Casa dos Escravos: diferenças entre revisões

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[[File:Senegal Gorée (8).jpg|right|thumb]]
[[File:Senegal Gorée (8).jpg|thumb|Porta do Não Retorno, ponto em que os escravos eram alocados em navios com destino às Américas.]]
[[File:Maison-des-esclaves-goree-01.jpg|thumb|right|Estátuas e placa na ''Maison des Esclaves'' Memorial (2006).]]
[[File:Maisonannacolas4Maison-des-esclaves-goree-01.jpg|thumb|right|OEstátuas quee éplaca agorano amemorial Casa dos Escravos, representado neste impressão Francesa de 1839 como a ''Casa da [[signare]] Anna Colas em Gorée '', pintado pelo d'Hastrel de Rivedoux2006.]]
[[File:Maisonannacolas4.jpg|thumb|Edifício que abriga a Casa dos Escravos, representado em tela de 1839 como ''Casa da [[signare]] Anna Colas em Gorée'', por [[Hastrel de Rivedoux]].]]
[[File:MaisonEsclaves.jpg|thumb|right|UmaUm paredemural nodo Museu: um muralmuseu, representando escravos sendo conduzidos nona matomata africanoafricana pelos europeus,; uma foto de Joseph Ndiaye com [[João Paulo II]],; um certificado de uma agência de viagens dos Estados Unidos,; e um [[aforismo]] -- um dos muitos que cobrem as paredes -da porinstituição — de Ndiaye. EstaEste diz: ''MudançaMemória comovente e triste lembrança / Noite dos tempos / Como é que vai serserá apagada da memória dos homens? ''.]]
[[File:Portal of sorrow-senegal-01.jpg|thumb|right|Porta dedo Não Retorno em seu fim de caminho, com a vista do mar.]]
A '''Casa dos Escravos''' (''Maison des Esclaves'') e sua '''[[A Porta do Não Retorno|Porta do Não Retorno]]''' éconstituem um museu e memorial paradedicado oà história do [[comércio atlântico de escravos]] na [[Ilhailha de Gorée]], localizada a 3 km da costa da cidade de [[Dakar|Dakar, Senegal]]. OA seuinstituição, museuque funciona desde 1962, e curadoriaque foramteve inauguradoscuradoria emdo 1962 porconservador [[Boubacar Joseph Ndiaye curador]] até sua morte em 2009, ébusca ditopreservar paraa memorializarmemória o ponto de saída final dosda [[Escravatura|escravosescravidão]] dana [[África]]. Os historiadoresdivergência divergementre historiadores sobre quantos escravos africanos foram, nade verdade,fato mantidos nesteno edifício que hoje abriga o museu, bem como sobre a importânciaextensão da relativarepresentatividade da Ilha de Gorée como um ponto do comércio atlântico de escravos,.<ref name=cnn_hnet>[http://h-net.msu.edu/cgi-bin/logbrowse.pl?trx=vx&list=H-Africa&month=9803&week=d&msg=O9GUx/Vhp8OodFHKrCulIg&user=&pw= "Ilha minúscula resiste tempestade de controvérsia"]. CNN Interactive, Andy Walton. 2005. Nota: O link é para uma reedição na lista de discussão do Historiador que era uma fonte privilegiada para citações do artigo</ref> visitantesVisitantes da África, [[Europa]] e os [[América do Norte|americanos]] continuamconsideram a torná-loeste um lugar importante parade lembrarlembrança oàs custoperdas humanohumanas decorrentes da escravidão africana.<ref name=Time>[http://www.time.com/time/europe/pilgrim/goree.html "Através da porta sem retorno"], ''TIMEeurope'', 27 junho, 2004.</ref>
 
==Memorial==
[[File:JosephNdiaye.JPG|thumb|right|Boubacar Joseph N'DIAYENdiaye, o curador doda MuseuCasa dados EscravaturaEscravos nada Ilha de Gorée, no Senegal,em 2007.]]
 
