Espada preta de bordo

A Espada preta de bordo ou de caranguejo, também denominada pela soldadesca por colhona, é uma espada inventada no século XV, em Portugal, concebida para ser usada pelos marinheiros e soldados portugueses a bordo de naus e caravelas durante a época dos Descobrimentos.

É caracterizada por possuir dois anéis protectores na guarda, com os terminais da guarda em forma de pingo achatado, virados em direcção à ponta da lâmina, formando estes terminais chapas largas, a ponto de se tornarem redondas, chapas estas que podem ser afiadas, para poderem funcionar como lâminas extras, por serem convenientes numa luta corpo a corpo.[1]

Os referidos anéis protectores, para além da função protectora dos dedos, permitem também uma forma de manuseio da espada com ângulos de ataque até aos 160º. A variedade de posições que a espada possibilita mudou drasticamente a forma de luta, podendo ser usada em 50% dos casos para o golpe, e em 50% dos casos para a estocada. Por outro lado os anéis protectores ainda serviam para prender e quebrar a lâmina do adversário.

Estas espadas eram pintadas de preto para não reflectirem a luz e não denunciarem a sua presença, evitando-se também o seu enferrujamento quando utilizadas perto da água salgada.

Este tipo de espada terá aparecido entre 1460 e 1480, e viu muito da sua utilização ser feita nas praças portuguesas em África, chegando a ser utilizado como símbolo honorífico pelos chefes indígenas.

Ficou também conhecida pela soldadesca como colhona, devido ao feitio das chapas redondas dos terminais, evocativo de testículos numa representação do símbolo fálico sob a forma de espada.

Referências

  1. Rainer Daehnhardt (1997). Homens, Espadas e Tomates. [S.l.]: Publicações Quipu. 255 páginas. ISBN 9728408013