)
Sucessor Jorge Maurício
Duque de Saxe-Altemburgo
Reinado 7 de fevereiro de 1908
a 13 de novembro de 1918
Predecessor(a) Ernesto I
Sucessor(a) Ducado Extinto
Príncipe Hereditário de Saxe-Altemburgo
Reinado 13 de maio de 1907
a 7 de fevereiro de 1908
Predecessor(a) Maurício
Sucessor(a) Jorge Maurício
 
Nascimento 31 de agosto de 1871
  Castelo de Altemburgo, Altemburgo, Ducado de Saxe-Altemburgo, Império Alemão
Morte 22 de março de 1955 (83 anos)
  Castelo de Wolfersdorf, Wolfersdorf, Estado Livre da Turíngia, Alemanha Ocidental
Nome completo  
Ernesto Bernardo João Carlos Frederico Pedro Alberto
Esposas Adelaide de Eschaumburgo-Lipa
Maria Triebel
Descendência Carlota de Saxe-Altemburgo
Jorge Maurício de Saxe-Altemburgo
Isabel de Saxe-Altemburgo
Frederico Ernesto de Saxe-Altemburgo
Casa Saxe-Altemburgo
Pai Maurício de Saxe-Altemburgo
Mãe Augusta de Saxe-Meiningen
Religião Luteranismo
Brasão

Primeiro casamento editar

A 27 de fevereiro de 1898, Ernesto casou-se em Buckeburgo com a sua primeira esposa, a princesa Adelaide de Schaumburg-Lippe, neta do príncipe Jorge Guilherme de Schaumburg-Lippe. Tiveram quatro filhos:

  1. Carlota de Saxe-Altemburgo (4 de Março de 189916 de Fevereiro de 1989), casada com o príncipe Segismundo da Prússia; com descendência.
  2. Jorge Maurício de Saxe-Altemburgo (13 de Maio de 190013 de Fevereiro de 1991), nunca se casou nem deixou descendência.
  3. Isabel de Saxe-Altemburgo (6 de Abril de 190330 de Janeiro de 1991), nunca se casou nem deixou descendência.
  4. Frederico Ernesto de Saxe-Altemburgo (15 de Maio de 190523 de Fevereiro de 1985), nunca se casou nem deixou descendência.

Primeira Guerra Mundial editar

Durante a Primeira Guerra Mundial, Ernesto recusou todas as nomeações no quartel-general do kaiser, um local que era considerado mais seguro do que outras zonas. Renunciou à sua posição de general, prestou serviço apenas como coronel e destacou-se na Batalha de Peronne. No final da guerra, era comandante de uma divisão.[1]

Apaixonado pela ciência, Ernesto mandou instalar um dispositivo sem fios dentro do seu castelo em Altemburgo durante o período de guerra através do qual conseguia comunicar com aviões. Ernesto também se interessou durante toda a vida por telégrafos e telefonias sem fios e era considerado um especialista em aeronáutica.[2]

Quando a Alemanha perdeu a guerra, todos os príncipes alemães perderam os seus títulos e estados. Ernesto foi um dos primeiros príncipes a compreender que iriam haver grandes mudanças na Alemanha e chegou a acordo com os seus súbditos rapidamente.[1] Foi forçado a abdicar do governo do ducado a 13 de Novembro de 1918 e viveu o resto da vida na categoria de cidadão privado.

Últimos anos editar

Após a sua abdicação, Ernesto, que tinha uma fortuna modesta, mudou-se para um hotel em Berlim. Dois anos depois, em 1920, divorciou-se da sua primeira esposa. Mais tarde, nesse mesmo ano, anunciou o seu noivado com Helena Thomas, uma cantora de ópera. Os dois tinham-se conhecido quando ela estava a substituir uma colega temporariamente no Teatro Ducal em Altemburgo durante a guerra.[3] No entanto, os dois nunca se chegaram a casar.

A 15 de julho de 1934, Ernesto casou-se com a sua segunda esposa, Maria Triebel, que tinha sido sua companheira durante vários anos, partilhando a sua casa, o Schloss Froehliche Wiederkunft ("Palácio dos Regressos Felizes"). Maria nasceu em Waltershausen a 16 de Outubro de 1893 e morreu em Trockenborn-Wolfersdorf a 28 de fevereiro de 1955. Tratou-se de um casamento morganático e a sua esposa recebeu apenas o título de baronesa Reiseneck. Não tiveram filhos.

Ernesto ainda se interessava por ciência, por isso criou um observatório moderno em Trockenborn-Wolfersdorf no qual empregou Kurd Kisshauer em 1922. A 1 de maio de 1937, Ernesto juntou-se ao Partido Nazi.[4]

Ernesto tornou-se o único antigo príncipe alemão a aceitar a cidadania da República Democrática Alemã após a Segunda Guerra Mundial, recusando-se a deixar o seu adorado Schloß Fröhliche Wiederkunft para se mudar para a zona ocupada pelos britânicos. O palácio tinha sido confiscado pelos ocupantes soviéticos, mas Ernesto tinha permissão para o utilizar livremente até à sua morte. Em março de 1954, quando o duque Carlos Eduardo de Saxe-Coburgo-Gota morreu, Ernesto tornou-se o último príncipe alemão que tinha reinado até 1918. Um ano depois, a 22 de março de 1955, morreu no seu palácio.

Genealogia editar

Os antepassados de Ernesto II de Saxe-Altemburgo em três gerações
Ernesto II de Saxe-Altemburgo Pai:
Maurício de Saxe-Altemburgo
Avô paterno:
Jorge de Saxe-Altemburgo
Bisavô paterno:
Frederico de Saxe-Altemburgo
Bisavó paterna:
Carlota Jorgina de Mecklemburgo-Strelitz
Avó paterna:
Maria Luísa de Mecklemburgo-Schwerin
Bisavô paterno:
Frederico Luís de Mecklemburgo-Schwerin
Bisavó paterna:
Helena Pavlovna da Rússia
Mãe:
Augusta de Saxe-Meiningen
Avô materno:
Bernardo II de Saxe-Meiningen
Bisavô materno:
Jorge I de Saxe-Meiningen
Bisavó materna:
Luísa Leonor de Hohenlohe-Langenburg
Avó materna:
Maria Frederica de Hesse-Cassel
Bisavô materno:
Guilherme II, Eleitor de Hesse
Bisavó materna:
Augusta da Prússia

Referências

  1. a b "German Ex-Duke to Wed Opera Singer", The New York Times (Berlim), 20 de Setembro de 1920
  2. "Prince's Wireless Plant" The New York Times (Berlim), 7 de Abril de 1914
  3. The New York Times (Berlim), 20 de Setembro de 1920
  4. Ernst Klee: Das Kulturlexikon zum Dritten Reich. Wer war was vor und nach 1945. S. Fischer, Frankfurt am Main 2007, S.505.