A Casa dos Escravos foi reconstruída e inaugurada como um museu em 1962, em grande parte atravésgraças doao trabalho de [[Boubacar Joseph Ndiaye (1922 - 2009).]],<ref>{{cite news|work=[[Agence France-Presse]]|publisher=''[[The New York Times]]''|title=B. J. Ndiaye, Curator of Landmark in Slave Trade, Dies at 86|url=http://www.nytimes.com/2009/02/19/world/africa/19ndiaye.html|date=18 February 2009|accessdate=19 February 2009}}</ref> Ele foi um defensor, tanto do memorial e ada crença de que osuma grande quantidade de escravos foramfoi mantidosmantida no prédio em grande número e daquidali transportadostransportada diretamente para asa AméricasAmérica.<ref name=Time /> Acabou Tornando-se tornandoeventualmente o curador do Museu, Ndiaye afirmoualegava que mais de um milhão de escravos passaramteriam passado pelas portas da casa. Essa crença fez ado casa tantolocal uma atração turística e localponto parade dezenasvisita diplomática de visitasdezenas de líderes de Estado mundiais para Senegal.<ref name=Time />
 
==Controvérsia acadêmica==
Desde os anos 1980, os acadêmicos têm minimizado o papel que desempenhou Gorée no comércio atlântico de escravos, argumentando que é improvável que muitos escravos realmente entraram pela porta, e que a própria Gorée foi marginal para o comércio atlântico de escravos.<ref name=Time /> Ndiaye e outros senegaleses sempre defenderam que o local é mais do que um memorial e é um local histórico real no transporte de africanos por britânico, francês, espanhol, holandês e colônias portuguesas das Américas, e, portanto, contado regressivamente por pesquisadores anglófonos.<ref>Laurie Goering, [http://www.accessmylibrary.com/coms2/summary_0286-8245497_ITM "Role of Gorée Island in slave trade now disputed by historians"]. ''Chicago Tribune'', February 1, 2005.</ref><ref name=Segar>Sue Segar, [http://www.news24.com/News24/Africa/Features/0,,2-11-37_1574958,00.html "Senegal's island of pain"]. News24(SA)/Panapress. August 18, 2004.</ref>
 
Desde os anos 1980, os acadêmicos têm minimizado o papel quedesempenhado desempenhoupela casa de Gorée no comércio atlântico de escravos, argumentando que éseu improvávelprotagonismo quena muitosescravidão escravoshistórica realmenteafricana entraramseria pela portaimprovável, e que a própria ilha de Gorée foiteria marginalsido paraum oponto comércio atlânticomarginal de escravoscomércio escravista.<ref name=Time /> Ndiaye e outros senegaleses sempre defenderam que o local éseria mais do que um memorial; eque ésua umgrande localrepresentavitivade histórico realhistórica no transporte de africanos por britânicobritânicos, francêsfranceses, espanholespanhóis, holandêsholandeses e colôniasportugueses portuguesas dasàs Américas, seria real; e que, portanto, contadofosse regressivamentesubestimado por pesquisadores anglófonos.<ref>Laurie Goering, [http://www.accessmylibrary.com/coms2/summary_0286-8245497_ITM "Role of Gorée Island in slave trade now disputed by historians"]. ''Chicago Tribune'', February 1, 2005.</ref><ref name=Segar>Sue Segar, [http://www.news24.com/News24/Africa/Features/0,,2-11-37_1574958,00.html "Senegal's island of pain"]. News24(SA)/Panapress. August 18, 2004.</ref>
Construído em torno de 1776,<ref name=Time /> o edifício era casa no início do século 19, de uma classe rica colonial senegalesa [[Métis]], mulher comerciante [[Anne Pépin|Anna Colas Pépin]] (dos [[Signare]]s). Os pesquisadores argumentam que, embora a proprietária da casa pode ter vendido um pequeno número de escravos (mantidos nas células do porão agora reconstruídos)<ref name=Time /> e manteve alguns escravos domésticos, o ponto de partida real foi de 300m de distância em uma fortaleza na praia. A mansão foi restaurada desde 1970. Apesar de santuário, como estatuto da Ilha de Gorée, os historiadores têm argumentado que apenas 26 mil africanos escravizados foram registrados tendo atravessado a ilha, dos 12 milhões de escravos que foram exportados da África.<ref name=Time /> Ndiaye e apoiantes têm argumentado que há evidências de que o próprio edifício foi construído antes de manter um grande número de escravos, e que mais de 15 milhões de pessoas passaram por esta designadamente ''Porta do não retorno''.<ref name=Segar />
 
Construído empor tornovolta de 1776,<ref name=Time /> o edifício era a casa, no início do século 19XIX, de uma[[Anne classePépin|Anna ricaColas colonialPépin]], uma senegalesa [[Métissignare]], mulherda comercianteclasse [[Annerica Pépin|Annacolonial Colasque Pépin]]negociava (dosescravas [[SignareMétis]]s). Os pesquisadoresPesquisadores argumentam que, embora a proprietária da casa podepossa ter vendido um pequeno número de escravos, (mantidosguardados nasem célulascelas dode porão agora reconstruídos),<ref name=Time /> e mantevetenha mantido alguns escravos domésticos, o real ponto de partida realdo foitráfico dedistaria em 300m, dee distânciateria emsido umaum fortalezaforte na praia. A mansão foi restaurada desde 1970. Apesar do ''status'' de "santuário," comona estatuto da Ilhailha de Gorée, os historiadores têm argumentadodefendido que apenas 26 mil africanos escravizados foramteriam sido registrados tendode atravessadopassagem apela ilha, dosdentro do total estimado em 12 milhões de escravos que foram exportadostraficados da África.<ref name=Time /> Ndiaye e apoiantesseus têmapoiadores argumentadocontestaram, queafirmando existirem evidências de que o próprio edifício foi anteriormente construído antes depara manter um grande número de escravos, e que mais de 15 milhões de pessoascativos passaram por esta designadamentepela ''Porta do não retorno'' local.<ref name=Segar />
 
ContasEstudos acadêmicasacadêmicos, como o trabalho estatístico de 1969 do historiador [[Philip D. Curtin]], argumentoufortalecem a ideia de que oso transportestransporte forçadoscompulsório deem Gorée memorializadoteve começouinício por volta de 1670 e continuou até cerca de 1810, emcom nenhum momento,não mais deque 200 aou 300 escravos por ano em anos importantesagitados, e quequase nãozero existem emnos outros. NaNo contabilidadeestudo de Curtin de 1969, as estatísticas dode comércio impostas registra queregistram, entre 1711 e 1810, 180. 000 escravos africanos foramescravizados e transportados a partir dosde postos franceses emna [[Senegâmbia]], maiscom a maioria sendo transportadosexportada de [[Saint-Louis (Senegal)|Saint-Louis]], e de [[Ilha James (Gâmbia)|Forte James]], na atual [[Gâmbia]]<ref>UNESCO (2001).</ref> Indica-se Curtinem foitais citadoestudos que ao entradaportal realtransformado memorializadaem monumento provavelmente não tinhateria significado histórico.<ref>Adam Goodheart, [http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9B0CE3DA1E3DF930A25754C0A9659C8B63 "O mundo; A escravidão do passado, pavimentada ou esquecida"]. ''New York Times'', July 13, 2003.</ref> Em resposta a estasessa figurashipótese, popularmente rejeitadorejeitada por grande parte do públicopovo senegalês, umanuma conferência histórica africana, em 1998, declaroufoi declarado que asos atasregistros dasde casascomércio comerciaisescravista franceses deem [[Nantes]] documentadas,documentam um total de 103. 000 escravos sendo de Gorée transportados em navios Nantesda detidoscidade emfrancesa umsomente úniconum ano nodo século 18.<ref name=FrencNYT>Howard W. French, [http://query.nytimes.com/gst/fullpage.html?res=9E00E5DE1E31F935A35750C0A96E958260&fta=y&pagewanted=all "Goree Island Journal; O mal que era feito Senegal: Uma Visita Guiada"]. ''The New York Times'', Friday, March 6, 1998.</ref>
 
Mesmo aqueles que argumentam que Gorée nunca foi importanterelevante no comércio de escravos, vêem a ilha como um memorial importante paramemorial umdo comércio que foi realizado em maior escala a partir de portos nanas modernamodernas [[Gana]] e [[Benin]].<ref name=Time />
 
==Turismo==
[[File:Lula Wade Goree02.jpg|200px|direita|thumb|Os presidentes [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]] e [[Abdoulaye Wade]] na Porta dedo Não retornoRetorno de [[Gorée]], em 2005.<ref>[http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2005-04-14/lula-encerra-no-senegal-visita-paises-africanos]</ref>.]]
Apesar dadas controvérsiacontrovérsias, a ''Maison des Esclaves'' é uma parte centralimportante do sítio Ilhahistórico da ilha de Gorée, nomeado Patrimônio Mundial da UNESCO, nomeado em 1978, e um grande atrativo para os turistas estrangeiros paraque ovão a Senegal. SomenteO 20trajeto até o museu é de vinte minutos de barco partindo do centro da cidade de [[Dakar]],. 200. 000 visitantes por ano passamvisitam peloa Casa dos MuseuEscravos.<ref name=Murphy2004>John Murphy, [http://www.dailypress.com/news/nationworld/bal-slavery0630,0,6996375.story "Símbolo poderoso, fraco em fatos". Escravidão: A indústria do turismo próspera foi construída em torno do papel histórico duvidoso de uma ilha Senegal]. ''Baltimore Sun'', June 30, 2004.</ref> Muitos, especialmente os descendentes de africanos escravizados, descrevem reações altamente emocionais parana ovisita ao lugar, esobre o qual permeia a influência penetranteinfluência da interpretação de Ndiaye daacerca de sua importância histórica, e em especial acerca do edifício:simbolismo especialmente ada ''porta sem retorno'' através do qual Ndiaye argumentou que milhões de africanos escravizados deixaram o continente pela última vez. Antes de sua morte, em 2008, Ndiaye iria liderarliderava pessoalmente os passeios atravéspelas de célulascelas do porão, atravéspela daPorta ''portado semNão retorno''Retorno, e conterexibia atéos grilhões de ferro deaos turistas, como aqueles usados para se ligarprender os africanos escravizados.<ref>Veja as imagens de Ndaiye em NYT (2008) e UNESCO (2002).</ref><ref>Rohan Preston, [http://www.startribune.com/lifestyle/travel/11288206.html?elr=KArks7PYDiaK7DUqyE5D7Ueyc+D3aUU Nos confins do assombro de um portal de escravos, um peregrino confronta passado de seus ancestrais]. ''Minneapolis Star Tribune'', January 10, 2007.</ref> DesdeCom a publicação de [[Alex Haley]] , de ''[[Roots:The Saga of an American Family|Raízes]]'', de [[Alex Haley]], na década de 1970, os turistas afro-americanos dos [[Estados Unidos]] fizeramcostumam fazer do Museulocal um ponto focal, muitas vezes de umasuas emoçãovisitas, altamentemuitas carregada,vezes nasfruto de peregrinações na esperança de se reconectar com seusuas patrimônioorigens africanoafricanas.<ref>Ver Ebron (1999), Nicholls (2004), e Austen (2001).</ref>
 
LíderesEntre os líderes mundiais notáveis incluemque incluíram passagens apela ''Maison des Esclaves'' em suas visitasmissões dediplomáticas, estado:estiveram [[João Paulo II]], [[Nelson Mandela]], [[Barack Obama]] e [[Luiz Inácio Lula da Silva]], todos tem alto perfil e fizeram a parada.<ref name=Murphy2004 /> Foi relatadoRelata-se que Mandela, seem visita ao local, afastou-se de umdo passeio para sentar-se sozinho em umanuma cela nodo porão por cinco minutos, em silenciosa reflexão sobre a sua visita aqui.<ref name=FrencNYT /> Obama visitou "The Door of No Return" durante sua visita em 2013.<ref>{{cite web| url=http://www.washingtonpost.com/blogs/post-politics/wp/2013/06/27/obamas-visit-door-of-no-return-where-slaves-once-left-africa/ |title=Obama visita Door of No Return, onde os escravos uma vez deixaram a África |first= David |last=Nakamura |date=June 27, 2013|publisher=''Washington Post''| accessdate=June 27, 2013}}</ref>
 
== Referências ==